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Publicado em: 05/06/2022

Contextualizando a Festa Junina para crianças

Contextualizando a Festa Junina para crianças Olá, tudo bem?!   O mês de junho sempre desperta um grande interesse nos professores em trabalhar o tema “Festa Junina”. Tirando o carnaval, é a festa mais comemorada pelos brasileiros. É uma festa que possuem elementos que a tornam muito divertida e dinâmica para diversas faixas etárias, desde crianças a adultos e é celebrada no mês de junho. 1. Elementos principais da festa Bandeirinhas Comidas Típicas (principalmente feitas de milho e amendoim) Roupas Típicas Brincadeiras Musicais Música animada com ritmos brasileiros Principais ritmos brasileiros: Xaxado, Baião, Xote, samba-de-coco e quadrilha   2. Principais Instrumentos Sanfona – Passarinho que som é este? https://www.youtube..../watch?v=myNXZk54Hrc   Outros instrumentos musicais muito utilizados em ritmos brasileiros: Zabumba, queixada, pandeiro, triângulo, cavaquinho https://www.youtube....mp;feature=emb_title   Já falamos sobre a sanfona. Um dos maiores sanfoneiros, o Rei do Baião: Foi Luiz Gonzaga https://www.youtube..../watch?v=mwFGvGMxotc   3. Asa Branca A música: "Asa Branca" é uma canção que geralmente desperta a atenção e curiosidade das crianças, pois narra a Seca no Nordeste, que obrigava seu povo a migrar para outro lugar, assim como os animais, as aves, entre elas a "Asa Branca". Essa música oferece uma oportunidade de refletirmos sobre a situação atual do Nordeste do Brasil que continua trazendo consequências terríveis para toda a população, como podemos ler nesta reportagem: https://educacao.uol...s-sao-agravantes.htm   O trabalho musical com a canção: "Asa Branca" pode ser desenvolvido sob diversas perspectivas. Seguem algumas sugestões:    - Uma ambientação sonora inspirada na história e clima da música;  - Arranjo com copos de plástico, para o trabalho rítmico com o baião;  - Arranjo com divisão de naipes com instrumentos de percussão para acompanhar o "canto";  - Dramatização da história cantada;  - Desenho do trecho favorito e mais marcante da canção para a criança;  - Criação de uma coreografia em conjunto, etc.   Links que valem a pena assistir:   Luiz Gonzaga ao vivo: https://www.youtube..../watch?v=zsFSHg2hxbc   Homenagem de Hélio Ziskind para Luiz Gonzaga: https://www.youtube..../watch?v=V7i8ntY1zd8   Seca do Nordeste com Asa Branca: https://www.youtube....?v=nQm4uJn0090  Um projeto contextualizado e interativo, permite que a criança participe do processo para aguçar sua percepção em relação aos elementos musicais, com perguntas que despertam a curiosidade. Exemplo:   Quais são as palavras desta música que nos inspira uma imagem sonora? Como podemos representá-la? Com som da voz, do corpo, de um instrumento musical ou objeto sonoro? Vamos cantar e aplicar estas sugestões.  A BNCC sugere o desenvolvimento da empatia, cooperação e trabalho em grupo, e isso é fundamental para a vida. Ninguém desenvolve algo muito significativo sozinho. Juntos somos sempre mais fortes. Por isso é importante estimular o trabalho em grupo e incentivar a criança a ouvir a ideia do amigo, lidar e respeitar " o diferente ". Durante o projeto, trabalhos em grupos são também bem-vindos.  É importante registrar os passos do projeto, pois essa é também uma forma de avaliar e acompanhar todos os progressos de cada aluno, tanto nos aspectos motores, emocionais e cognitivos. Os registros podem ser feitos através de gravações em vídeo, áudio, fotos, etc.   Algumas curiosidades sobre a temática, que podem ser trabalhadas e inseridas durante o projeto:    - Como já vimos, o Baião é um estilo que nasceu no Nordeste do Brasil. Originou-se da música caipira e das danças indígenas.  - Os instrumentos típicos deste estilo são: viola caipira, sanfona, triângulo, acordeom e flauta doce. As letras geralmente falam de alegria, dança, festa, amor e muitas vezes da realidade difícil do povo nordestino, como é o caso de " Asa Branca" (Luís Gonzaga).  - As músicas de Luiz Gonzaga são muito tocadas até hoje durante o ano inteiro e não apenas nas festas juninas. O ritmo ficou famoso e chegou a influenciar trabalhos de Gilberto Gil na época do Tropicalismo e de Raul Seixas com o seu Rock'n Roll, o qual ele chamou de "Baioque".   Veja neste link, a influência de Luiz Gonzaga até nos dias de hoje: https://g1.globo.com...ga-vai-estar-la.html   Saiba mais sobre a história, obra, conquistas e contribuições de Luiz Gonzaga para a Música Popular Brasileira, neste link: https://www.youtube..../watch?v=4R5HG-d-uIk    Muitas habilidades são desenvolvidas quando trabalhamos dentro de um projeto alinhado à BNCC:   Conhecimento sobre sua cultura, reflexão, expressão corporal, noção de como organizar uma pesquisa, conhecimento de instrumentos musicais, apreciação musical, conhecimento de compositores da MPB, imaginação sonora, noção de conjunto, o canto, concentração, percepção de timbres.  Competências gerais trabalhadas: Conhecimento, Repertório cultural, Pensamento científico, crítico e criativo, Comunicação, Cultura Digital, Empatia e Cooperação   Vejam que o contexto fica muito mais rico, quando trabalhamos a temática " Festa Junina" dentro de um projeto.   Outras canções de Luiz Gonzaga:      Xote das meninas: https://www.youtube..../watch?v=YI6Fy-fb9Ms    Baião: https://www.youtube..../watch?v=mwFGvGMxotc    A volta da Asa Branca: https://www.youtube.com/watch?v=whKGCQiD7iY&t=4s    A vida de viajante: https://www.youtube..../watch?v=2G2mDtQWQrk    Luar do sertão: https://www.youtube..../watch?v=KhfZnZwBFHM   Aliás...   E você professor, já iniciou seus ensaios para a Festa Junina? É fundamental e muito mais significativo, contextualizar a festa para criança nesta época do ano.   Veja mais em: https://brasilescola...des-festa-junina.htm   CURIOSIDADE:   O começo da festa junina ao Brasil remonta ao século XVI. As festas juninas eram tradições bastante populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e, por isso, foram trazidas para cá pelos portugueses durante a colonização, assim como muitas outras tradições. Quando introduzida no Brasil, a festa era conhecida como festa joanina, em referência a São João, mas, ao longo dos anos, teve o nome alterado para festa junina, em referência ao mês no qual ocorre, junho. Inicialmente, a festa possuía um forte tom religioso – conotação essa que se perdeu em parte, uma vez que é vista por muitos mais como uma festividade popular do que religiosa. Além disso, a evolução da festa junina no Brasil fez com que ela se associasse a símbolos típicos das zonas rurais.    *** QUER ESTE PDF PRONTINHO? ***  CLIQUE AQUI e deixe seu email!   Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, onde compartilho dicas de professor para professor: debora.cantinhodamusica Conheça meu site: www.cantinhodamusica.com.br   Abraços musicais! Debora Munhoz Barboni  


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Publicado em: 15/04/2022

Possibilidades de trabalho com a cultura indígena na aula de música sem esteriótipos

Possibilidades de trabalho com a cultura indígena na aula de música sem esteriótipos O objetivo de trabalhar a cultura indígena nas aulas de música é fazer a criança conhecer músicas diferentes da sua, ampliando seu repertório de mundo e despertando o respeito e atenção em relação às outras culturas, compreendendo a riqueza e diversidade cultural destes povos. Existem muitas formas de iniciar o trabalho com as crianças. Seguem algumas sugestões: 1.      A partir de uma roda de conversa, pergunte a criança o que ela sabe sobre a cultura indígena. Imagens reais podem ser disparadoras de memórias para as crianças. Para captar imagens, veja o site: https://maimuseu.com...://maimuseu.com.br/. Obs: EVAs não devem ser utilizados, pois em nada representam a cultura indígena. 2.      A música indígena está ligada a momentos especiais e também a atividades do dia-a-dia da aldeia: para brincar, caçar, pescar, celebrar seus rituais ou para o famoso grito de guerra. Por isso , trabalhe com canções indígenas e para despertar o interesse das crianças, inicie o trabalho com canções  de fácil assimilação,  de acordo com a faixa etária, explorando sons do corpo, instrumentos musicais indígenas como tambores, diferentes chocalhos, pau de chuva, reco-reco, etc. Conheça o livro com canções indígenas (Outras terras, outros sons (Magda Pucci e Berenice de Almeida): LINK DO LIVRO - CLIQUE AQUI O vídeo abaixo, mostra instrumentos musicais indígenas e seus timbres. Para assisti-lo, CLIQUE AQUI 3.      Onde tem música indígena (canto), tem história, mitos que geralmente tentam explicar a origem do mundo, a criação dos homens , o surgimento dos animais na terra. As histórias são entremeadas com músicas, que podem representar as falas de animais ou de seres da floresta. O narrador oficial é o pajé ou o líder da aldeia. Ele costuma sonorizar as histórias imitando o som do riacho, dos animais, do vento, da água. 4.      Para trabalhar a cultura indígena, é importante trabalhar a história, a cultura e a música de outros povos indígenas. Este site é o mais completo que conheço sobre o assunto - CLIQUE AQUI 5.      A criança aprende mais e melhor , através de uma abordagem ativa, onde ela tocará instrumentos, cantará pequenos trechos de músicas indígenas, dançará, dramatizará e fará a sonorização de histórias indígenas. É importante o professor criar um contexto forte entre as propostas, para trazer engajamento, afinal, sem atenção não há aprendizagem. Através da música indígena, podemos penetrar na cultura de forma mais potente, pois a criança poderá ampliar sua percepção, imaginação e expressão sobre o tema de forma lúdica e interativa, brincando e interagindo com o conteúdo e conhecendo a cultura de forma mais aprofundada. 6.      Algumas curiosidades sobre a cultura indígena: - Nas aldeias, as músicas são transmitidas de forma oral, de geração em geração. Os cantos tem muitos sons anasalados e em geral são relacionados aos sons da natureza e seres da floresta . - Os indígenas brasileiros já foram chamados de muitos nomes, inclusive índios porque os europeus acreditavam que tinham chegado nas Indias, quando chegaram no Brasil. O termo mais correto, segundo os antropólogos (estudam a cultura de um povo) é o termo indígenas e cada povo indígena tem a sua própria cultura (língua, músicas, rituais). - Quando os europeus chegaram por aqui, tinham cerca de 5 milhões de indígenas. Em 2010, segundo uma pesquisa do IBGE, atualmente existem 230 povos indígenas (mais de 150 línguas, antes da colonização eram 1200) que somam 896917 pessoas. Algumas vivem em cidades, outras em áreas rurais. - Nomes de lugares que vieram do Tupi guarani: Ibirapuera, Anhangabaú, Ipanema, Piracicaba, Niterói, Paraná, Bertioga. Outras palavras: milho, oca, tambor, mandioca. Brincadeira: Jogo da Flecha (Fonte: Livro-Canto da Floresta) Antes de começar o jogo, você precisa selecionar nomes de diversas palavras indígenas que utilizamos, fazendo uma lista para que os alunos possam escolher os nomes que acharem mais interessantes. Vejam algumas citadas neste artigo ( Ibirapuera, Anhangabaú, Ipanema, Piracicaba, Niterói, Paraná, Bertioga. Outras palavras: molho, oca, tambor, mandioca.) O primeiro passo é mostrar o quadro aos alunos para que eles possam escolher um ou dois nomes. Começando a jogar O jogo se inicia com todos os participantes em roda. Uma pessoa ‘atira a flecha’ – isto é, faz o movimento com as mãos como se fosse atirar uma flecha -, falando o nome da palavra indígena escolhida e olhando, precisamente, para a pessoa que escolheu. Essa pessoa, que foi ‘flechada’, deve prosseguir da mesma maneira, isto é, ‘atirando a flecha imaginária’ e falando o nome da palavra indígena escolhida para outra pessoa. E o jogo segue. As pessoas têm que memorizar os nomes para não perder o tempo, pois o jogo tem que ser rápido e bem dinâmico. Quem se atrapalha ou esquece o nome, fica no centro da roda. Quando o participante é flechado pela segunda vez, ele deve usar o segundo nome escolhido, para ficar sempre alternando e ter uma maior diversidade de nomes. Mais curiosidades: - A música indígena é praticada até hoje , sendo constantemente praticada e renovada, como podemos ver neste link - CLIQUE AQUI CONCLUSÃO Fugir de estereótipos é fundamental no trabalho com a cultura indígena, como disse o maravilhoso educador H.J Koellreuter em uma palestra: “Trata-se de um tipo de educação musical que tem como tarefa transformar critérios e idéias artísticas em uma nova realidade, resultante de mudanças sociais. O humano, como objetivo da educação musical”. Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, dentre outras midias sociais, onde compartilho dicas de professor para professor: Instagram: @debora.cantinhodamusica Meu site: www.cantinhodamusica.com.br Abraços musicais, Prof. Debora Munhoz Barboni  


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Publicado em: 24/03/2022

Toda criança é capaz de criar: Orff Schulwerk

Toda criança é capaz de criar: Orff Schulwerk   Carl Orff foi um professor, maestro , compositor, pensador alemão que faz parte da primeira geração dos grandes mestres da educação ativa, juntamente com Emille Jacques Dalcroze, Zoltán Kodály e Edgard Willems. Seus princípios pedagógicos influenciam fortemente, os educadores musicais do mundo inteiro. Para Orff, a música elementar oferece oportunidades para vivências significativas, contribuindo para o desenvolvimento da personalidade do indivíduo. Na prática, a música cantada, dançada e tocada pela criança , insere os elementos da linguagem, da música e do movimento entendidos como unidade, abordados de forma conjunta e acrescidos pela improvisação. "A música elementar nunca é apenas música. Está ligada a movimento, dança e fala e por isso é uma forma de música em que se deve participar, em que se envolve. As crianças geralmente não gostam de estudar, mas gostam de jogar. Se você tiver seus interesses no coração, você as permitirá aprender enquanto jogam"- Carl Orff   Veja na prática , uma atividade que fiz com meus alunos, utilizando princípios desta abordagem maravilhosa. Etapas da experiência musical: 1. Para o processo ser divertido e prazeroso, as crianças primeiro ouviram uma história baseada na letra da canção . 2. Depois , exploramos juntos o pulso, ostinato e as frases , caminhando, batendo palmas ou com brincadeira de mão em dupla e pulando no final de cada frase (vivência corporal). 3. Então, substituímos os movimentos com o corpo, por lenços, stretch band e esferas para explorarmos os aspectos rítmicos já trabalhados anteriormente com sons do corpo e com a voz (brinquedo projetivo). 4. Por fim, tudo que já havia sido vivenciado através do corpo, gestos, movimentos, foram aplicados nos instrumentos. Desta forma, o contexto se torna rico de estímulos e divertido, onde facilmente a criança aplica no instrumento sem precisar de muito ensaio, e tudo isso , através da brincadeira, pois o contexto e o processo são tão importantes quanto conteúdo.  Segue o link do vídeo com o resultado - CLIQUE AQUI   Essa abordagem foi desenvolvida na Alemanha, pelo educador musical Carl Orff (1895-1982) com contribuições de seu amigo Gunild Keetman (1904-1990). Muitas experiências envolvem técnicas com imitação, utilizando ecos rítmicos, melódicos, ostinatos, chamado e resposta, cânones.         Além do trabalho com a voz e com o movimento, a Abordagem Orff Schulwerk valoriza e incentiva o trabalho com os instrumentos musicais de percussão miúda (pandeiros, clavas, maracas, ganzás, caxixi, triângulos, tambores, etc) e instrumentos de percussão melódicos, como os xilofones, metalofones, glockenpiels, etc. Neste trabalho com instrumentos, o professor utiliza com seus alunos, os bordões, melodias pentatônicas e ostinatos. A utilização dos instrumentos vem associada a atividades com o corpo e a voz, para tornar o processo mais lúdico e significativo para as crianças, como podemos perceber assistindo o vídeo abaixo:   Durante o período de sensibilização para os elementos musicais, as crianças são convidadas a criarem e improvisarem, utilizando por exemplo a escala pentatônica de C. Basta tirarmos as notas Fa e Si, que a criança já poderá criar pequenas melodias. Obviamente, quanto mais a criança tiver vivenciado os elementos musicais, mais interessantes poderão ser as frases musicais criadas, porém toda iniciativa de criação é valorizada, por mais simples que seja. Alguns princípios desta maravilhosa abordagem: - Orff Schuwerk significa dançar, tocar, falar, cantar através de vivências que envolvem exploração, improvisação, imitação e composição; - Utiliza-se muitas danças folclóricas tradicionais para estimular o movimento criativo; - A criança é vista como potente para criar; - Foco no fazer musical coletivo para o individual; - A utilização dos instrumentos está associada a atividades com a voz, com o corpo, pois segundo Orff, deve -se praticar a música de forma ativa, ligada ao movimento, dança, fala, do corpo para o instrumento; - Desde o princípio, as crianças já participam de atividades que valorizam as experiências envolvendo o fazer musical , através da imitação, improviso e a criação, de forma orientada e progressiva. O objetivo é promover a aprendizagem musical através da exploração, criação e participação ativa a partir dos elementos musicais vivenciados através da voz, do corpo e dos movimentos, começando de tarefas mais simples às mais complexas, de acordo com a faixa etária e vivência musical anterior dos alunos. As práticas musicais , todas as iniciativas e contribuições por parte das crianças são valorizadas. "Experiência primeiro. Então intelectualize"- Carl Orff Atualmente, a Associação Orff Brasil é referência de estudo e oferece diversas formações para educadores que se interessam em trabalhar com a proposta pedagógica de Orff. Para mais informações sobre a Associação Orff Brasil, CLIQUE AQUI  Para saber mais sobre essa maravilhosa abordagem, CLIQUE AQUI  Sobre as obras de Carl Orff - CLIQUE AQUI Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, onde compartilho dicas de professor para professor: @debora.cantinhodamusica Abraços musicais, Prof. Debora Munhoz Barboni


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Publicado em: 11/03/2022

BNCC e suas relações com a Abordagem Reggio Emilia

BNCC e suas relações com a abordagem Reggio Emilia A BNCC é um documento que oferece diretrizes e eixos fundamentais para o desenvolvimento do currículo e do planejamento escolar. Uma das fontes de inspiração da BNCC é a Abordagem Reggio Emilia que é considerada por muitos especialistas uma das melhores do mundo. Paulo Fochi, um dos organizadores da BNCC, é um grande estudioso e admirador da Abordagem Reggio Emilia, como podemos perceber neste artigo: https://desafiosdaed...-brasil-paulo-fochi/ Vamos entender primeiramente o que é a BNCC na Educação Infantil e Reggio Emilia.   BNCC   A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento obrigatório que deve ser utilizado por todo o Brasil. A BNCC não é currículo, mas nos mostra o que é fundamental ter em mente no momento de planejar as aulas e o currículo. É um documento que nos oferece estruturas que embasam a construção de um currículo, com foco nas necessidades, interesses da criança e ajuda o professor ter foco e intencionalidade pedagógica nas suas ações. Vamos revisar alguns elementos norteadores da BNCC na Educação Infantil:   Diretrizes - CUIDAR E EDUCAR Eixos Norteadores - Brincadeiras e interações Grupos:     Bebês - 0 a 1 ano e 6 meses    Crianças bem pequenas - 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11  meses    Crianças pequenas - 4 anos a 5 anos e 11 meses   Não podemos nos esquecer que a BNCC orienta o professor a ajudar os alunos a desenvolverem não apenas competências cognitivas, mas também sócio emocionais.    Saiba mais: https://sae.digital/base-nacional-comum-curricular-competencias   Uma das habilidades emocionais mais importantes para serem desenvolvidas na Educação Infantil é ajudar a criança a desenvolver a resiliência emocional. É fundamental que a criança aprenda por exemplo, a lidar com a frustração, que faz parte da vida em diversos momentos. O planejamento precisa estar alinhado com estes elementos acima e também com os Campos de Experiências.   Existem 5 campos de experiências.   - O Eu, O outro e Nós: o foco maior está em ajudar a criança no desenvolvimento da identidade, respeito ao próximo, autonomia - Corpo, gestos e movimentos: o foco maior está no trabalho com a psicomotricidade, repertório corporal através do lúdico - Traços, sons, cores e formas: Desenvolvimento da sensibilidade, criatividade através das artes - Escuta, fala, pensamento e imaginação: Foco no trabalho no estimulo da comunicação, escuta ativa e linguagem - Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações: Foco em atividades investigativas, que exploram a pesquisa, a observação, a investigação, a manipulação Estes campos não são caixinhas fechadas, estão integrados entre si, porém ao decidirmos o tema central e o campo de experiência que focaremos, nossa intencionalidade pedagógica se torna mais clara e focada. Nos campos de experiências, a criança é a protagonista de sua aprendizagem e o professor é o facilitador, o veículo mediador do processo que oferece experiências significativas dentro de um contexto forte, para que a criança possa vivenciar, desenvolver habilidades para a vida real e ter seus direitos de aprendizagens garantidos. Os direitos de aprendizagem das crianças são: Explorar, Participar, Conhecer-se, Conviver, Brincar, Expressar.   Saiba mais sobre os Campos de experiências e os direitos de aprendizagens neste link: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias   Abordagem Reggio Emilia   Reggio Emilia é uma cidade pequena localizada na Itália. Em 1991, ficou mundialmente conhecida pelo trabalho de excelência que era realizado na Educação Infantil e que começou após o fim da Segunda Guerra Mundial.   Como surgiu a Abordagem?   A criança é feita de cem - Loris Malaguzzi (1920-1994)   A criança tem cem mãos cem pensamentos cem modos de pensar de jogar e de falar. Cem sempre cem modos de escutar de maravilhar e de amar.   Loris Malaguzzi (1920-1994) era um professor universitário que morava na cidade vizinha e ficou sabendo que muitos pais que moravam em Reggio Emilia se organizavam para montar um espaço para deixarem seus filhos durante o trabalho. Eram pessoas visionárias que já viam potencial nas crianças, e gostariam que seus filhos tivessem acesso a uma rotina que ia além do nível assistencialista (cuidados com alimentação e higiene). Malaguzzi achou interessante a proposta inovadora para a época, que foi logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ele então decidiu acompanhar o processo de desenvolvimento da escola bem de perto, com foco na construção social e política local, que estava devastada pós-guerra. A Escola Inovadora começou a ficar muito conhecida na cidade e passou a ter cada vez mais adesão por parte das famílias. Este espaço pensado no coletivo, ficava em uma pequena vila na Itália chamada Vila Cella. O nome da escola era " 25 de Abril". Malaguzzi era um grande estudioso da Psicologia e da Pedagogia do Desenvolvimento e por falar vários idiomas, foi capaz de ter acesso e estudar profundamente a obra de grandes teóricos  como Piaget, Vygotsky , Montessori , Irmãs Agazzi dentre outros, que colaboraram para sua visão inovadora na construção de uma proposta educacional na Educação Infantil daquela  época, com foco no trabalho coletivo e colaborativo entre os pais, professores e crianças no processo de bem-estar e aprendizagem na escola para transformar a sociedade pós guerra a partir das crianças que seriam o futuro da nação. A iniciativa deu tão certo que a abordagem se tornou referência mundial em educação infantil e hoje engloba 40% das escolas da cidade. A rede Reggio Children é composta de 13 creches e 21 pré-escolas.   Alguns princípios da abordagem: O que a criança precisa para se desenvolver?   - Bem-estar - Criança é vista como potente para criar, participar e ser protagonista de sua aprendizagem - Abordagem baseada na lógica das próprias linguagens das crianças ("cem linguagens") - Tarefa prioritária do professor baseada na escuta e o reconhecimento das múltiplas potencialidades de cada criança - Foco na experiência/ saber fazer/desenvolvimento de habilidades:   As crianças participam de “laboratórios do fazer”, que combinam as tradicionais linguagens gráficas, pictóricas e de manipulação, e também da psicomotricidade, ligadas ao movimento, comunicação verbal e não-verbal, as linguagens icônicas, o pensamento lógico, científico, natural, discussões éticas, e manejo de ferramentas multimídia, sempre objetivando que a criança aprende “com todo corpo”, de forma fluída e permanentemente integrada.   Reggio Emilia hoje...   Mais de 60 anos se passaram e hoje a Rede Reggio Emilia é considerada grande referência para escolas do mundo inteiro servindo de inspiração para a construção dos pressupostos teóricos práticos que estão na BNCC, como já vimos no início deste artigo.  Um dos pontos fundamentais da Abordagem Reggio Emilia que foi utilizado na BNCC é que Malaguzzi orientou que a abordagem utilizada no espaço escolar na Educação Infantil deve ser baseada na lógica das próprias linguagens das crianças, que expressam seus sentimentos, pensamentos e desejos. Por isso o professor precisa ser um observador de seus alunos, para conhecê-los melhor, além de também estudar sobre desenvolvimento infantil. A visão que o professor tem da criança também é muito importante. Tanto na BNCC quanto na Abordagem Reggio Emilia, a criança é vista com um ser humano potente, capaz e protagonista de sua aprendizagem na escola. O papel do professor é o de mediador. BNCC e a Abordagem Reggio Emilia A BNCC inspirada em Reggio Emilia, utiliza essa perspectiva a partir das crianças, seus direitos e suas cem linguagens. A forma que o aluno se comunica e se conecta para aprender e se desenvolver são informações muito importantes no momento de planejarmos um contexto forte para promover a aprendizagem. Outro ponto importante em Reggio Emilia e que também se faz presente na BNCC é a importância dos registros feitos pelos professores, crianças e famílias no ambiente escolar, com foco em acompanhar o processo de aprendizagem do aluno em suas experiências significativas. Essas observações colaboram para que o planejamento se torne mais direcionado, reflexivo, significativo e personalizado para o aluno, que é considerado protagonista de sua aprendizagem e muito potente, por isso tem direitos de aprendizagens ativos, onde aprende através da experiência, através das brincadeiras e interações. Estes pressupostos teóricos são diferentes dos tradicionais, onde o professor conduz o tempo inteiro as atividades. Por isso para muitos professores, planejar de acordo com as diretrizes, eixos, pressupostos da BNCC é ainda um grande desafio. Quanto mais nos aprofundamos nos estudos voltados a Primeira Infância, Desenvolvimento Infantil, Psicologia do Desenvolvimento, mais perceberemos o quanto a Abordagem Reggio Emilia e a BNCC podem ajudar o professor a construir um currículo, planos de aula realmente significativos e de acordo com a cultura da infância para promover a aprendizagem integral (aspectos emocionais, motores e cognitivos) das crianças da Educação Infantil. Quero recomendar alguns links, caso você professor, queira se aprofundar mais no assunto:   Site da educadora Katherine Stravogiannis, que é grande referência no conhecimento da abordagem Reggio Emilia no Brasil: https://pedagogiaeinfancia.com.br/   Livro: “As cem linguagens da criança"- Carolyn Edwards, Leila Gandini, George Forman, Maria Carmem Silveira Barbosa Livro: “Diálogos com Reggio Emilia: Escutar, investigar e aprender"- Carla Rinaldi, Vania Cury   BNCC: http://basenacionalc...nalcomum.mec.gov.br/ Reggio Emilia: https://www.reggioch...w.reggiochildren.it/   E você? Já ouviu falar da Abordagem Reggio Emilia? Já utiliza os pressupostos teóricos utilizados por essa abordagem e pela BNCC no seu planejamento e construção de currículo?   Escreva nos comentários...   Quero te convidar a conhecer meu Instagram profissional, onde compartilho dicas de professor para professor: @debora.cantinhodamusica CLIQUE AQUI para entrar no meu grupo do WhatsApp Abraços musicais, Prof. Debora Munhoz Barboni      


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