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Como melhorar a comunicação com seu aluno

Publicado em: 28/09/2019


É frustrante preparar uma aula com todo o empenho e perceber que seus alunos não se engajaram com o conteúdo que você preparou. Para um contexto ser realmente significativo, temos que escolher estratégias, utilizar recursos, linkar as propostas de forma coerente e ter uma boa comunicação com os alunos. Neste artigo, quero compartilhar dicas práticas de como você professor, pode melhorar a comunicação com os alunos.
 
Na nossa vida, a comunicação acontece o tempo todo. A cada momento, estamos transmitindo mensagens para as pessoas, seja no trabalho, com a família, com os amigos e com nossos alunos. Temos que ter em mente, o contexto é tão importante quanto o conteúdo.
 
As estratégias, a forma que o professor se comunica com seu aluno, é de fundamental importância para tornar o contexto mais relevante, quando estamos ensinando um conteúdo. Portanto, a boa comunicação, é fundamental para um bom relacionamento com nossos alunos se desejamos que eles aprendam o conteúdo que precisamos ensinar.
 
Primeiro ponto importante a ser levado em conta, é que todos nós podemos aprimorar nossa comunicação, todos somos capazes, basta esforço, observação e treino.
 
Isso me faz lembrar de uma história que ouvi, sobre o pianista Arthur Moreira Lima:
Uma pessoa chegou até ele após ouvi-lo tocar e disse: 

Eu daria a vida para tocar como você
E ele respondeu:
Mas foi exatamente isso que eu fiz, dediquei minha vida para meus estudos de piano.

Ou seja, por trás de um mestre, sempre há muito estudo, treino, observação e dedicação.

Tenha sempre em mente, que você professor é um líder que influencia seus alunos, para o bem ou para o mal. É através da sua postura, os caminhos escolhidos para ensinar, que você fará seu aluno se interessar pelo conteúdo ou odiá-lo.

Pude vivenciar na prática este conceito aos meus 14 anos. Eu que sempre odiei matemática, nesta idade (primeiro ano do Ensino Médio), passei a olhar a matéria com outros olhos e a me interessar pelo conteúdo que a professora passava, e claro, terminei o ano com excelentes notas. Tenho certeza que boa parte desta mudança, se deu pela postura da professora Claúdia, que era uma professora alegre, disposta a nos ajudar e que tinha uma excelente didática. Ela reforçava com elogios sinceros os comportamentos positivos que eu demonstrava, e eu a observava com muita admiração. Muitos anos se passaram, nunca mais a vi. Porém, quando penso em professores que fizeram diferença na minha vida, ela foi uma delas!
 
Daí vem a pergunta: Você gostaria de ser lembrado desta forma por seus alunos?
Bem, se você está lendo este artigo, é porque provavelmente gosta do meu trabalho, então quero compartilhar com você, dicas práticas que eu acho relevante para que eu e você possamos cada vez melhorar nossa comunicação com nossos alunos:

 

1. Observe os melhores, para aprender com eles. 

Sempre procurei observar atentamente (de modo detalhado), as pessoas que eu admirava.
É como diz o famoso ditado: “O sucesso deixa pistas”. Portanto, busque inspirações de pessoas que você percebe que são bons comunicadores, bons professores. Não se esqueça, porém, de ser você mesmo! Isso quer dizer que você precisa conhecer a si mesmo, para descobrir suas habilidades, deficiências para ser alguém melhor.  Não é mudar sua essência, mas buscar inspirações para melhorar aspectos da sua comunicação (gestos, expressões, entonação da voz, etc).


2. Busque conhecimento prático  

Nasce um professor, nasce um aprendiz. Se sabemos que a criança precisa repetir para aprender, como professor, precisamos trazer diferentes abordagens para o trabalho de um conteúdo, para que a criança se sinta motivada. Vamos ver alguns exemplos de professoras que aplicaram diversas técnicas no trabalho de uma mesma canção, em diferentes faixas etárias, com a música Dona Centopéia (Debora Munhoz Barboni), CD Vai começar.
 
Para adquirir o CD  Vai Começar
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As professoras Josiane e Daila (
Centro Educacional Complementar Ewald Bruno Julius Kress), precisavam que seus alunos aprendessem a canção: Dona Centopéia. Ao invés de simplesmente colocar a música para as crianças ouvirem, elas trouxeram a canção “vestida de diversas brincadeiras”, utilizando expressão corporal, lenços, etc. Veja os vídeos abaixo:
 

Em fila, com lenços -  CLIQUE AQUI para assistir este vídeo
















                      
Em roda -  CLIQUE AQUI para assistir este vídeo 

















                                              
A professora Marilene Gomes, utilizou a mesma canção com bambolês - CLIQUE AQUI para assistir este vídeo

















A professora Rita de Cassia, utilizou molas - CLIQUE AQUI

 

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Porém, só poderemos ampliar nosso olhar criativo, se estudarmos, portanto, buscar conhecimento prático, irá trazer desenvoltura e técnicas para encantar seus alunos. Além disso, cada proposta tem que ter um objetivo específico. Vamos pensar nos conteúdos trabalhados acima?

Noção de fraseado, noção de pulsação, coordenação, canto, desenvolvimento psicomotor, concentração, observação, sociabilização, expressão corporal, expressão teatral.
 
Uma canção também pode ser utilizada para sensibilizar seus alunos para trabalhar outros conteúdos, por exemplo: qual é o estilo musical da música Centopéia? Baião! É um ritmo brasileiro. Quais os instrumentos utilizados? Quais são os músicos brasileiros mais conhecidos por tocarem este estilo? Quais são os materiais sonoros utilizados na canção? Exemplo: timbre de instrumentos, andamento da canção, dinâmica...
Qual o caráter expressivo da canção, ou seja, qual o efeito que a música lhe passa, a partir dos materiais sonoros utilizados?
 
Qual é a forma da música (estruturação musical com as frases, com partes iguais, partes diferentes, seções, ostinatos, etc).
 
Quais outros animais do jardim existem? Como é o som deles? Vamos imitá-los corporalmente, com a voz, com movimentos?

Obviamente, que para construir seu plano de aula, você precisa conhecer seu aluno, sua faixa etária, seu conhecimento prévio, para trabalhar os objetivos de aprendizagem de forma interessante.
 


3. Seja claro e objetivo  

Na hora de passar uma tarefa na aula de música, na maioria das vezes, falar menos e fazer as crianças vivenciarem mais é sempre mais interessante. É como disse a frase célebre de Rubem Alves:
 
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes”.
 


4. Escute seus alunos  

A maioria de nós, cresceu em uma época que o professor era considerado o “dono do saber”. Um bom aluno era aquele que ouvia sem questionar. Hoje, sabemos que a comunicação, é uma via de mão dupla. Eu falo, você escuta, interage e eu recebo a informação com respeito. Na sala de aula, não podemos passar a impressão que apenas nossa opinião importa, mesmo porque nossos alunos nos ensinam o tempo todo.
 
Lembre-se que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) garante às crianças, 6 direitos: Conviverbrincarparticiparexplorarexpressarconhecer-se.
 
A BNCC reforça a visão da criança como protagonista em todos os contextos que ela faz parte: ela não apenas interage, mas cria e modifica a cultura e a sociedade. Parte-se do pressuposto de que a criança aprende por meio das experiências vividas no contexto escolar. O papel do professor é ser o mediador, que planeja com cuidado os espaços, materiais, propostas que vão captar a atenção do seu aluno para que ele alimente sua mente, e construa sua aprendizagem.


5. Conheça seus alunos  

Como já foi dito no item 2, é fundamental conhecer seu aluno.
Para construirmos um relacionamento com nossos alunos, precisamos conhecê-los, em relação as necessidades e interesses, para que desta forma você possa realmente ajuda-lo. Por isso, cada fala do seu aluno, lhe dá pistas sobre o que é importante para ele.
Portanto, permita que seus alunos conversem com você. Você ficará surpreso de ver quantas coisas seus alunos têm a lhe ensinar.
Comunicação é essencial e quanto mais ouvimos, mais nos desenvolvemos, tanto o professor quanto o aluno


6. Utilize histórias para transitar de uma atividade para outra  

A aula de música possui muitos momentos focados na apreciação, criação, performance (fazer musical). Quando utilizamos uma pequena história para ligar as atividades, o contexto se torna mais significativo para a criança e é isso que buscamos: que a criança vivencie fortemente a proposta, para que realmente tudo faça sentido para ela.

Jesus ensinava através de parábolas (histórias) para que as pessoas entendessem o que ele queria ensinar. Ele conseguia manter a atenção de uma multidão por longas horas, justamente por ele era um excelente contador de histórias. Quando aprimoramos nossas técnicas para contar histórias, estamos ampliando consideravelmente nosso poder de comunicação com nossos alunos. Todos podemos contar uma história de uma forma interessante. Novamente, tudo depende de treino, conhecimento prático, observar bons contadores e escolher uma história que você goste.
 
Veja uma proposta prática  Histórias do Folclore -
CLIQUE AQUI

 

Mais algumas dicas:
  • Quanto menor é a criança, mais importantes são os recursos visuais, sejam fantoches, dedoches, bichinhos de pelúcia, um objeto sonoro, bolinhas de sabão,etc. A criança bem pequena, ainda está construindo seu repertório de imagens. Por serem concretos, estes objetos promovem uma maior interação da criança com a história proposta. Muitas vezes, eu utilizo imagens reais e percebo que as crianças também demonstram interesse. Procure balancear, nem só figuras reais, nem só fantoches. Muitas vezes também, eu retiro todo o apoio visual e utilizo apenas a expressão de gestos, de mãos e funciona muito bem!
Veja o exemplo abaixo Sr. José e Sr. Mané - CLIQUE AQUI

  • Caixas surpresas com os objetos que aparecem na história são muito interessantes e criam momentos de suspense e mais emoção à história, contribuindo também para que a criança memorize a sequência dos fatos da narrativa.
  • Conte histórias que você goste que te faça se sentir confortável e entusiasmado. Escolha narrativas na qual você se identifique de alguma forma.
  • Não se esqueça da expressão gestual. Já dizia o famoso historiador e antropólogo Luís da Câmara Cascudo: “Com as mãos amarradas não há criatura vivente para contar uma história”.
  • Seja expressivo tanto nos gestos, quanto na sua expressão vocal ao contar histórias para as crianças. Tente imaginar a situação, como é a vida e o sentimento deste personagem e dramatize, para que a criança se envolva, possa entender e a narrativa faça ainda mais sentido.
 
Vídeo: O Tambor do Tom
- CLIQUE AQUI

 

7. Utilize jogos musicais na sua aula  

Crianças demonstram muito interesse por desafios. Obviamente, estas propostas precisam trazer um certo grau de dificuldade, porém não podem ser impossíveis de concluir. Como saber qual proposta utilizar? Estudando sobre desenvolvimento infantil e conhecendo de perto seus alunos.
 
Segue um exemplo de Jogo Musical -
CLIQUE AQUI

Vejam quantos conceitos foram aprendidos através de um jogo (vídeo acima) e de uma história *(
O tambor do Tom).  É o lúdico que encanta os alunos e os mobiliza a aprender.
 


8. De vez em quando, ministre sua aula fora da sala de aula  
 
Que tal variar o espaço das suas aulas? Algumas vezes, acho interessante ministrar a aula em um ambiente diferente.
Veja o passo a passo de um C
aça ao Tesouro Musical que fiz com meus alunos na semana da criança. Foi um sucesso!
 

Caça ao Tesouro - CLIQUE AQUI






















9. Não abandone as técnicas básicas de oratória

Já diz o famoso livro: O corpo fala Pierre Weil e Roland Tompakow - “Não é apenas sua boca que fala, mas sim suas ações, expressões e movimentos. Sua expressão corporal é tão ou mais importante do que o que suas palavras”.
  • Faça contato visual com seus alunos. Não importa se é um aluno particular, ou uma sala com 100 alunos, faça contato visual com todos, pois isso nos aproxima.  
  • Evite ficar de braços cruzados, mãos no bolso. Evite também uma postura de arrogante, de “sabe tudo”.
  • Use as emoções de acordo com a situação. Se você está contanto uma história triste, demonstre este sentimento através da sua voz, sua expressão corporal, seus gestos. Se é um momento alegre, demonstre isso também.
  • Não tenha pressa. Respeite o ritmo dos seus alunos. Deixe-os aproveitar cada experiência e observe a resposta deles. Se perceber que estão entediados, não force, mude a proposta. Respire pausadamente durante seu discurso, durante a história, por exemplo. Não fale rápido demais, nem tão devagar.
 
10. Faça cursos de especialização 

Apesar de estar muitos anos atuando na sala de aula, eu sempre estou fazendo cursos, lendo bons livros e invisto em materias que fazem toda a diferença nas minhas aulas. Aliás, sempre estou refletindo no meu planejamento, sobre o que posso melhorar.
Sim, nasce um professor, nasce um aprendiz. Os cursos que faço, que me deixam mais satisfeitas, são aqueles que aliam a teoria à prática, que me fazem refletir, pensar e me fazem perceber que eu ainda tenho muito o que aprender e isso é maravilhoso!
Para sua formação continuada, busque cursos que falem sobre desenvolvimento infantil, com embasamento teórico das atividades práticas, que trabalhem dentro das propostas ativas da educação. Isso te trará um aprofundamento muito superior e te fará um profissional de alta performance.
 
Caso você tenha interesse, tenho cursos online que atendem o mundo inteiro: cursos de 4
h, 20h e 120 horas - CLIQUE AQUI. 
Em cada um deles você receberá os vídeos com o passo a passo das propostas, o embasamento teórico de cada atividade, apostilas para impressão, as músicas em MP3 e Certificado. Se tiver dúvida, me chame no whatsapp: 11 97647-6562

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Espero que tenham gostado das minhas dicas!!!
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Até a próxima,
 

Débora Munhoz Barboni
www.cantinhodamusica.com.br












 






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