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AssistaTécnicas para captar a atenção das crianças através da música na volta às aulas Os primeiros 10 dias de aula são muito importantes e podem fazer diferença no ano escolar inteiro. O professor de alta performance se prepara para este momento através do planejamento, organização, porém tendo sempre ciência que imprevistos acontecem e que algumas crianças podem demorar mais tempo para se adaptarem. O foco do professor na adaptação escolar é promover um ambiente onde o aluno se sinta acolhido e que relacionamentos entre professor/aluno e aluno/ aluno sejam desenvolvidos. O objetivo deste artigo é compartilhar técnicas que podem ajudar a tornar este período mais leve e dinâmico com técnicas de musicalização e gerenciamento de sala. A música sem dúvida tem o poder de captar a atenção dos alunos de uma forma lúdica, porém é necessário muito critério na escolha do repertório, que deve vir ao encontro das necessidades / interesses dos alunos, assim como a faixa etária e em que processo de adaptação as crianças se encontram. Existem algumas perguntas relevantes para nortear, clarear o pensamento e ações no momento de planejar: Quem são meus alunos? Eles possuem vivência escolar? Quais são os interesses e necessidades desta faixa etária? Como é o espaço físico onde acontecerá essa aula? Planejar envolve pesquisar, levantar os conteúdos que se quer trabalhar para preparar o material de ensino, levando em conta uma pergunta fundamental: Quais recursos terei disponíveis? É importante neste período o professor investir sua energia no que ele tem controle. Vamos refletir um pouco sobre este aspecto: O que temos controle neste momento? Nossos pensamentos Currículo Planejamento das aulas, organização dos materiais (interessantes para a faixa etária e que não ofereçam perigo) do espaço e da sala de aula A forma que nós iremos receber as crianças, de preferência através de uma postura acolhedora e afetuosa O tempo de antecedência que você chegará na escola (chegue bem antes para poder organizar tudo com calma, beber água, respirar e se acalmar para receber as crianças e os pais) O que não temos controle? Pais Colegas de trabalho Crianças Quando o professor tem estes pontos acima em mente, tudo fica mais leve, afinal, não temos o poder de controlar tudo. Por isso a frase abaixo, contextualiza ainda mais os pontos acima refletidos: "Se não puder fazer tudo, faça tudo o que puder" Existem algumas estratégias simples, porém funcionais, que podem facilitar a vida do professor desde o primeiro dia de aula, com foco no que temos controle. Por exemplo: Não temos controle sobre a mente dos nossos alunos, mas podemos trazer atividades com temáticas que a faixa etária gosta, com brincadeiras que promovem a socialização / a integração das crianças, manipular a sala de uma forma que desperte a curiosidade, etc. Existem músicas que são brincadeiras interativas para diversas faixas etárias. Começar a aula com um aquecimento cantado por exemplo, já traz energia, alegria e entusiasmo para a volta ás aulas. Vamos imaginar que você professor, planejou sua aula com cuidado, levando em conta os interesses, necessidades de seus alunos, escolheu / organizou os materiais cuidadosamente, aqueceu sua voz, bebeu água, e agora as crianças estão chegando em sua sala para aprender. Haja com bom humor! Precisamos nos esforçar para nos tornarmos intensa e emocionalmente envolvidos com nossos alunos. Isso fará toda a diferença na motivação deles. É como diz a frase: “Crianças aprendem mais, quando percebem que o professor gosta delas”- Gordon Nelfeld Cumprimentar e se despedir dos alunos com alegria, receber as crianças com uma música instrumental alegre, como por exemplo: “Primavera - As Quatro Estações de Vivaldi”, fazem toda a diferença no clima entre as pessoas da sala. Com as crianças bem pequenas, fazer bolinhas de sabão enquanto elas entram, espantam muitos chorinhos de crianças que estão com saudades dos familiares. Outra estratégia simples, que cria conexão, é quando chamamos nosso aluno pelo seu nome. Existem muitas brincadeiras cantadas que podemos utilizar para acolher as crianças e que trabalham o nome delas. É visível como os alunos ficam felizes quando na brincadeira seu nome é citado. É o que desejamos: fazer com que nossas crianças se sintam valorizadas e importantes. Os detalhes fazem a diferença. A BNCC sugere 2 caminhos para alcançarmos o coração das crianças neste período: As brincadeiras e as interações A música na escola pode ser divertida, dinâmica e utilizada inclusive para captar a atenção das crianças que estão distraídas. Alguns exemplos de atividades que promovem a concentração: Ecos rítmicos Percussão corporal Canções, poemas, parlendas conhecidas das crianças com temáticas interessantes para a faixa etária Brincadeiras cantadas com desafios Histórias com elementos surpresas que se conectam com outras experiências, como dramatizações, paisagem sonora com instrumentos e objetos disponíveis, etc Algumas dicas para utilizar histórias na aula de música: Escolha histórias que tenham um tema interessante para seus alunos Associe os principais fatos com objetos e ações Destaque fatos através da música Trabalhe com elementos surpresas Deixe que a criança participe e interaja com o conto em alguns momentos Sensibilize através da dramatização Utilize sua voz e linguagem corporal de acordo com as cenas da história Canções de transição também facilitam o processo porque a criança vivencia a rotina, através dos comandos sugeridos pela letra da canção, inclusive fazendo a criança entender as regras e combinados de uma forma mais lúdica. A música tem o poder de acionar a dopamina (neurotransmissor do prazer) e ocitocina (chamado como o hormônio do amor e da conexão) quando ouvimos uma melodia que gostamos, por isso é uma linguagem tão poderosa, que acalma/ ou que anima, que traz motivação, alegria para o ambiente e por isso quando bem utilizada, certamente facilitará o processo de adaptação, não importa a idade. Cada interação é uma oportunidade para reforçar rotinas e também para promover a integração entre as crianças. Como professores, podemos incentivar a participação, mas jamais obrigar, senão quebraremos o encantamento tão importante para criarmos relacionamentos na sala de aula, que é um dos objetivos mais importantes da adaptação. É fundamental respeitar o tempo da criança. Termine a aula pontuando a dedicação, o esforço e a participação de cada um. Reafirme o valor de cada criança que participou da sua aula! O processo e o contexto são tão importantes quanto o conteúdo que desejamos trabalhar com nossos alunos. Proporcione às crianças diversas maneiras para que elas possam vivenciar a música através do corpo, dos gestos, dos movimentos, com os instrumentos, com a voz, etc. Lembre-se que a BNCC nos pede um trabalho que faça nossos alunos vivenciarem experiências significativas. Não se esqueça que apesar de existirem padrões esperados pela faixa etária, cada criança é única. Iremos conhecer nossos alunos no dia-a-dia e isso ajudará a nortear nosso planejamento e ações cada vez mais. Algumas sugestões: Ofereça variedade/ graduação de estímulos e observe o que mais cativa o interesse de cada aluno, levando em conta o tempo de concentração de cada faixa etária. Não tenha pressa no processo de conhecimento dos alunos. Evite inclusive montar a rotina com muitos momentos de transição, principalmente se a faixa etária é de crianças bem pequenas. Siga uma rotina mais estruturada, quando perceber que os alunos estão mais adaptados e confortáveis na escola. Forneça diferentes níveis de desafio com o mesmo conteúdo (de acordo com a faixa etária). Ofereça maneiras diferentes de demostrar o mesmo conhecimento ou habilidade. Não dê respostas prontas. Lembre-se que a criança tem direitos de aprendizagem: conhecer-se, brincar, participar, conviver, participar, explorar. Manipule o ambiente quando necessário para despertar a curiosidade das crianças. Deixe a criança ajudar e colaborar sempre que possível, desde o primeiro dia de aula, se ela já está adaptada. Revisando alguns fundamentos citados: Voltando ao que refletimos no início do artigo, o momento de volta ás aulas é importantíssimo e por isso precisa ser bem planejado com muita dedicação. Mesmo assim, se prepare para imprevistos. Novamente: flexibilidade é fundamental e quanto mais preparado / experiente é o professor, mais fácil será superar estes desafios. Porém se acontecer de "não funcionar conforme o esperado", pergunte-se: - Como posso melhorar o que não deu tão certo? Não é momento de se comparar com o professor vizinho, pois isso apenas diminuirá sua energia, autoestima e foco para o que realmente é importante: seus alunos, necessidades / interesses deles e sua saúde mental. Cada criança é diferente, então quando temos em mente que não é uma competição e que o foco é os nossos alunos, tudo fica mais leve e nosso olhar é guiado para o que precisa ser feito: construir um relacionamento saudável com nossos alunos e fazê-los se sentirem bem. Atividades de relaxamento com canções que possuem melodia, andamentos e harmonias mais calmantes podem ser utilizadas também para momentos que queremos trazer um ambiente de paz para as crianças. Utilize a música de acordo com o "clima" que quer trazer para sua aula; alegria, paz, muita animação, concentração, etc. Os filmes utilizam essa técnica desde o ínicio: utilizar a música com um caráter expressivo que enfatize a cena para o público. Para aprimorar, é preciso refletir, ponderar e pensar. Algumas vezes você poderá se frustrar ao ver que a mesma atividade que fez o maior sucesso em uma sala, não foi tão interessante em outra. Tudo na vida é aprendizado. Refletir sobre as ações, estratégias escolhidas, fará você desenvolver- se com muito mais clareza. Por isso escreva suas impressões. Neste registro você perceberá que a flexibilidade (novamente) também é sua melhor amiga, pois quando falamos de crianças, imprevistos sempre aparecem. Acima de tudo, não se cobre demais. Ser professor, é ser um eterno aprendiz e quanto mais você estudar e praticar com seus alunos, mas fácil será lidar com os imprevistos que podem surgir. Espero que tenha gostado do artigo e que a adaptação com seus alunos seja um sucesso!!! Quer um treinamento com TUDO PRONTINHO para facilitar sua vida na volta às aulas? Conheça o TREINAMENTO COMPLETO (2 anos de acesso)! “Musicalizando na volta ás aulas através das melhores brincadeiras e histórias” CLIQUE AQUI (Link com todas as informações) Visite o site: www.cantinhodamusica.com.br Instagram: debora.cantinhodamusica Que suas aulas sejam um sucesso!!! Abraços musicais!!! Prof. Débora Munhoz Barboni
Contextualizando a Festa Junina para crianças Olá, tudo bem?! O mês de junho sempre desperta um grande interesse nos professores em trabalhar o tema “Festa Junina”. Tirando o carnaval, é a festa mais comemorada pelos brasileiros. É uma festa que possuem elementos que a tornam muito divertida e dinâmica para diversas faixas etárias, desde crianças a adultos e é celebrada no mês de junho. 1. Elementos principais da festa Bandeirinhas Comidas Típicas (principalmente feitas de milho e amendoim) Roupas Típicas Brincadeiras Musicais Música animada com ritmos brasileiros Principais ritmos brasileiros: Xaxado, Baião, Xote, samba-de-coco e quadrilha 2. Principais Instrumentos Sanfona – Passarinho que som é este? https://www.youtube..../watch?v=myNXZk54Hrc Outros instrumentos musicais muito utilizados em ritmos brasileiros: Zabumba, queixada, pandeiro, triângulo, cavaquinho https://www.youtube....mp;feature=emb_title Já falamos sobre a sanfona. Um dos maiores sanfoneiros, o Rei do Baião: Foi Luiz Gonzaga https://www.youtube..../watch?v=mwFGvGMxotc 3. Asa Branca A música: "Asa Branca" é uma canção que geralmente desperta a atenção e curiosidade das crianças, pois narra a Seca no Nordeste, que obrigava seu povo a migrar para outro lugar, assim como os animais, as aves, entre elas a "Asa Branca". Essa música oferece uma oportunidade de refletirmos sobre a situação atual do Nordeste do Brasil que continua trazendo consequências terríveis para toda a população, como podemos ler nesta reportagem: https://educacao.uol...s-sao-agravantes.htm O trabalho musical com a canção: "Asa Branca" pode ser desenvolvido sob diversas perspectivas. Seguem algumas sugestões: - Uma ambientação sonora inspirada na história e clima da música; - Arranjo com copos de plástico, para o trabalho rítmico com o baião; - Arranjo com divisão de naipes com instrumentos de percussão para acompanhar o "canto"; - Dramatização da história cantada; - Desenho do trecho favorito e mais marcante da canção para a criança; - Criação de uma coreografia em conjunto, etc. Links que valem a pena assistir: Luiz Gonzaga ao vivo: https://www.youtube..../watch?v=zsFSHg2hxbc Homenagem de Hélio Ziskind para Luiz Gonzaga: https://www.youtube..../watch?v=V7i8ntY1zd8 Seca do Nordeste com Asa Branca: https://www.youtube....?v=nQm4uJn0090 Um projeto contextualizado e interativo, permite que a criança participe do processo para aguçar sua percepção em relação aos elementos musicais, com perguntas que despertam a curiosidade. Exemplo: Quais são as palavras desta música que nos inspira uma imagem sonora? Como podemos representá-la? Com som da voz, do corpo, de um instrumento musical ou objeto sonoro? Vamos cantar e aplicar estas sugestões. A BNCC sugere o desenvolvimento da empatia, cooperação e trabalho em grupo, e isso é fundamental para a vida. Ninguém desenvolve algo muito significativo sozinho. Juntos somos sempre mais fortes. Por isso é importante estimular o trabalho em grupo e incentivar a criança a ouvir a ideia do amigo, lidar e respeitar " o diferente ". Durante o projeto, trabalhos em grupos são também bem-vindos. É importante registrar os passos do projeto, pois essa é também uma forma de avaliar e acompanhar todos os progressos de cada aluno, tanto nos aspectos motores, emocionais e cognitivos. Os registros podem ser feitos através de gravações em vídeo, áudio, fotos, etc. Algumas curiosidades sobre a temática, que podem ser trabalhadas e inseridas durante o projeto: - Como já vimos, o Baião é um estilo que nasceu no Nordeste do Brasil. Originou-se da música caipira e das danças indígenas. - Os instrumentos típicos deste estilo são: viola caipira, sanfona, triângulo, acordeom e flauta doce. As letras geralmente falam de alegria, dança, festa, amor e muitas vezes da realidade difícil do povo nordestino, como é o caso de " Asa Branca" (Luís Gonzaga). - As músicas de Luiz Gonzaga são muito tocadas até hoje durante o ano inteiro e não apenas nas festas juninas. O ritmo ficou famoso e chegou a influenciar trabalhos de Gilberto Gil na época do Tropicalismo e de Raul Seixas com o seu Rock'n Roll, o qual ele chamou de "Baioque". Veja neste link, a influência de Luiz Gonzaga até nos dias de hoje: https://g1.globo.com...ga-vai-estar-la.html Saiba mais sobre a história, obra, conquistas e contribuições de Luiz Gonzaga para a Música Popular Brasileira, neste link: https://www.youtube..../watch?v=4R5HG-d-uIk Muitas habilidades são desenvolvidas quando trabalhamos dentro de um projeto alinhado à BNCC: Conhecimento sobre sua cultura, reflexão, expressão corporal, noção de como organizar uma pesquisa, conhecimento de instrumentos musicais, apreciação musical, conhecimento de compositores da MPB, imaginação sonora, noção de conjunto, o canto, concentração, percepção de timbres. Competências gerais trabalhadas: Conhecimento, Repertório cultural, Pensamento científico, crítico e criativo, Comunicação, Cultura Digital, Empatia e Cooperação Vejam que o contexto fica muito mais rico, quando trabalhamos a temática " Festa Junina" dentro de um projeto. Outras canções de Luiz Gonzaga: Xote das meninas: https://www.youtube..../watch?v=YI6Fy-fb9Ms Baião: https://www.youtube..../watch?v=mwFGvGMxotc A volta da Asa Branca: https://www.youtube.com/watch?v=whKGCQiD7iY&t=4s A vida de viajante: https://www.youtube..../watch?v=2G2mDtQWQrk Luar do sertão: https://www.youtube..../watch?v=KhfZnZwBFHM Aliás... E você professor, já iniciou seus ensaios para a Festa Junina? É fundamental e muito mais significativo, contextualizar a festa para criança nesta época do ano. Veja mais em: https://brasilescola...des-festa-junina.htm CURIOSIDADE: O começo da festa junina ao Brasil remonta ao século XVI. As festas juninas eram tradições bastante populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e, por isso, foram trazidas para cá pelos portugueses durante a colonização, assim como muitas outras tradições. Quando introduzida no Brasil, a festa era conhecida como festa joanina, em referência a São João, mas, ao longo dos anos, teve o nome alterado para festa junina, em referência ao mês no qual ocorre, junho. Inicialmente, a festa possuía um forte tom religioso – conotação essa que se perdeu em parte, uma vez que é vista por muitos mais como uma festividade popular do que religiosa. Além disso, a evolução da festa junina no Brasil fez com que ela se associasse a símbolos típicos das zonas rurais. *** QUER ESTE PDF PRONTINHO? *** CLIQUE AQUI e deixe seu email! Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, onde compartilho dicas de professor para professor: debora.cantinhodamusica Conheça meu site: www.cantinhodamusica.com.br Abraços musicais! Debora Munhoz Barboni
Possibilidades de trabalho com a cultura indígena na aula de música sem esteriótipos O objetivo de trabalhar a cultura indígena nas aulas de música é fazer a criança conhecer músicas diferentes da sua, ampliando seu repertório de mundo e despertando o respeito e atenção em relação às outras culturas, compreendendo a riqueza e diversidade cultural destes povos. Existem muitas formas de iniciar o trabalho com as crianças. Seguem algumas sugestões: 1. A partir de uma roda de conversa, pergunte a criança o que ela sabe sobre a cultura indígena. Imagens reais podem ser disparadoras de memórias para as crianças. Para captar imagens, veja o site: https://maimuseu.com...://maimuseu.com.br/. Obs: EVAs não devem ser utilizados, pois em nada representam a cultura indígena. 2. A música indígena está ligada a momentos especiais e também a atividades do dia-a-dia da aldeia: para brincar, caçar, pescar, celebrar seus rituais ou para o famoso grito de guerra. Por isso , trabalhe com canções indígenas e para despertar o interesse das crianças, inicie o trabalho com canções de fácil assimilação, de acordo com a faixa etária, explorando sons do corpo, instrumentos musicais indígenas como tambores, diferentes chocalhos, pau de chuva, reco-reco, etc. Conheça o livro com canções indígenas (Outras terras, outros sons (Magda Pucci e Berenice de Almeida): LINK DO LIVRO - CLIQUE AQUI O vídeo abaixo, mostra instrumentos musicais indígenas e seus timbres. Para assisti-lo, CLIQUE AQUI 3. Onde tem música indígena (canto), tem história, mitos que geralmente tentam explicar a origem do mundo, a criação dos homens , o surgimento dos animais na terra. As histórias são entremeadas com músicas, que podem representar as falas de animais ou de seres da floresta. O narrador oficial é o pajé ou o líder da aldeia. Ele costuma sonorizar as histórias imitando o som do riacho, dos animais, do vento, da água. 4. Para trabalhar a cultura indígena, é importante trabalhar a história, a cultura e a música de outros povos indígenas. Este site é o mais completo que conheço sobre o assunto - CLIQUE AQUI 5. A criança aprende mais e melhor , através de uma abordagem ativa, onde ela tocará instrumentos, cantará pequenos trechos de músicas indígenas, dançará, dramatizará e fará a sonorização de histórias indígenas. É importante o professor criar um contexto forte entre as propostas, para trazer engajamento, afinal, sem atenção não há aprendizagem. Através da música indígena, podemos penetrar na cultura de forma mais potente, pois a criança poderá ampliar sua percepção, imaginação e expressão sobre o tema de forma lúdica e interativa, brincando e interagindo com o conteúdo e conhecendo a cultura de forma mais aprofundada. 6. Algumas curiosidades sobre a cultura indígena: - Nas aldeias, as músicas são transmitidas de forma oral, de geração em geração. Os cantos tem muitos sons anasalados e em geral são relacionados aos sons da natureza e seres da floresta . - Os indígenas brasileiros já foram chamados de muitos nomes, inclusive índios porque os europeus acreditavam que tinham chegado nas Indias, quando chegaram no Brasil. O termo mais correto, segundo os antropólogos (estudam a cultura de um povo) é o termo indígenas e cada povo indígena tem a sua própria cultura (língua, músicas, rituais). - Quando os europeus chegaram por aqui, tinham cerca de 5 milhões de indígenas. Em 2010, segundo uma pesquisa do IBGE, atualmente existem 230 povos indígenas (mais de 150 línguas, antes da colonização eram 1200) que somam 896917 pessoas. Algumas vivem em cidades, outras em áreas rurais. - Nomes de lugares que vieram do Tupi guarani: Ibirapuera, Anhangabaú, Ipanema, Piracicaba, Niterói, Paraná, Bertioga. Outras palavras: milho, oca, tambor, mandioca. Brincadeira: Jogo da Flecha (Fonte: Livro-Canto da Floresta) Antes de começar o jogo, você precisa selecionar nomes de diversas palavras indígenas que utilizamos, fazendo uma lista para que os alunos possam escolher os nomes que acharem mais interessantes. Vejam algumas citadas neste artigo ( Ibirapuera, Anhangabaú, Ipanema, Piracicaba, Niterói, Paraná, Bertioga. Outras palavras: molho, oca, tambor, mandioca.) O primeiro passo é mostrar o quadro aos alunos para que eles possam escolher um ou dois nomes. Começando a jogar O jogo se inicia com todos os participantes em roda. Uma pessoa ‘atira a flecha’ – isto é, faz o movimento com as mãos como se fosse atirar uma flecha -, falando o nome da palavra indígena escolhida e olhando, precisamente, para a pessoa que escolheu. Essa pessoa, que foi ‘flechada’, deve prosseguir da mesma maneira, isto é, ‘atirando a flecha imaginária’ e falando o nome da palavra indígena escolhida para outra pessoa. E o jogo segue. As pessoas têm que memorizar os nomes para não perder o tempo, pois o jogo tem que ser rápido e bem dinâmico. Quem se atrapalha ou esquece o nome, fica no centro da roda. Quando o participante é flechado pela segunda vez, ele deve usar o segundo nome escolhido, para ficar sempre alternando e ter uma maior diversidade de nomes. Mais curiosidades: - A música indígena é praticada até hoje , sendo constantemente praticada e renovada, como podemos ver neste link - CLIQUE AQUI CONCLUSÃO Fugir de estereótipos é fundamental no trabalho com a cultura indígena, como disse o maravilhoso educador H.J Koellreuter em uma palestra: “Trata-se de um tipo de educação musical que tem como tarefa transformar critérios e idéias artísticas em uma nova realidade, resultante de mudanças sociais. O humano, como objetivo da educação musical”. Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, dentre outras midias sociais, onde compartilho dicas de professor para professor: Instagram: @debora.cantinhodamusica Meu site: www.cantinhodamusica.com.br Abraços musicais, Prof. Debora Munhoz Barboni
Toda criança é capaz de criar: Orff Schulwerk Carl Orff foi um professor, maestro , compositor, pensador alemão que faz parte da primeira geração dos grandes mestres da educação ativa, juntamente com Emille Jacques Dalcroze, Zoltán Kodály e Edgard Willems. Seus princípios pedagógicos influenciam fortemente, os educadores musicais do mundo inteiro. Para Orff, a música elementar oferece oportunidades para vivências significativas, contribuindo para o desenvolvimento da personalidade do indivíduo. Na prática, a música cantada, dançada e tocada pela criança , insere os elementos da linguagem, da música e do movimento entendidos como unidade, abordados de forma conjunta e acrescidos pela improvisação. "A música elementar nunca é apenas música. Está ligada a movimento, dança e fala e por isso é uma forma de música em que se deve participar, em que se envolve. As crianças geralmente não gostam de estudar, mas gostam de jogar. Se você tiver seus interesses no coração, você as permitirá aprender enquanto jogam"- Carl Orff Veja na prática , uma atividade que fiz com meus alunos, utilizando princípios desta abordagem maravilhosa. Etapas da experiência musical: 1. Para o processo ser divertido e prazeroso, as crianças primeiro ouviram uma história baseada na letra da canção . 2. Depois , exploramos juntos o pulso, ostinato e as frases , caminhando, batendo palmas ou com brincadeira de mão em dupla e pulando no final de cada frase (vivência corporal). 3. Então, substituímos os movimentos com o corpo, por lenços, stretch band e esferas para explorarmos os aspectos rítmicos já trabalhados anteriormente com sons do corpo e com a voz (brinquedo projetivo). 4. Por fim, tudo que já havia sido vivenciado através do corpo, gestos, movimentos, foram aplicados nos instrumentos. Desta forma, o contexto se torna rico de estímulos e divertido, onde facilmente a criança aplica no instrumento sem precisar de muito ensaio, e tudo isso , através da brincadeira, pois o contexto e o processo são tão importantes quanto conteúdo. Segue o link do vídeo com o resultado - CLIQUE AQUI Essa abordagem foi desenvolvida na Alemanha, pelo educador musical Carl Orff (1895-1982) com contribuições de seu amigo Gunild Keetman (1904-1990). Muitas experiências envolvem técnicas com imitação, utilizando ecos rítmicos, melódicos, ostinatos, chamado e resposta, cânones. Além do trabalho com a voz e com o movimento, a Abordagem Orff Schulwerk valoriza e incentiva o trabalho com os instrumentos musicais de percussão miúda (pandeiros, clavas, maracas, ganzás, caxixi, triângulos, tambores, etc) e instrumentos de percussão melódicos, como os xilofones, metalofones, glockenpiels, etc. Neste trabalho com instrumentos, o professor utiliza com seus alunos, os bordões, melodias pentatônicas e ostinatos. A utilização dos instrumentos vem associada a atividades com o corpo e a voz, para tornar o processo mais lúdico e significativo para as crianças, como podemos perceber assistindo o vídeo abaixo: Durante o período de sensibilização para os elementos musicais, as crianças são convidadas a criarem e improvisarem, utilizando por exemplo a escala pentatônica de C. Basta tirarmos as notas Fa e Si, que a criança já poderá criar pequenas melodias. Obviamente, quanto mais a criança tiver vivenciado os elementos musicais, mais interessantes poderão ser as frases musicais criadas, porém toda iniciativa de criação é valorizada, por mais simples que seja. Alguns princípios desta maravilhosa abordagem: - Orff Schuwerk significa dançar, tocar, falar, cantar através de vivências que envolvem exploração, improvisação, imitação e composição; - Utiliza-se muitas danças folclóricas tradicionais para estimular o movimento criativo; - A criança é vista como potente para criar; - Foco no fazer musical coletivo para o individual; - A utilização dos instrumentos está associada a atividades com a voz, com o corpo, pois segundo Orff, deve -se praticar a música de forma ativa, ligada ao movimento, dança, fala, do corpo para o instrumento; - Desde o princípio, as crianças já participam de atividades que valorizam as experiências envolvendo o fazer musical , através da imitação, improviso e a criação, de forma orientada e progressiva. O objetivo é promover a aprendizagem musical através da exploração, criação e participação ativa a partir dos elementos musicais vivenciados através da voz, do corpo e dos movimentos, começando de tarefas mais simples às mais complexas, de acordo com a faixa etária e vivência musical anterior dos alunos. As práticas musicais , todas as iniciativas e contribuições por parte das crianças são valorizadas. "Experiência primeiro. Então intelectualize"- Carl Orff Atualmente, a Associação Orff Brasil é referência de estudo e oferece diversas formações para educadores que se interessam em trabalhar com a proposta pedagógica de Orff. Para mais informações sobre a Associação Orff Brasil, CLIQUE AQUI Para saber mais sobre essa maravilhosa abordagem, CLIQUE AQUI Sobre as obras de Carl Orff - CLIQUE AQUI Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, onde compartilho dicas de professor para professor: @debora.cantinhodamusica Abraços musicais, Prof. Debora Munhoz Barboni
BNCC e suas relações com a abordagem Reggio Emilia A BNCC é um documento que oferece diretrizes e eixos fundamentais para o desenvolvimento do currículo e do planejamento escolar. Uma das fontes de inspiração da BNCC é a Abordagem Reggio Emilia que é considerada por muitos especialistas uma das melhores do mundo. Paulo Fochi, um dos organizadores da BNCC, é um grande estudioso e admirador da Abordagem Reggio Emilia, como podemos perceber neste artigo: https://desafiosdaed...-brasil-paulo-fochi/ Vamos entender primeiramente o que é a BNCC na Educação Infantil e Reggio Emilia. BNCC A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento obrigatório que deve ser utilizado por todo o Brasil. A BNCC não é currículo, mas nos mostra o que é fundamental ter em mente no momento de planejar as aulas e o currículo. É um documento que nos oferece estruturas que embasam a construção de um currículo, com foco nas necessidades, interesses da criança e ajuda o professor ter foco e intencionalidade pedagógica nas suas ações. Vamos revisar alguns elementos norteadores da BNCC na Educação Infantil: Diretrizes - CUIDAR E EDUCAR Eixos Norteadores - Brincadeiras e interações Grupos: Bebês - 0 a 1 ano e 6 meses Crianças bem pequenas - 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses Crianças pequenas - 4 anos a 5 anos e 11 meses Não podemos nos esquecer que a BNCC orienta o professor a ajudar os alunos a desenvolverem não apenas competências cognitivas, mas também sócio emocionais. Saiba mais: https://sae.digital/base-nacional-comum-curricular-competencias Uma das habilidades emocionais mais importantes para serem desenvolvidas na Educação Infantil é ajudar a criança a desenvolver a resiliência emocional. É fundamental que a criança aprenda por exemplo, a lidar com a frustração, que faz parte da vida em diversos momentos. O planejamento precisa estar alinhado com estes elementos acima e também com os Campos de Experiências. Existem 5 campos de experiências. - O Eu, O outro e Nós: o foco maior está em ajudar a criança no desenvolvimento da identidade, respeito ao próximo, autonomia - Corpo, gestos e movimentos: o foco maior está no trabalho com a psicomotricidade, repertório corporal através do lúdico - Traços, sons, cores e formas: Desenvolvimento da sensibilidade, criatividade através das artes - Escuta, fala, pensamento e imaginação: Foco no trabalho no estimulo da comunicação, escuta ativa e linguagem - Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações: Foco em atividades investigativas, que exploram a pesquisa, a observação, a investigação, a manipulação Estes campos não são caixinhas fechadas, estão integrados entre si, porém ao decidirmos o tema central e o campo de experiência que focaremos, nossa intencionalidade pedagógica se torna mais clara e focada. Nos campos de experiências, a criança é a protagonista de sua aprendizagem e o professor é o facilitador, o veículo mediador do processo que oferece experiências significativas dentro de um contexto forte, para que a criança possa vivenciar, desenvolver habilidades para a vida real e ter seus direitos de aprendizagens garantidos. Os direitos de aprendizagem das crianças são: Explorar, Participar, Conhecer-se, Conviver, Brincar, Expressar. Saiba mais sobre os Campos de experiências e os direitos de aprendizagens neste link: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias Abordagem Reggio Emilia Reggio Emilia é uma cidade pequena localizada na Itália. Em 1991, ficou mundialmente conhecida pelo trabalho de excelência que era realizado na Educação Infantil e que começou após o fim da Segunda Guerra Mundial. Como surgiu a Abordagem? A criança é feita de cem - Loris Malaguzzi (1920-1994) A criança tem cem mãos cem pensamentos cem modos de pensar de jogar e de falar. Cem sempre cem modos de escutar de maravilhar e de amar. Loris Malaguzzi (1920-1994) era um professor universitário que morava na cidade vizinha e ficou sabendo que muitos pais que moravam em Reggio Emilia se organizavam para montar um espaço para deixarem seus filhos durante o trabalho. Eram pessoas visionárias que já viam potencial nas crianças, e gostariam que seus filhos tivessem acesso a uma rotina que ia além do nível assistencialista (cuidados com alimentação e higiene). Malaguzzi achou interessante a proposta inovadora para a época, que foi logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ele então decidiu acompanhar o processo de desenvolvimento da escola bem de perto, com foco na construção social e política local, que estava devastada pós-guerra. A Escola Inovadora começou a ficar muito conhecida na cidade e passou a ter cada vez mais adesão por parte das famílias. Este espaço pensado no coletivo, ficava em uma pequena vila na Itália chamada Vila Cella. O nome da escola era " 25 de Abril". Malaguzzi era um grande estudioso da Psicologia e da Pedagogia do Desenvolvimento e por falar vários idiomas, foi capaz de ter acesso e estudar profundamente a obra de grandes teóricos como Piaget, Vygotsky , Montessori , Irmãs Agazzi dentre outros, que colaboraram para sua visão inovadora na construção de uma proposta educacional na Educação Infantil daquela época, com foco no trabalho coletivo e colaborativo entre os pais, professores e crianças no processo de bem-estar e aprendizagem na escola para transformar a sociedade pós guerra a partir das crianças que seriam o futuro da nação. A iniciativa deu tão certo que a abordagem se tornou referência mundial em educação infantil e hoje engloba 40% das escolas da cidade. A rede Reggio Children é composta de 13 creches e 21 pré-escolas. Alguns princípios da abordagem: O que a criança precisa para se desenvolver? - Bem-estar - Criança é vista como potente para criar, participar e ser protagonista de sua aprendizagem - Abordagem baseada na lógica das próprias linguagens das crianças ("cem linguagens") - Tarefa prioritária do professor baseada na escuta e o reconhecimento das múltiplas potencialidades de cada criança - Foco na experiência/ saber fazer/desenvolvimento de habilidades: As crianças participam de “laboratórios do fazer”, que combinam as tradicionais linguagens gráficas, pictóricas e de manipulação, e também da psicomotricidade, ligadas ao movimento, comunicação verbal e não-verbal, as linguagens icônicas, o pensamento lógico, científico, natural, discussões éticas, e manejo de ferramentas multimídia, sempre objetivando que a criança aprende “com todo corpo”, de forma fluída e permanentemente integrada. Reggio Emilia hoje... Mais de 60 anos se passaram e hoje a Rede Reggio Emilia é considerada grande referência para escolas do mundo inteiro servindo de inspiração para a construção dos pressupostos teóricos práticos que estão na BNCC, como já vimos no início deste artigo. Um dos pontos fundamentais da Abordagem Reggio Emilia que foi utilizado na BNCC é que Malaguzzi orientou que a abordagem utilizada no espaço escolar na Educação Infantil deve ser baseada na lógica das próprias linguagens das crianças, que expressam seus sentimentos, pensamentos e desejos. Por isso o professor precisa ser um observador de seus alunos, para conhecê-los melhor, além de também estudar sobre desenvolvimento infantil. A visão que o professor tem da criança também é muito importante. Tanto na BNCC quanto na Abordagem Reggio Emilia, a criança é vista com um ser humano potente, capaz e protagonista de sua aprendizagem na escola. O papel do professor é o de mediador. BNCC e a Abordagem Reggio Emilia A BNCC inspirada em Reggio Emilia, utiliza essa perspectiva a partir das crianças, seus direitos e suas cem linguagens. A forma que o aluno se comunica e se conecta para aprender e se desenvolver são informações muito importantes no momento de planejarmos um contexto forte para promover a aprendizagem. Outro ponto importante em Reggio Emilia e que também se faz presente na BNCC é a importância dos registros feitos pelos professores, crianças e famílias no ambiente escolar, com foco em acompanhar o processo de aprendizagem do aluno em suas experiências significativas. Essas observações colaboram para que o planejamento se torne mais direcionado, reflexivo, significativo e personalizado para o aluno, que é considerado protagonista de sua aprendizagem e muito potente, por isso tem direitos de aprendizagens ativos, onde aprende através da experiência, através das brincadeiras e interações. Estes pressupostos teóricos são diferentes dos tradicionais, onde o professor conduz o tempo inteiro as atividades. Por isso para muitos professores, planejar de acordo com as diretrizes, eixos, pressupostos da BNCC é ainda um grande desafio. Quanto mais nos aprofundamos nos estudos voltados a Primeira Infância, Desenvolvimento Infantil, Psicologia do Desenvolvimento, mais perceberemos o quanto a Abordagem Reggio Emilia e a BNCC podem ajudar o professor a construir um currículo, planos de aula realmente significativos e de acordo com a cultura da infância para promover a aprendizagem integral (aspectos emocionais, motores e cognitivos) das crianças da Educação Infantil. Quero recomendar alguns links, caso você professor, queira se aprofundar mais no assunto: Site da educadora Katherine Stravogiannis, que é grande referência no conhecimento da abordagem Reggio Emilia no Brasil: https://pedagogiaeinfancia.com.br/ Livro: “As cem linguagens da criança"- Carolyn Edwards, Leila Gandini, George Forman, Maria Carmem Silveira Barbosa Livro: “Diálogos com Reggio Emilia: Escutar, investigar e aprender"- Carla Rinaldi, Vania Cury BNCC: http://basenacionalc...nalcomum.mec.gov.br/ Reggio Emilia: https://www.reggioch...w.reggiochildren.it/ E você? Já ouviu falar da Abordagem Reggio Emilia? Já utiliza os pressupostos teóricos utilizados por essa abordagem e pela BNCC no seu planejamento e construção de currículo? Escreva nos comentários... Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, onde compartilho dicas de professor para professor: @debora.cantinhodamusica CLIQUE AQUI para entrar no meu grupo do WhatsApp Abraços musicais, Prof. Debora Munhoz Barboni
Quais critérios devemos levar em conta na escolha de repertório para nossas aulas? Essa é uma pergunta que muitos professores me fazem, e por isso resolvi escrever este artigo. Saber escolher um repertório a curto, médio e longo prazo, perceber o que mais funciona para cada faixa etária e para os seus alunos, saber adaptar, arranjar e até mesmo compor canções, são práticas recorrentes do professor de música que está na sala de aula. Algumas perguntas norteadoras na escolha do repertório Qual a faixa etária dos alunos? Que temas são interessantes para eles? Quais objetivos de aprendizagem quero trabalhar e quais canções, músicas que podem me ajudar a tornar este contexto, este caminho para aprendizagem, mais rico, funcional e lúdico? É importante levar em conta a tessitura vocal da criança (de maneira geral localizada entre a nota Dó 3 e Fá 4). A música “Como é grande o meu amor por você” de Roberto Carlos é linda, mas o tom escolhido pelo cantor possui uma tonalidade muito grave para uma criança cantar. Nestes momentos, é melhor que o professor faça uma adaptação, mude o tom, para que fique mais confortável para uma criança cantar, e seus ouvintes a ouvirem. O repertório precisa favorecer e ajudar a viabilizar o desenvolvimento vocal infantil. Respeitar a tessitura vocal infantil é muito importante! Por exemplo, muitas vezes, subir ½ tom faz toda a diferença para acomodar com naturalidade a voz infantil. O texto também deve ser apropriado para a faixa etária, com músicas onde a criança possa brincar. Isso torna o processo mais divertido, dinâmico, e incentiva a criança a querer repetir a música. Sabemos que a repetição é fundamental para a aprendizagem, por isso, alie este repertório com técnicas de musicalização, expressão corporal e brincadeiras musicais. Antes de mostrar a música para seus alunos, verifique se o vocabulário é adequado, acessível para a faixa etária de seus alunos (nada muito fácil, nem muito difícil). Analise os acentos fonéticos em relação à acentuação musical (se estão corretos), afinal o que levamos de repertório irá contribuir para a formação do gosto musical e a acuidade auditiva dos nossos alunos. É importante o professor estudar o repertório que irá apresentar para as crianças. Ao escolher a música, cante várias vezes, observando o fraseado, a melodia, a letra e depois a interpretação. De preferência, decore a letra da música! Estude o conteúdo do texto. Quando o professor está seguro sobre o que vai ensinar, tudo fica mais fácil. Na sala de aula, os repertórios mais utilizados são: - Canções pedagógicas - Músicas de outras culturas - Músicas do folclore - Músicas brasileiras - Músicas eruditas - Histórias cantadas / sonorizadas - Parlendas, textos rítmicos, trava-línguas - Trabalho a vozes e cânones (crianças mais velhas) - Capella Além de um bom repertório, o professor precisa sempre ter em mente os objetivos de aprendizagem dentro do currículo. Isso ajuda a trazer clareza e intencionalidade nas ações, de acordo com as necessidades e interesses dos alunos. Por exemplo, muitas vezes o objetivo do repertório é performático, envolve uma apresentação escolar. Outras vezes o objetivo é pedagógico, trabalhar conteúdos específicos. Outras vezes são determinados pela instituição a qual pertence. Exemplo: Hino do Colégio. Outro ponto fundamental, além da faixa etária é a vivência musical dos alunos. São iniciantes ou experientes? A partir destas informações, o professor escolherá as músicas e atividades pertinentes, com o grau de dificuldade que irá despertar o gosto dos alunos pela atividade. O professor deve levar um repertório diferente do que a criança já ouve normalmente em casa, para ampliar seu repertório. É importante variar os estilos e gêneros musicais que vamos apresentar! A criança que cresce em um ambiente musical, que canta em grupo, desenvolve sua percepção auditiva e afinação, podendo ampliar sua extensão vocal. Desenvolverá sua dicção, precisão rítmica, sua criatividade e expressão corporal, principalmente se as aulas oferecerem oportunidades para os alunos terem seus direitos de aprendizagem respeitados. Ou seja, atividades onde o aluno poderá explorar, participar, brincar, conviver, conhecer-se, expressar-se. Todos podem desenvolver a inteligência musical, basta um bom método, repetição, paciência com o processo e treino. Procurando repertório para suas aulas? Conheça os CDs do Cantinho da Música neste link - CLIQUE AQUI Não é à toa que o mestre Villa Lobos dizia: “Um povo que canta é um povo feliz” Abraços musicais, Prof. Debora Munhoz Barboni
Como brincar em casa com nossas crianças utilizando a música e, ao mesmo tempo, ajudá-las em seu desenvolvimento durante este período de quarentena? Estamos passando por um momento difícil, histórico e cheio de desafios. Um deles, para quem tem filhos, é manter as crianças em casa, sem ter um "surto psicótico" (rsrs). É importante deixar claro, que não é necessário entreter a criança o tempo todo. Os momentos de "tédio" são muito importantes e nós adultos também temos muitas coisas a fazer. Porém, o dia é longo e se nos programarmos, dá tempo sim, para oferecer um tempo de qualidade aos nossos filhos, para que eles terminem essa quarentena (porque este momento vai passar) lembrando o quanto foi divertido ficar com o papai e a mamãe em casa. É engraçado e curioso como essas atividades tão simples marcam as crianças. As vezes quando pergunto para minha filha ou para um aluno: - O que você mais gosta de fazer com o papai, ou com a mamãe? A resposta sempre envolve brincadeiras. Seguem algumas atividades para incluir durante a semana, na rotina da criança. Se gostar do artigo, compartilhe com os amigos! Sugestões de Atividades 1. Histórias Escolha histórias com temas nos quais é possível retratar o ambiente sonoro da cena. Histórias com animais estão entre as prediletas dos bebês e crianças da educação infantil, mas explore temáticas diferentes como sons do campo, da praia, da fazenda, diversificando as fontes sonoras, utilizando objetos do dia-a-dia e instrumentos musicais. As histórias devem ser bem curtas e objetivas, para não ficar cansativo aos pequeninos. Os sons do ambiente, quando contextualizados em uma história, tornam a experiência mais significativa e prazerosa. Imite, por exemplo, o som do patinho quando este aparecer, cante uma música que você conheça que seja curtinha sobre “pato”. Utilize gestos e expressões corporais, imite o som do pato nadando na lagoa, enfim, use a criatividade para revelar diferentes ambientes sonoros (do campo, da cidade, de objetos, etc.) através da história, treinando assim a percepção auditiva e a imaginação da criança. São atividades simples, porém eficientes, que oportunizam uma exposição sonora que irá introduzi-los no convívio social. Histórias interativas também são muito divertidas, veja logo abaixo! Receita da massinha utilizada no vídeo acima: 2 copos de farinha de trigo 1/2 copo de sal 1 copo de água 1 colher de chá de óleo Corante alimentício Faça e utilize na história! História de mãos: Sr. José e Sr. Mané – CLIQUE AQUI Pom Pom Pom – CLIQUE AQUI 2. Canções com percussão corporal e danças Existem muitas canções que podem ajudar seu filho a entender o significado das palavras e a conexão com as ações. Por exemplo, a música “Palma, palma, palma” induz a criança a bater palmas, “Cabeça, ombro, joelho e pé” explora o esquema corporal. Canções que estimulam a percussão corporal (bater palmas, pés, sons com a boca, etc), movimentos de correr, pular, andar, marchar não apenas trarão momentos divertidos entre vocês, como também contribuirão para o fortalecimento da musculatura, desenvolvimento do senso rítmico, da percepção e da coordenação motora do seu filho. Atividade rítmica c/ sons do corpo e prática c/ xilofone – CLIQUE AQUI A dança abaixo, estimula a expressão e o esquema corporal. Dançar alivia a ansiedade, por isso som na caixa!!! Mestre de Roda – CLIQUE AQUI Para adquirir a canção: Mestre de Roda (Debora Munhoz Barboni), clique no link abaixo. CD - Vai Começar vol. 1 – CLIQUE AQUI 3. Brincadeiras em dupla Trabalhar com rimas, parlendas e brincadeiras infantis com as crianças são atividades indispensáveis, pois possibilitam que a criança tenha contato com a linguagem de forma lúdica e prazerosa. Um exemplo é a parlenda que brinca com os dedinhos (Dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura bolo, cata piolho...) que conta os dedinhos e que termina tocando o bebê e fazendo cócegas. Os pequenos demonstram entusiasmo com atividades assim. Brincadeiras de colo, como “Upa, upá cavalinho” são uma das brincadeiras favoritas dos bebês. O adulto pode cantar variando a velocidade da canção, ora mais rápida, ora mais devagar, para que brincando a criança perceba diferentes andamentos. Canções que brinquem de esconder e achar o bebê também estão entre as brincadeiras prediletas. Atividades em duplas, como serra-serra serrador, também são muito interessantes, pois fazem com que a criança vivencie a pulsação da música e ao mesmo tempo interagem de mãos dadas com quem está brincando com ela. São atividades simples e que atraem até os bebês mais pequeninos. Atividade rítmica com copos – CLIQUE AQUI Para adquirir a canção: Jack in the box (Folclore Americano), clique no link abaixo. CD Canções para Brincar vol.2 – CLIQUE AQUI Teatro de Fantoches: A professora Tatiana gravou um vídeo fazendo teatrinho para seus filhos em casa, com a música: O palhacinho (Debora Munhoz Barboni). Além de trabalhar com elementos surpresas, é uma canção que enfatiza a altura do som (grave e agudo). Vejam o vídeo enviado pela querida professora Tati Camargo - CLIQUE AQUI para assistir. Para adquirir a canção: Toc toc palhacinho (Débora Munhoz Barboni), clique no link abaixo. CD - Vai Começar vol. 1 – CLIQUE AQUI Caixa Surpresa: Uma proposta que faz o maior sucesso com as crianças, é a canção: “Caixa Surpresa” (Debora Munhoz Barboni) que também está no meu CD - Vai Começar vol. 1. Ela atrai a atenção desde bebês a crianças maiores e por ser uma canção que integra músicas conhecidas, traz boas memórias e recordações. Sempre insiro essa canção na volta ás aulas porque ela faz a criança se sentir em um território seguro, conhecido e que trará confiança e alegria entre vocês. O vídeo enviado pela professora Keila Lima, aconteceu na Creche Medalha Milagrosa e encantou os bebês. Essa proposta é encantadora para crianças até 6- 7 anos de idade Caixa Surpresa – prof. Keila – CLIQUE AQUI Para adquirir a canção: Caixa Surpresa (Débora Munhoz Barboni), clique no link abaixo. CD - Vai Começar vol. 1 – CLIQUE AQUI 4. Repertório a utilizar Além do repertório folclórico, atualmente temos uma infinidade de CDs produzidos por professores de música e compositores muito competentes, que muitas vezes lidam com esta faixa etária diariamente e fazem músicas especificas para interação entre pais e filhos. É importante ampliar o repertorio musical do seu filho oferecendo estilos variados, como música clássica, MPB, de outras culturas, etc. Pesquise, converse com um professor de música pedindo indicação de bons materiais e selecione um repertório de qualidade para a educação musical do seu filho. Instrumentos Musicais Apresentar instrumentos de percussão (chocalhos pequenos e leves, clavas, tambores) para que os bebês possam explorar ou acompanhar com canções, também desenvolvem a coordenação fina dos membros superiores, além de, estimular a fala e a percepção para os instrumentos musicais. Os mais adequados, são os da pequena percussão, pois são leves, tem um som curto e preciso, facilitando o trabalho do desenvolvimento da pulsação na música, que é o primeiro aspecto da rítmica a ser estimulada com crianças pequenas. Até os 2 anos principalmente, as crianças costumam levar tudo o que observam na boca (fase oral), portanto, é muito importante que os instrumentos e objetos utilizados na aula estejam limpos, não possam ser engolidos e não tragam risco ao bebê. Assistir um vídeo abraçadinho com seu filho em casa, também é uma ótima alternativa para essa quarentena. Seguem alguns exemplos de vídeos que gravei, utilizando instrumentos musicais: Instrumentos Musicais para Bebês e Crianças pequenas – CLIQUE AQUI A Linda Rosa Juvenil - CLIQUE AQUI Caixa Surpresa com canções Folclóricas – CLIQUE AQUI Atividade de palmas com Seu Lobato – CLIQUE AQUI 5. Construa uma garrafa sensorial com sua criança!!! As crianças demonstram muito interesse em descobrir, explorar. Desta forma, ela constrói conceitos através da pesquisa, como protagonista, onde o adulto é o mediador que auxilia quando necessário (leve sempre em conta a faixa etária da criança). A garrafa sensorial é um objeto fácil de construir, que acalma a criança e a deixa concentrada para produzir. Construindo Garrafas Sensoriais – CLIQUE AQUI 6. Relaxamento A história cantada abaixo, trabalha o esquema corporal e prepara a situação para um relaxamento. Assista o vídeo abaixo: Tommy (folclore americano). Pegue um bonequinho para ser o “Tommy” e encene para a criança (teatrinho). Depois deixe que ela seja a protagonista com o bonequinho ou sendo ela mesma o “Tommy” dramatizando de acordo com a letra da canção. Depois, convide a criança a deitar para receber a massagem. O uso de texturas diferentes, como lã, bolinhas de algodão, de madeira, bichinhos de látex, promovem um interesse especial no momento destinado às massagens, sempre conectadas à música. Pincéis com cerdas macias (pincéis de blush, por exemplo), quando passados em cima das sobrancelhas, ao redor do seu rostinho, o acalmam e o preparam para o sono. Os papéis podem ser trocados. Que tal agora o filhinho fazer massagem no pai / mãe? História Cantada com Gestos – CLIQUE AQUI Para adquirir a canção: Tommy (Folclore Americano), clique no link abaixo CD – Canções para Brincar vol.1 – CLIQUE AQUI Cantar, dançar, brincar, é só começar! O mais importante é proporcionar a você e seu filho, momentos de prazer e diversão. Faça isso por ele e por você mesmo. Desta forma ele vai perceber como é divertido cantar e estar com você, e naturalmente, laços afetivos recheados de boas lembranças serão construídos, de uma forma natural e eficiente, no conforto da sua casa. Depois disso voltará ao preço normal. Aproveite! Oferta nunca vista anteriormente no site! Até a próxima, Abraços musicais! Debora Munhoz Barboni
Como musicalizar bebês e crianças bem pequenas de acordo com a BNCC O assunto hoje é: Musicalização de bebês e crianças bem pequenas !!! A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), classifica a faixa etária de bebês, de 0 a 1 ano e 6 meses. Crianças bem pequenas são classificadas de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses. Ambas faixas etárias, demonstram muito interesse por música. O objetivo principal das aulas de musicalização, não é ensinar a criança a tocar um instrumento musical (tocar, conhecer e explorar instrumentos são partes da aula, mas não a mais importante). O objetivo principal é ajudar a criança em seu desenvolvimento integral (em seus aspectos motores, cognitivos e emocionais) e fazer com que a criança amplie seu repertório musical. É a música utilizada como linguagem, como ferramenta para o crescimento. As propostas musicais envolvem o movimento, atividades de escuta/percepção, instrumentos musicais, socialização, e relaxamento. No dia 29 de maio, teremos o curso ”Musicalização de bebês e crianças bem pequenas”. Os participantes receberão apostila, áudios em MP3, certificado, curso ao vivo e a gravação para assistir todo o conteúdo por mais 2 mês. ATENÇÃO: As inscrições do curso se fecharão no dia 28 de maio. A partir desta data, não será mais permitido fazer a inscrição! Para mais informações, entre no grupo do whatsapp - CLIQUE AQUI (Saiba a data do evento, horário, formas de pagamento, etc) Temos que ter em mente como educadores, que são crianças muito capazes, que tem direitos de conviver, brincar, explorar, participar, conhecer-se e expressar-se. A música pode ajudar o professor a garantir os direitos de aprendizagem, alimentando os campos de experiências e ao mesmo tempo trabalha as competências de uma forma muito eficiente. As aulas de música com bebês e crianças até 4 anos, geralmente possuem a duração de 30-45 minutos. Parece ser um longo tempo de aula, porém, quando o professor utiliza recursos, repertório, sequência de aula de acordo com os interesses e necessidades da criança, tudo fica muito produtivo, encantador e os benefícios são enormes. Qual repertório é utilizado nas aulas? Para captar a atenção dos bebês e crianças bem pequenas, o ponto de partida é apresentar propostas com temas do universo deles. Nas aulas, as crianças aprendem uma variedade de canções envolvendo a natureza, brinquedos, animais, estações do ano, etc. Também trabalhamos com músicas eruditas, folclóricas, de outras culturas, utilizando técnicas/metodologias ativas para que a criança se sinta motivada a querer participar, afinal, o contexto é tão importante quanto o conteúdo. Não podemos esquecer da visão que a BNCC tem sobre o bebê e as crianças: A BNCC reforça a visão da criança como protagonista em todos os contextos que ela faz parte: ela não apenas interage, mas cria e modifica a cultura e a sociedade. Parte-se do pressuposto de que a criança aprende por meio das experiências vividas no contexto escolar. O papel do professor é ser o mediador, que planeja com cuidado os espaços, materiais, propostas que vão captar a atenção do seu aluno para que ele alimente sua mente, e construa sua aprendizagem. Como já vimos, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) garante às crianças, 6 direitos: Conviver, brincar, participar, explorar, conhecer-se e expressar-se. Nas aula de música, os bebês e as crianças bem pequenas possuem o direito de participar ativamente, seja cantando, tocando, dançando, utilizando brinquedos projetivos, etc. Elas também tem a oportunidade de explorar livremente os materiais sensoriais apresentados, sem intervenção do professor. O brincar livre sempre é um dos momentos mais esperados. Elas também se expressam através dos gestos e do movimento, socializam nas diversas propostas interativas que acontecem no decorrer da aula. “É essencial que a criança descubra por ela mesma. Se lhe ajudamos a solucionar todas as suas tarefas, lhe tiramos o mais importante para o seu desenvolvimento mental. A criança que consegue algo por meio de experimentos autônomos adquire conhecimentos completamente distintos dos de uma criança a qual é oferecida previamente a solução” - Emmi Pikler. Segundo Henri Wallon, psigogenista francês, o desenvolvimento da criança ocorre pela maturidade biológica e pela influência do ambiente em que vive. Os estágios do desenvolvimento, segundo Wallon, são: - Impulso emocional (0 a 1 ano) - Sensório motor e Projetivo (1 a 3 anos) - Personalismo (3 a 6 anos) - Categorial (6 a 11 anos) - Puberdade e adolescência (11 anos) Geralmente, as aulas de musicalização são oferecidas para crianças a partir de 6 meses de idade. As aulas do primeiro estágio possuem muitas propostas de interação entre mãe e filho ou em caso de escola regular, educador e bebê . São músicas que sugerem abraçar, balançar, embalar e proporcionam muito afeto entre o familiar e a criança, que também já demonstra interesse em explorar objetos com as mãos e com a boca. Por isso o professor deve estar muito atento na escolha dos materiais oferecidos, instrumentos musicais para que sejam seguros e interessantes para os bebês. Assim que começam a andar (estágio sensório-motor), as crianças demonstram interesse por canções que sugerem movimentos, brincadeira de roda, de colo, de mãos, histórias de mãos, canções gestuais . Os momentos de exploração livres também atraem as crianças deste estágio, por isso, o professor pode oferecer maior variedade de instrumentos e objetos sonoros. Existe uma graduação de estímulos, de objetivos de aprendizagem conforme a faixa etária. A partir dos 2-3 anos, as aulas de musicalização ampliam o repertório de propostas envolvendo histórias interativas , jogos cantados, atividades de percepção, esquema corporal, práticas instrumentais com divisão de naipes, etc. Conhecer os interesses e necessidades das crianças em cada estágio, oferece ao professor maior clareza para planejar e executar as aulas com maior assertividade e flexibilidade, lembrando que imprevistos as vezes acontecem. Na escola regular, a música traz alegria para diversos momentos da rotina e alimenta os campos de experiência com muita ludicidade. O professor que possui um repertório de canções vasto, certamente percebe o quanto a música é uma ferramenta poderosa para a integração, motivação das crianças na sala de aula. Os familiares que participam da aula, aprendem propostas para enriquecerem a vida da criança em diversos momentos de sua rotina. Na aula muitas vezes a criança é bem quietinha e observadora, porém em casa, reproduz as brincadeiras e canta trechos das músicas aprendidas. Cada aula geralmente possui uma temática , com canções, brincadeiras, histórias, para tornar o contexto mais forte. A criança aprende brincando. Cada atividade tem um propósito para estar ali. Não são brincadeiras soltas para apenas entreter a criança. Conhecer sobre desenvolvimento infantil, é fundamental para planejar a aula com fundamento. A partir da BNCC, os conteúdos precisam estar inseridos em campos de experiências, que não são caixinhas fechadas. Os 5 campos conversam entre si e o objetivo é trazer um contexto forte para que a criança realmente vivencie o conteúdo de forma significativa. 1. Eu, o Outro e Nós Um dos objetivos da aula de música é desenvolver a socialização. As crianças participam de canções que utilizam os nomes de cada participante da aula, socializam objetos, participam de brincadeiras de roda, canções em dupla dando as mãozinhas para o coleguinha, etc. Também descobrem que seu corpo produz sons e que estes timbres corporais são instrumentos que podemos utilizar apara acompanhar canções, seja batendo palmas, os pés, batendo na perna, etc. São canções simples, curtas fáceis de memorizar, que desenvolvem a oralidade e ampliam o repertório de palavra dos pequenos. É importante o professor entender que existem objetivos de aprendizagem por trás de cada proposta escolhida. Vejam alguns exemplos de objetivos de aprendizagens das propostas acima: - Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos outros (EI01EO01) - Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente (EI01TS01) Proposta prática - CLIQUE AQUI 2. Sons, traços, cores e formas Instrumentos musicais Instrumentos musicais são muito utilizados e são uma das partes da aula de música. São fundamentais para ajudar a criança no desenvolvimento da percepção e da psicomotricidade. Seja tocando, explorando livremente ou participando de uma brincadeira musical, os instrumentos musicais propiciam o refinamento da praxia fina, a coordenação viso-motora, que são fundamentais para o desenvolvimento integral. Percepção Através dos sentidos, a criança conhece o mundo e amplia sua inteligência. Através de histórias e brincadeiras musicais, pesquisas sonoras e momentos de exploração, a criança descobre e reconhece fontes sonoras , que a auxiliam a identificar e conhecer o mundo que a cerca. Brincando e interagindo com sons diversos, a criança vivencia os elementos musicais de forma natural e se apropria da linguagem musical, se divertindo e ampliando seu repertório e sua leitura do mundo. “Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes” - Rubem Alves Proposta prática - CLIQUE AQUI Vejam alguns exemplos de objetivos de aprendizagens das propostas acima: - Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias (EI01TS03). - Oportunizar a diversão às crianças através de objetos sonoros (EI02TS02) - Identificar e criar diferentes sons e reconhecer rimas e aliterações em cantigas de roda e textos poéticos (EI02EF02) Exploração Os momentos de exploração livre são muito valorizados pelas crianças bem pequenas, onde elas exploram objetos, instrumentos musicais, matérias sensoriais, sem interrupção do adulto, que observa seus alunos com uma escuta atenta: “Quando uma criança atua por iniciativa e interesse próprio, adquire capacidades e conhecimentos muito mais sólidos que se tratamos de lhe ensinar. É essencial que a criança descubra por ela mesma. Se lhe ajudamos a solucionar todas as suas tarefas, lhe tiramos o mais importante para o seu desenvolvimento mental. A criança que consegue algo por meio de experimentos autônomos adquire conhecimentos completamente distintos dos de uma criança a qual é oferecida previamente a solução.”- Emmi Pikler - Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente (EI01TS01); - Explorar o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentando e fazendo descobertas (EI01ET03). 3. Escuta, fala, pensamento e imaginação Na aula, temos o momento da história , onde o professor pode utilizar elementos surpresas como objetos sonoros (por exemplo), contos utilizando as mãos/gestos, histórias interativas utilizando percussão corporal, onde o corpo se torna um brinquedo sonoro rico e lúdico. Não é obrigatório utilizar história nas aulas, porém é uma ferramenta lúdica poderosa para captar a atenção na criança e ajuda-la no desenvolvimento da percepção. Vejam alguns exemplos de objetivos de aprendizagens das propostas acima: - Imitar as variações de entonação e gestos realizados pelos adultos, ao ler histórias e ao cantar (EI01EF05) Proposta prática - CLIQUE AQUI 4. Corpo, gestos e movimento Movimento Nas aulas de música, a criança tem contato com diversos estilos musicais, instrumentos, timbres e gêneros musicais. Muitas propostas utilizam o corpo, gestos e movimento. Através de brincadeiras de colo, de mãos, de roda, danças, marchas, cirandas,parlendas ou lenga-lengas a criança apreende o mundo e constrói conceitos facilmente. Já dizia Aristóteles: “Não há nada no intelecto que não tenha passado pelos sentidos” Porém a criança precisa querer participar. É muito importante o professor escolher um repertório lúdico que motive a criança a desejar interagir, repetir, para que assim ela construa o conhecimento que ela precisa desenvolver. - Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras (EI02CG01). Proposta prática - CLIQUE AQUI Obs.: Com os bebês, as propostas em rodas são muitas vezes realizadas no colo de um adulto. 5. Espaço, tempo, quantidade, relações e transformações Em cada proposta, o professor deve levar em conta o espaço que tem disponível e como podemos transformá-lo para agregar ainda mais valor para o contexto, para que ele se torne mais impactante. Quanto tempo você terá para a atividade? Na sua aula, você está garantindo os direitos das crianças? Porque você merece a atenção dos seus alunos? O que este conteúdo que você vai ensinar, agregará na vida dele? Que transformação você está promovendo com seus alunos, através da sua aula? Essas são algumas perguntas que temos que ter em mente, neste nosso tempo finito. Para terminar a aula, sempre é interessante fazer um relaxamento com as crianças, para que elas possam desacelerar. Relaxamento “São atividades que promovem uma desaceleração gradativa de movimentos, além de propiciar um momento de aconchego, tranquilidade e paz. As canções selecionadas para essa ocasião, quer pelo compasso e andamento, quer pela linha melódica, que tende a linearidade e repetição, sugerem suavidade, singeleza e ternura”- Elvira Drummond Seja uma história, um relaxamento dirigido, uma música com sons repousantes, o relaxamento é de suma importância na aula de música. Objetivo de aprendizagem: - Reconhecer seu corpo e expressar suas sensações em momentos de alimentação, higiene, brincadeira e descanso (EI01EO05). Proposta prática - CLIQUE AQUI Considerações finais A musicalização infantil é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento infantil. Ela conversa com todos os campos de experiências, garante os direitos de aprendizagem e trabalha objetivos pertinentes a cada faixa etária, desenvolvendo as competências de forma efetiva, principalmente quando o professor é afetivo e conhecedor das necessidades e interesses de cada faixa etária. Se você quer aprender mais técnicas de musicalização para suas aulas, repertório e planejamento para estimular bebês e crianças bem pequenas, quero te convidar para participar do meu PROXIMO CURSO: “Musicalização de Bebês e crianças bem pequenas” Os participantes receberão apostila, áudios em MP3, certificado, curso ao vivo e a gravação para assistir todo o conteúdo por mais 2 mês. Para mais informações: 11 97647 6562 Acesse este link para para mais informações sobre o curso - WhatsApp - CLIQUE AQUI (Saiba a data do evento, horário, formas de pagamento, etc) ATENÇÃO: As inscrições do curso se fecharão no dia 28 de maio. A partir desta data, não será mais permitido fazer a inscrição. “É preciso perceber que os bebês e as crianças não são objetos, mas sujeitos. Precisam de respeito, de relações respeitosas”, Sylvia Nabinger. Agradecimentos À todas as mães de alunos que gentilmente cederam estas fotos para o artigo, que investem na musicalização Infantil e estimulam seus filhos desde pequenos. À todas elas o meu muito obrigado, e digo que, certamente colherão dos frutos deste trabalho! Ana, Malu e Lipe Serafim Von Oheimb Hauenschild (Mãe, filha e filho) Betina e Peter Gewehr (Mãe e filho) Isabel e Olivia Paulino da Costa Tartuci (Mãe e filha) Adriana e Ana Luisa Fraiha Garcia (Mãe e filha) Giselle e Arthur Moura Yamashiro (Mãe e filho) Priscila e Theo Munhoz Sabará (Mãe e filho) Christiane e Antonella Cervantes (Mãe e filha) Abraços musicais, Prof. Débora Munhoz Barboni
É frustrante preparar uma aula com todo o empenho e perceber que seus alunos não se engajaram com o conteúdo que você preparou. Para um contexto ser realmente significativo, temos que escolher estratégias, utilizar recursos, linkar as propostas de forma coerente e ter uma boa comunicação com os alunos. Neste artigo, quero compartilhar dicas práticas de como você professor, pode melhorar a comunicação com os alunos. Na nossa vida, a comunicação acontece o tempo todo. A cada momento, estamos transmitindo mensagens para as pessoas, seja no trabalho, com a família, com os amigos e com nossos alunos. Temos que ter em mente, o contexto é tão importante quanto o conteúdo. As estratégias, a forma que o professor se comunica com seu aluno, é de fundamental importância para tornar o contexto mais relevante, quando estamos ensinando um conteúdo. Portanto, a boa comunicação, é fundamental para um bom relacionamento com nossos alunos se desejamos que eles aprendam o conteúdo que precisamos ensinar. Primeiro ponto importante a ser levado em conta, é que todos nós podemos aprimorar nossa comunicação, todos somos capazes, basta esforço, observação e treino. Isso me faz lembrar de uma história que ouvi, sobre o pianista Arthur Moreira Lima: Uma pessoa chegou até ele após ouvi-lo tocar e disse: Eu daria a vida para tocar como você E ele respondeu: Mas foi exatamente isso que eu fiz, dediquei minha vida para meus estudos de piano. Ou seja, por trás de um mestre, sempre há muito estudo, treino, observação e dedicação. Tenha sempre em mente, que você professor é um líder que influencia seus alunos, para o bem ou para o mal. É através da sua postura, os caminhos escolhidos para ensinar, que você fará seu aluno se interessar pelo conteúdo ou odiá-lo. Pude vivenciar na prática este conceito aos meus 14 anos. Eu que sempre odiei matemática, nesta idade (primeiro ano do Ensino Médio), passei a olhar a matéria com outros olhos e a me interessar pelo conteúdo que a professora passava, e claro, terminei o ano com excelentes notas. Tenho certeza que boa parte desta mudança, se deu pela postura da professora Claúdia, que era uma professora alegre, disposta a nos ajudar e que tinha uma excelente didática. Ela reforçava com elogios sinceros os comportamentos positivos que eu demonstrava, e eu a observava com muita admiração. Muitos anos se passaram, nunca mais a vi. Porém, quando penso em professores que fizeram diferença na minha vida, ela foi uma delas! Daí vem a pergunta: Você gostaria de ser lembrado desta forma por seus alunos? Bem, se você está lendo este artigo, é porque provavelmente gosta do meu trabalho, então quero compartilhar com você, dicas práticas que eu acho relevante para que eu e você possamos cada vez melhorar nossa comunicação com nossos alunos: 1. Observe os melhores, para aprender com eles. Sempre procurei observar atentamente (de modo detalhado), as pessoas que eu admirava. É como diz o famoso ditado: “O sucesso deixa pistas”. Portanto, busque inspirações de pessoas que você percebe que são bons comunicadores, bons professores. Não se esqueça, porém, de ser você mesmo! Isso quer dizer que você precisa conhecer a si mesmo, para descobrir suas habilidades, deficiências para ser alguém melhor. Não é mudar sua essência, mas buscar inspirações para melhorar aspectos da sua comunicação (gestos, expressões, entonação da voz, etc). 2. Busque conhecimento prático Nasce um professor, nasce um aprendiz. Se sabemos que a criança precisa repetir para aprender, como professor, precisamos trazer diferentes abordagens para o trabalho de um conteúdo, para que a criança se sinta motivada. Vamos ver alguns exemplos de professoras que aplicaram diversas técnicas no trabalho de uma mesma canção, em diferentes faixas etárias, com a música Dona Centopéia (Debora Munhoz Barboni), CD Vai começar. Para adquirir o CD Vai Começar - CLIQUE AQUI As professoras Josiane e Daila (Centro Educacional Complementar Ewald Bruno Julius Kress), precisavam que seus alunos aprendessem a canção: Dona Centopéia. Ao invés de simplesmente colocar a música para as crianças ouvirem, elas trouxeram a canção “vestida de diversas brincadeiras”, utilizando expressão corporal, lenços, etc. Veja os vídeos abaixo: Em fila, com lenços - CLIQUE AQUI para assistir este vídeo Em roda - CLIQUE AQUI para assistir este vídeo A professora Marilene Gomes, utilizou a mesma canção com bambolês - CLIQUE AQUI para assistir este vídeo A professora Rita de Cassia, utilizou molas - CLIQUE AQUI Para adquirir o CD Vai Começar - CLIQUE AQUI Porém, só poderemos ampliar nosso olhar criativo, se estudarmos, portanto, buscar conhecimento prático, irá trazer desenvoltura e técnicas para encantar seus alunos. Além disso, cada proposta tem que ter um objetivo específico. Vamos pensar nos conteúdos trabalhados acima? Noção de fraseado, noção de pulsação, coordenação, canto, desenvolvimento psicomotor, concentração, observação, sociabilização, expressão corporal, expressão teatral. Uma canção também pode ser utilizada para sensibilizar seus alunos para trabalhar outros conteúdos, por exemplo: qual é o estilo musical da música Centopéia? Baião! É um ritmo brasileiro. Quais os instrumentos utilizados? Quais são os músicos brasileiros mais conhecidos por tocarem este estilo? Quais são os materiais sonoros utilizados na canção? Exemplo: timbre de instrumentos, andamento da canção, dinâmica... Qual o caráter expressivo da canção, ou seja, qual o efeito que a música lhe passa, a partir dos materiais sonoros utilizados? Qual é a forma da música (estruturação musical com as frases, com partes iguais, partes diferentes, seções, ostinatos, etc). Quais outros animais do jardim existem? Como é o som deles? Vamos imitá-los corporalmente, com a voz, com movimentos? Obviamente, que para construir seu plano de aula, você precisa conhecer seu aluno, sua faixa etária, seu conhecimento prévio, para trabalhar os objetivos de aprendizagem de forma interessante. 3. Seja claro e objetivo Na hora de passar uma tarefa na aula de música, na maioria das vezes, falar menos e fazer as crianças vivenciarem mais é sempre mais interessante. É como disse a frase célebre de Rubem Alves: “Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes”. 4. Escute seus alunos A maioria de nós, cresceu em uma época que o professor era considerado o “dono do saber”. Um bom aluno era aquele que ouvia sem questionar. Hoje, sabemos que a comunicação, é uma via de mão dupla. Eu falo, você escuta, interage e eu recebo a informação com respeito. Na sala de aula, não podemos passar a impressão que apenas nossa opinião importa, mesmo porque nossos alunos nos ensinam o tempo todo. Lembre-se que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) garante às crianças, 6 direitos: Conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se. A BNCC reforça a visão da criança como protagonista em todos os contextos que ela faz parte: ela não apenas interage, mas cria e modifica a cultura e a sociedade. Parte-se do pressuposto de que a criança aprende por meio das experiências vividas no contexto escolar. O papel do professor é ser o mediador, que planeja com cuidado os espaços, materiais, propostas que vão captar a atenção do seu aluno para que ele alimente sua mente, e construa sua aprendizagem. 5. Conheça seus alunos Como já foi dito no item 2, é fundamental conhecer seu aluno. Para construirmos um relacionamento com nossos alunos, precisamos conhecê-los, em relação as necessidades e interesses, para que desta forma você possa realmente ajuda-lo. Por isso, cada fala do seu aluno, lhe dá pistas sobre o que é importante para ele. Portanto, permita que seus alunos conversem com você. Você ficará surpreso de ver quantas coisas seus alunos têm a lhe ensinar. Comunicação é essencial e quanto mais ouvimos, mais nos desenvolvemos, tanto o professor quanto o aluno 6. Utilize histórias para transitar de uma atividade para outra A aula de música possui muitos momentos focados na apreciação, criação, performance (fazer musical). Quando utilizamos uma pequena história para ligar as atividades, o contexto se torna mais significativo para a criança e é isso que buscamos: que a criança vivencie fortemente a proposta, para que realmente tudo faça sentido para ela. Jesus ensinava através de parábolas (histórias) para que as pessoas entendessem o que ele queria ensinar. Ele conseguia manter a atenção de uma multidão por longas horas, justamente por ele era um excelente contador de histórias. Quando aprimoramos nossas técnicas para contar histórias, estamos ampliando consideravelmente nosso poder de comunicação com nossos alunos. Todos podemos contar uma história de uma forma interessante. Novamente, tudo depende de treino, conhecimento prático, observar bons contadores e escolher uma história que você goste. Veja uma proposta prática Histórias do Folclore - CLIQUE AQUI Mais algumas dicas: Quanto menor é a criança, mais importantes são os recursos visuais, sejam fantoches, dedoches, bichinhos de pelúcia, um objeto sonoro, bolinhas de sabão,etc. A criança bem pequena, ainda está construindo seu repertório de imagens. Por serem concretos, estes objetos promovem uma maior interação da criança com a história proposta. Muitas vezes, eu utilizo imagens reais e percebo que as crianças também demonstram interesse. Procure balancear, nem só figuras reais, nem só fantoches. Muitas vezes também, eu retiro todo o apoio visual e utilizo apenas a expressão de gestos, de mãos e funciona muito bem! Veja o exemplo abaixo Sr. José e Sr. Mané - CLIQUE AQUI Caixas surpresas com os objetos que aparecem na história são muito interessantes e criam momentos de suspense e mais emoção à história, contribuindo também para que a criança memorize a sequência dos fatos da narrativa. Conte histórias que você goste que te faça se sentir confortável e entusiasmado. Escolha narrativas na qual você se identifique de alguma forma. Não se esqueça da expressão gestual. Já dizia o famoso historiador e antropólogo Luís da Câmara Cascudo: “Com as mãos amarradas não há criatura vivente para contar uma história”. Seja expressivo tanto nos gestos, quanto na sua expressão vocal ao contar histórias para as crianças. Tente imaginar a situação, como é a vida e o sentimento deste personagem e dramatize, para que a criança se envolva, possa entender e a narrativa faça ainda mais sentido. Vídeo: O Tambor do Tom - CLIQUE AQUI 7. Utilize jogos musicais na sua aula Crianças demonstram muito interesse por desafios. Obviamente, estas propostas precisam trazer um certo grau de dificuldade, porém não podem ser impossíveis de concluir. Como saber qual proposta utilizar? Estudando sobre desenvolvimento infantil e conhecendo de perto seus alunos. Segue um exemplo de Jogo Musical - CLIQUE AQUI Vejam quantos conceitos foram aprendidos através de um jogo (vídeo acima) e de uma história *(O tambor do Tom). É o lúdico que encanta os alunos e os mobiliza a aprender. 8. De vez em quando, ministre sua aula fora da sala de aula Que tal variar o espaço das suas aulas? Algumas vezes, acho interessante ministrar a aula em um ambiente diferente. Veja o passo a passo de um Caça ao Tesouro Musical que fiz com meus alunos na semana da criança. Foi um sucesso! Caça ao Tesouro - CLIQUE AQUI 9. Não abandone as técnicas básicas de oratória Já diz o famoso livro: O corpo fala Pierre Weil e Roland Tompakow - “Não é apenas sua boca que fala, mas sim suas ações, expressões e movimentos. Sua expressão corporal é tão ou mais importante do que o que suas palavras”. Faça contato visual com seus alunos. Não importa se é um aluno particular, ou uma sala com 100 alunos, faça contato visual com todos, pois isso nos aproxima. Evite ficar de braços cruzados, mãos no bolso. Evite também uma postura de arrogante, de “sabe tudo”. Use as emoções de acordo com a situação. Se você está contanto uma história triste, demonstre este sentimento através da sua voz, sua expressão corporal, seus gestos. Se é um momento alegre, demonstre isso também. Não tenha pressa. Respeite o ritmo dos seus alunos. Deixe-os aproveitar cada experiência e observe a resposta deles. Se perceber que estão entediados, não force, mude a proposta. Respire pausadamente durante seu discurso, durante a história, por exemplo. Não fale rápido demais, nem tão devagar. 10. Faça cursos de especialização Apesar de estar muitos anos atuando na sala de aula, eu sempre estou fazendo cursos, lendo bons livros e invisto em materias que fazem toda a diferença nas minhas aulas. Aliás, sempre estou refletindo no meu planejamento, sobre o que posso melhorar. Sim, nasce um professor, nasce um aprendiz. Os cursos que faço, que me deixam mais satisfeitas, são aqueles que aliam a teoria à prática, que me fazem refletir, pensar e me fazem perceber que eu ainda tenho muito o que aprender e isso é maravilhoso! Para sua formação continuada, busque cursos que falem sobre desenvolvimento infantil, com embasamento teórico das atividades práticas, que trabalhem dentro das propostas ativas da educação. Isso te trará um aprofundamento muito superior e te fará um profissional de alta performance. Caso você tenha interesse, tenho cursos online que atendem o mundo inteiro: cursos de 4h, 20h e 120 horas - CLIQUE AQUI. Em cada um deles você receberá os vídeos com o passo a passo das propostas, o embasamento teórico de cada atividade, apostilas para impressão, as músicas em MP3 e Certificado. Se tiver dúvida, me chame no whatsapp: 11 97647-6562 Também tenho cursos presenciais. Consulte nossa agenda - CLIQUE AQUI Espero que tenham gostado das minhas dicas!!! Existem outros artigos, publicações e videos, basta acessar e conferir! Quero te convidar a participar de um dos meus Grupos de Estudos! É gratuito e você receberá todas as notícias da página em primeira mão, além de brindes exclusivos. Quer saber como? Me adicione no whatsapp: 11 97647-6562 Até a próxima, Débora Munhoz Barboni www.cantinhodamusica.com.br
Ser professor na Educação Infantil é sentir uma energia maravilhosa e pura que vem das crianças, que nos enxergam como mestres que sabem tudo. São crianças geralmente muito afetuosas, carinhosas, gostam de abraçar, beijar, fazer carinho no cabelo, etc. Costumam inclusive reproduzir a aula em casa, nas brincadeiras de faz-de-conta. Muitas famílias me relatam essa cena e eu fico muito feliz e grata, pois sou professora e isso demonstra que minha aula afetou a criança positivamente. Cada faixa etária tem seus desafios, suas especificidades, que devem ser levadas em conta, no momento de escolher as propostas, recursos, espaço, rotina, tempo de aula, etc. Hoje quero compartilhar estratégias que podem te ajudar a interagir de forma mais satisfatória na Educação Infantil. Pegue seu caderninho para anotar: 1. A Rotina é fundamental A rotina traz bem-estar e segurança para a criança. Essa rotina deve ter uma intencionalidade em cada ação, levando em conta o plano de aula preparado, a duração de tempo da aula, a faixa etária das crianças, etc. Nesta rotina, devem ter momentos onde a criança possa se expressar, se movimentar, explorar e brincar livremente. Também devem ter momentos onde a atenção e o silêncio são valorizados. Porém a criança só irá se concentrar, se a proposta estiver de acordo com os interesses dela. Essa organização, porém, não pode ser rígida, pois na educação infantil, é comum surgirem situações inusitadas. Planejamento, organização e flexibilidade são fundamentais!!! 2. Propostas de acolhida integram e trazem bem-estar Sempre eu início minha aula com uma roda de canções. Neste momento, temos canções de acolhida, que utilizam gestos, socialização, elementos surpresas, etc. Para saber Dicas de Repertório na prática - CLIQUE AQUI 3. Faça um aquecimento em pé para energizar Na educação infantil, o lúdico é fundamental em todos os momentos. O prazer e a estratégia , que você sabe que seu aluno demonstra interesse, precisa permear todos os momentos de sua rotina. Para aquecer o corpo, as músicas com movimentos dirigidos ajudam a tornar tudo muito divertido! Criança precisa de movimento, por isso, incluir propostas que estimulem os aspectos psicomotores são de suma importância, em todas as faixas etárias e principalmente na educação infantil. Segue uma proposta com a paródia: “Preste Atenção” (Débora Munhoz Barboni), que está no meu CD - Canções para Brincar vol.1 ( faixa 8 ). Para adquirir o CD - Canções para Brincar - vol.1 com esta canção – CLIQUE AQUI As propostas foram enviadas pelas professoras Josiane Silva Reiner, Daila Cristina Gauche Martins. Vejam que a mesma música sugere várias brincadeiras diferentes "Preste Atenção" - Coreografia - CLIQUE AQUI "Preste Atenção" - com Caixa - CLIQUE AQUI 4. Novamente: Criança é movimento Brincadeiras em roda sempre fazem parte da minha rotina de aula, que são propostas ligadas ao movimento e representações. Quando utilizamos estas atividades nas aulas, estamos indo ao encontro das necessidades e interesses da criança, que é brincar, interagir e se movimentar. Sendo assim, ela terá foco e atenção nas atividades, terá prazer em repetir e assim, estará consolidando sua aprendizagem de forma prazerosa. Explorando seu corpo, através de movimentos, a criança é capaz de vivenciar os elementos musicais como ritmo, andamento, pulso, dentre outras habilidades essenciais para a prática musical, contribuindo para o desenvolvimento psicomotor da criança, o que a auxiliará quando for utilizar e tocar um instrumento musical no futuro. Através de atividades coletivas, a criança vai formando sua identidade, aprende a se relacionar e a cooperar com os demais. Brincadeiras de roda com cantigas do folclore, por exemplo, são atividades que promovem um grande estímulo no cérebro, pois necessitam de diferentes coordenações. É necessário cantar, dançar, sincronizar o movimento para a roda girar no andamento adequado, prestar atenção nos comandos sugeridos durante a canção, além da parceria entre todos os amigos que estão brincando e se socializando. Desta forma, a criança exercita sua criatividade e imaginação, sua desinibição e aprende também a respeitar as regras do jogo e a cooperar, além de apresentar à criança valores culturais do seu meio. Vejam uma proposta na prática. A música se chama: “Vai Começar“ (Debora Munhoz Barboni) , faixa 1 e está no meu CD - Vai Começar vol.1. Proposta maravilhosa realizada pelas professoras Josiane Silva Reiner, Daila Cristina Gauche Martins. Essa atividade é muito interessanre para ligar uma atividade de movimento com uma história. Observem que a música pede para as crianças terminarem a canção, sentadas, o que prepara/conduz para o momento da história. Para adquirir o CD - Vai Começar vol.1 com esta canção – CLIQUE AQUI "Vai Começar" - em Roda - CLIQUE AQUI "Vai Começar" - com Bambolês - CLIQUE AQUI Segue outra opção para crianças das séries iniciais do fundamental (2 a 3 anos) "Vai Começar" - crianças de 2 a 3 anos - CLIQUE AQUI Obs.: Vejam que a mesma música foi utilizada em diferentes faixas etárias, porém com estratégias diferentes. 5. A importância do cuidar e educar Até pouco tempo atrás, a Educação Infantil era vista como um ambiente assistencialista, ou seja, um lugar onde as crianças eram alimentadas, tinham a rotina de sono, banho, etc. Hoje com os avanços da Neurociência, sabemos cientificamente que a Educação Infantil é considerada uma das etapas mais importantes da vida escolar do seu humano. Tudo que a criança desta faixa etária vivência, fará toda a diferença no adulto que ela será no futuro. Portanto, o cuidado hoje não se resume apenas no sentido assistencialista (que é fundamental). O cuidar faz referência ao olhar observador do professor que conhece seu aluno e prepara as propostas cuidadosamente de acordo com os interesses e necessidades desta criança, para que ela tenha vontade de interagir. É o cuidado que temos ao escolher os materiais , repertório, preparar o espaço, etc para que assim possamos proporcionar um ambiente de aprendizagem , onde a criança possa ser educada, brincando, interagindo, alimentando sua mente. 6. Utilize histórias para transitar de uma atividade para outra A aula de música possui muitos momentos focados na apreciação, criação, performance (fazer musical). Quando utilizamos uma pequena história para ligar as atividades, o contexto se torna mais significativo para a criança e é isso que buscamos: que a criança vivencie fortemente a proposta, para que realmente tudo faça sentido para ela Segue um exemplo de História Cantada. Para assitir, CLIQUE AQUI Para adquirir o CD - Canções para Brincar - vol.1 com esta canção – CLIQUE AQUI 7. Atenção e Concentração Crianças na educação infantil são agitadas por natureza. Quanto menor ela é, menor sua concentração, principalmente em momentos dirigidos. Portanto, quando perceber que seu aluno se desconcentrou, ao invés de gritar, trabalhe com uma canção ou brincadeira com elementos surpresa. Exemplo: "Atenção, concentração, vamos agora falar o nome de instrumento..." Veja um exemplo neste video da Musicalização Divertida - CLIQUE AQUI 8. Inclua no final da aula, um momento de relaxamento Momentos de relaxamentos desaceleram, trazem bem-estar e ajuda a criança em seu autoconhecimento. Pode ser uma história de mãos, uma canção que sugere movimentos relaxantes, yoga, um relaxamento guiado pelo professor com música de fundo, etc. 9. Faça cursos de especialização Apesar de estar muitos anos atuando na sala de aula, eu sempre estou fazendo cursos, lendo bons livros e invisto em materias que fazem toda a diferença nas minhas aulas. Aliás, sempre estou refletindo no meu planejamento, sobre o que posso melhorar. Sim, nasce um professor, nasce um aprendiz. Os cursos que faço, que me deixam mais satisfeitas, são aqueles que aliam a teoria à prática, que me fazem refletir, pensar e me fazem perceber que eu ainda tenho muito o que aprender e isso é maravilhoso! Para sua formação continuada, busque cursos que falem sobre desenvolvimento infantil, com embasamento teórico das atividades práticas, que trabalhem dentro das propostas ativas da educação. Isso te trará um aprofundamento muito superior e te fará um profissional de alta performance. Caso você tenha interesse, tenho cursos online que atendem o mundo inteiro: cursos de 4h, 20h e 120 horas - CLIQUE AQUI. Em cada um deles você receberá os vídeos com o passo a passo das propostas, o embasamento teórico de cada atividade, apostilas para impressão, as músicas em MP3 e Certificado. Se tiver dúvida, me chame no whatsapp: 11 97647-6562 Também tenho cursos presenciais. Consulte nossa agenda - CLIQUE AQUI Espero que tenham gostado das minhas dicas!!! Existem outros artigos, publicações e videos, basta acessar e conferir! Quero te convidar a participar de um dos meus Grupos de Estudos! É gratuito e você receberá todas as notícias da página em primeira mão, além de brindes exclusivos. Quer saber como? Me adicione no whatsapp: 11 97647-6562 Até a próxima, Débora Munhoz Barboni www.cantinhodamusica.com.br
10 Dicas para novos professores de música O artigo de hoje foi escrito para você, que é um novo professor de música e está cheio de dúvidas. Lembro do meu primeiro dia de aula com as crianças. Era uma mistura de alegria, ansiedade e nervoso. Resolvi compartilhar com você, dicas que eu gostaria de ter aprendido naquela época, quando comecei a dar aula para as crianças. 1. Planejamento e organização são extremamente importantes Sim! Quanto mais você se organizar para este dia, menos problemas terá. Pense na faixa etária, escolha as atividades cuidadosamente, organize os materiais e antes de sair para a escola confira tudo novamente. Chegue antes do horário para organizar os materiais, os instrumentos, enfim, reflita sobre os materiais que serão utilizados e prepare o espaço com cuidado. Se for utilizar um CD, recomendo que já o grave na sequência da aula que planejou. Assim você não terá que ficar interrompendo a aula para trocar de CD. Se vai tocar um instrumento que precisa estar afinado, teste o mesmo antes da aula começar. É como diz um famoso ditado: “Sua disciplina é sua liberdade” 2. Seja flexível Apesar do planejamento ser fundamental, se prepare para imprevistos. A atividade que você achou que seria perfeita, pode não dar certo. É importante que você tenha “cartas na manga”, ou seja, leve sempre mais propostas do que normalmente voce daria em sua aula, assim, caso haja qualquer imprevisto, o mesmo será facilmente contornado e/ou substituido por outra proposta. Apesar de certos comportamentos, interesses e necessidades geralmente serem típicos de cada faixa etária, cada criança tem suas singularidades. A flexibilidade surge naturalmente, conforme você estuda e pratica com seus alunos. É como dirigir! Lembro que quando comecei a dirigir, parecia que seria impossível eu conversar e dirigir, pois eu tinha que pensar em cada comando. Hoje é tão fácil! Repetição e reforço sempre ajudam, por isso, não desista se nos primeiros dias lhe parece difícil ter essa flexibilidade. É a prática do dia-a-dia que irá produzir em voce essa desenvoltura e naturalidade. 3. Sua postura conta muito! Já vi professores que eram muito competentes, porém tinham uma postura muito carrancuda! Já deixavam as crianças amedrontadas ao entrarem na sala pelo simples motivo de estarem de “cara fechada”. Sorria para seus alunos desde o primeiro momento! Eles se sentirão felizes e você também! Durante a aula, demonstre uma postura firme e positiva, incentivando e valorizando o lado bom de cada aluno. 4. Estude sobre desenvolvimento infantil Quando começamos a dar aula, queremos colecionar atividades. Isso é muito legal e importante, mas porque essa proposta é importante para seu aluno? Aquela atividade fará alguma diferença na vida dele, seja nos aspectos motores, cognitivos ou afetivos? Para ser um educador de alta performance, você precisa saber quem é seu aluno, as necessidades e interesses da faixa etária que ele pertence. Estudar sobre desenvolvimento infantil, te levará a outro patamar, sem dúvida, tanto para planejar, quanto para executar aulas de qualidade. 5. Segure a ansiedade Um dos maiores desafios para mim, naquela época quando comecei, era segurar a ansiedade. Quando iniciei as aulas de piano da minha filha, por exemplo, queria ensinar “o caminho das pedras”, queria ser objetiva. Porém o tempo me ensinou, que o que é “caminho das pedras” para mim, pode não ser para ela. Que cada criança é singular. É preciso ter muita repetição variando as abordagens, paciência para ensinar e aprender. Gosto muito da frase clássica de Rubem Alves: “Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.” É preciso encantar, cativar e isso não acontece quando estamos ansiosos, e com pressa para ensinar. Por isso, mais uma vez, planejamento e flexibilidade é fundamental. 6. Escute e faça perguntas Este é outro desafio que no começo, para mim, foi difícil: deixar o aluno descobrir as repostas, permitir que ele interaja, vivencie e construa suas próprias percepções. A criança só terá essa oportunidade, se nós permitirmos que ela experimente sem pré-conceitos, nos diversos campos de experiência. Por isso, escute seus alunos e faça perguntas ao invés de dar respostas prontas. Deixe a criança ser a protagonista de sua aprendizagem. Lembre-se dos 6 direitos de aprendizagem que ela possui pela BNCC: Conhecer-se, Expressar, Brincar, Participar, Explorar, Conviver. 7. Saiba: Crianças fazem barulho, se movimentam bastante e isso é normal! Lembro das minhas primeiras aulas e dos meus pensamentos. Eu preparava a aula com todo carinho e as crianças começavam a interagir com o assunto conversando. Aquilo me frustrava, porque eu achava que a criança aprendia quando estava quietinha, me observando. O tempo me ensinou que é justamente ao contrário. Criança aprende através do seu corpo, através do movimento. Podemos sensibiliza-la ao conteúdo que queremos ensinar através de uma história, por exemplo. A aula não pode ser quietinha o tempo todo. A criança precisa ser a protagonista, que interage, que vivencia, que questiona e que percebe que através das suas indagações receberá respostas. E assim, se tornará uma pessoa com pensamento científico, crítico e criativo. Ela é a estrela e nós professores, mediadores de sua aprendizagem. 8. O professor deve ser o mediador A BNCC reforça a visão da criança como protagonista em todos os contextos que ela faz parte: ela não apenas interage, mas cria e modifica a cultura e a sociedade. Parte-se do pressuposto de que a criança aprende por meio das experiências vividas no contexto escolar. O papel do professor é ser o mediador, que planeja com cuidado os espaços, materiais, propostas que vão captar a atenção do seu aluno para que ele alimente sua mente, e construa sua aprendizagem. 9. Pesquise, pesquise, pesquise Quando comecei a dar aulas, em 1999, não tinha a facilidade de hoje para conseguir ter acesso a materiais de musicalização. Atualmente, basta digitar no google: “Atividades de Musicalização” e você terá acesso a muito material para estudar. Isso é bom e ruim. O lado bom é que você pode aprender muitas atividades desta forma. A parte ruim, é você se tornar um colecionador de atividades, sem um plano de ensino. Uma aula que faz diferença na vida das crianças, faz parte de um plano de ensino, onde cada atividade possui conteúdos a serem trabalhados, com objetivos de aprendizagem, respeitando os direitos de aprendizagem da criança. Por isso, tenha bom senso, mas vá além. Como ir além? Veja o último e próximo tópico 10. Faça cursos de especialização Apesar de estar muitos anos atuando na sala de aula, eu sempre estou fazendo cursos, lendo bons livros e invisto em materias que fazem toda a diferença nas minhas aulas. Aliás, sempre estou refletindo no meu planejamento, sobre o que posso melhorar. Sim, nasce um professor, nasce um aprendiz. Os cursos que faço, que me deixam mais satisfeitas, são aqueles que aliam a teoria à prática, que me fazem refletir, pensar e me fazem perceber que eu ainda tenho muito o que aprender e isso é maravilhoso! Para sua formação continuada, busque cursos que falem sobre desenvolvimento infantil, com embasamento teórico das atividades práticas, que trabalhem dentro das propostas ativas da educação. Isso te trará um aprofundamento muito superior e te fará um profissional de alta performance. Caso você tenha interesse, tenho cursos online que atendem o mundo inteiro: cursos de 4h, 20h e 120 horas - CLIQUE AQUI. Em cada um deles você receberá os vídeos com o passo a passo das propostas, o embasamento teórico de cada atividade, apostilas para impressão, as músicas em MP3 e Certificado. Se tiver dúvida, me chame no whatsapp: 11 97647-6562 Também tenho cursos presenciais. Consulte nossa agenda - CLIQUE AQUI Boa sorte para você neste primeiro ano! Não desista! E venha visitar este site sempre quando precisar! Aqui vocês encontrarão artigos, vídeos práticos, etc. Quer participar de um dos meus grupos de estudos gratuitos? Me adicione no whatsapp: 11 97647-6562 Até a próxima, Débora Munhoz Barboni www.cantinhodamusica.com.br