Somos seres musicais. Já nascemos estimulados pelos sons, pela linguagem musical, pois desde o quinto mês de vida intra-uterina, o feto já está apto para receber informações através da audição. Apesar de certas pessoas nascerem com uma facilidade maior para desenvolver a inteligência musical, as pesquisas afirmam que se formos estimulados adequadamente, em um ambiente que favoreça experiências musicais significaticas, e praticarmos, todos podemos desenvolver a inteligência musical. Como pais, podemos facilitar experiências que favoreçam uma estimulação adequada aos nossos filhos através da música. Todos nós trazemos conosco uma cultura musical que aprendemos na nossa infância e que podemos resgatar para utilizar com nossas crianças. Podemos também pesquisar para que assim possamos ampliar o repertório de nossos filhos, desde a música clássica, folclórica, MPB, etc. Matricular seu filho em aulas de musicalização é sem dúvida um excelente investimento, mas é importante que os pais valorizem essa linguagem em casa também. É importante saber que a criança descobre o mundo através dos estímulos sensoriais (tato, paladar, audição, visão). Podemos refletir então, sobre que tipo de música e atividades podemos utilizar que irão favorecer o estímulo dos sentidos sensoriais Sugestões de Atividades Histórias Escolha histórias com temas nos quais é possível retratar o ambiente sonoro da cena. Histórias com animais estão entre as prediletas dos bebês e crianças da educação infantil, mas explore temáticas diferentes como sons do campo, da praia, da fazenda, diversificando as fontes sonoras, utilizando objetos do dia-a-dia e instrumentos musicais. As histórias devem ser bem curtas e objetivas, para não ficar cansativo aos pequeninos. Os sons do ambiente, quando contextualizados em uma história, tornam a experiência mais significativa e prazerosa. Imite, por exemplo, o som do patinho quando este aparecer, cante uma música que você conheça que seja curtinha sobre “pato”. Utilize gestos e expressões corporais, imite o som do pato nadando na lagoa, enfim, use a criatividade para revelar diferentes ambientes sonoros (do campo, da cidade, de objetos, etc.) através da história, treinando assim a percepção auditiva e a imaginação da criança. São atividades simples, porém eficientes, que oportunizam uma exposição sonora que irá introduzi-los no convívio social. Canções com percussão corporal e danças Existem muitas canções que podem ajudar seu filho a entender o significado das palavras e a conexão com as ações. Por exemplo, a música “Palma, palma, palma” induz a criança a bater palmas, “Cabeça, ombro, joelho e pé” explora o esquema corporal. Canções que estimulam a percussão corporal (bater palmas, pés, sons com a boca, etc), movimentos de correr, pular, andar, marchar não apenas trarão momentos divertidos entre vocês, como também contribuirão para o fortalecimento da musculatura, desenvolvimento do senso rítmico, da percepção e da coordenação motora do seu filho. Brincadeiras em dupla Trabalhar com rimas, parlendas e brincadeiras infantis com as crianças são atividades indispensáveis, pois possibilitam que a criança tenha contato com a linguagem de forma lúdica e prazerosa. Um exemplo é a parlenda que brinca com os dedinhos (Dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura bolo, cata piolho...) que conta os dedinhos e que termina tocando o bebê e fazendo cócegas. Os pequenos demonstram entusiasmo com atividades assim. Brincadeiras de colo, como “Upa, upá cavalinho” são uma das brincadeiras favoritas dos bebês. O adulto pode cantar variando a velocidade da canção, ora mais rápida, ora mais devagar, para que brincando a criança perceba diferentes andamentos. Canções que brinquem de esconder e achar o bebê também estão entre as brincadeiras prediletas. Atividades em duplas, como serra-serra serrador, também são muito interessantes, pois fazem com que a criança vivencie a pulsação da música e ao mesmo tempo interagem de mãos dadas com quem está brincando com ela. São atividades simples e que atraem até os bebês mais pequeninos. Repertório a utilizar Além do repertório folclórico, atualmente temos uma infinidade de CDs produzidos por professores de música e compositores muito competentes, que muitas vezes lidam com esta faixa etária diariamente e fazem músicas especificas para interação entre pais e filhos. É importante ampliar o repertorio musical do seu filho oferecendo estilos variados, como música clássica, MPB, de outras culturas, etc. Pesquise, converse com um professor de música pedindo indicação de bons materiais e selecione um repertório de qualidade para a educação musical do seu filho. Instrumentos musicais Apresentar instrumentos de percussão (chocalhos pequenos e leves, clavas, tambores) para que os bebês possam explorar ou acompanhar com canções, também desenvolvem a coordenação fina dos membros superiores, além de, estimular a fala e a percepção para os instrumentos musicais. Os mais adequados, são os da pequena percussão, pois são leves, tem um som curto e preciso, facilitando o trabalho do desenvolvimento da pulsação na música, que é o primeiro aspecto da rítmica a ser estimulada com crianças pequenas. Até os 2 anos principalmente, as crianças costumam levar tudo o que observam na boca (fase oral), portanto, é muito importante que os instrumentos e objetos utilizados na aula estejam limpos, não possam ser engolidos e não tragam risco ao bebê. Relaxamento Os momentos que antecedem à hora de dormir, devem ser momentos prazerosos e a música também é uma grande facilitadora deste processo. As canções de ninar podem ser usadas para relaxar, tocar e trazer proximidade, além de fazer com que a criança de sinta amparada e cuidada de acordo com a letra da canção. A mamãe pode, por exemplo, escolher músicas de ninar que tenham uma melodia agradável e uma letra apropriada. Canções como “Boi da cara preta”, “Bicho papão”, foram canções feitas pelas mucamas, na época da escravidão, e que cuidavam muitas vezes dos filhos dos seus senhores sem a menor afetividade. Por serem curtas e terem andamento lento, foram passando de geração em geração, mas existem canções bem mais apropriadas para estimularem o sono de seu bebê do que estas, que se formos analisar a letra, mais parecem canções de terror. É importante que a mamãe realize atividades prazerosas com o bebê enquanto ouve música. Um exemplo de atividades simples que acalmam os bebês, e que proporcionam momentos agradáveis entre mãe e filho, é a massagem relaxante com fundo musical. A mamãe pode acariciar o corpinho do bebê lentamente, nomeando cada parte, o beijando, etc., enquanto o prepara para a hora de dormir. O uso de texturas diferentes, como lã, bolinhas de algodão, de madeira, bichinhos de látex, promovem um interesse especial no momento destinado às massagens, sempre conectadas à música. Pincéis com cerdas macias (pincéis de blush, por exemplo), quando passados em cima das sobrancelhas, ao redor do seu rostinho, o acalmam e o preparam para o sono. Cantar, dançar, brincar, é só começar! O mais importante é proporcionar a você e seu filho, momentos de prazer e diversão. Faça isso por ele e por você mesmo. Desta forma ele vai perceber como é divertido cantar e estar com você, e naturalmente, laços afetivos recheados de boas lembranças serão construídos, de uma forma natural e eficiente, no conforto da sua casa. Prof. Débora Munhoz Barboni Prof. de Música www.cantinhodamusica.com.br
1. Quais os tipos de músicas mais indicados? Sim. Hoje temos estudos científicos que provam que a aprendizagem infantil começa na gestação. O sistema auditivo e a sensibilidade tátil do feto estão aptos para receber informações a partir do quinto mês de vida intra-uterina. A partir desta etapa, todo estímulo (toque, risada, grito, barulho...) fará diferença no desenvolvimento cerebral do feto, que além de alimento, oxigênio e proteção, precisa de afeto e carinho para se desenvolver. Pelo fato dos sons do mundo exterior entrarem pelo tecido abdominal da mãe e pelo líquido amniótico que envolve o feto, ele é capaz de ouvir e reagir ao que escuta (apesar dos sons serem abafados). Muitas mães relatam que os bebês reconhecem depois de nascidos, as músicas que elas costumavam ouvir quando estes estavam ainda na barriga. As mães ensinam seus filhos mesmo antes de nascerem e as pesquisas mostram que o feto capta estas dicas do ambiente intra-uterino e molda sua psicologia de acordo. 2. Quais os tipos de músicas mais indicados? Os estilos de música mais indicados, são músicas que a mamãe se sinta bem e que lhe traga boas recordações. Para acalmar e diminuir a ansiedade, a gestante pode ouvir músicas com melodias mais suaves como, música clássica com sons da natureza, instrumentais com “flauta de pan” e canções de ninar. O ambiente também é importante para potencializar os efeitos da música. A mamãe pode procurar um local calmo e arejado e ouvir as músicas acariciando a barriga (algumas vezes o papai pode participar do momento), conversar e cantar para o bebê. É importante a mamãe visualizar pensamentos positivos, cenas agradáveis enquanto relaxa com a música. Atitudes e posturas de resguardo como estas, são importantes para fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho, que provavelmente reconhecerá a voz da mãe e do pai ao nascer, assim como canções que foram muitas vezes repetidas durante a gestação que certamente será mais tranqüila também. 3. Qual a melhor idade para colocar os filhos na aula de música? Quanto antes, melhor. A partir dos 8 meses, as famílias podem matricular seus filhos na musicalização infantil, que são aulas onde a criança vai brincar com a música (através de diversas atividades como brincadeiras de roda, de mãos, de colo, histórias cantadas, sonorizadas, parlendas, etc) para ajudá-la em seu desenvolvimento. Brincando com a música (geralmente as aulas são em grupo), a criança se socializa, melhora sua atenção e concentração, desenvolve seu senso rítmico, sua percepção auditiva, etc, o que formará bases para futuras aprendizagens como aprender um idioma ou aprender a ler e escrever. 4. E para matricular meu filho para aprender um instrumento musical? A melhor fase é a fase que a criança está se alfabetizando. Tocar um instrumento exige da criança uma coordenação motora mais apurada, boa concentração, força de vontade, disciplina, além da parte física também. Para tocar um piano, por exemplo, é necessário que a mão da criança não seja tão pequena, senão ela esbarra os dedos nas teclas. Antes dos 6 anos, é muito mais aconselhável aulas de musicalização infantil, onde ela vai vivenciar a música e se desenvolver através de atividades que estão de acordo com seus interesse e necessidades (brincar, cantar, dramatizar, explorar, descobrir novos sons, etc). É necessário respeitar o tempo da criança, não querer pular etapas, para que o processo seja prazeroso. 5. Quais os benefícios da música nos estudos? Estudos da Neurociência comprovam que estudar música melhora as funções executivas do cérebro, responsáveis por habilidades como memória, controle da atenção, organização e planejamento do futuro. Isso acontece porque praticar música, como tocar um instrumento musical, exige foco e disciplina, além de utilizar a coordenação das mãos, senso rítmico, estimulo visual e auditivo. Desde uma brincadeira de roda, ou tocar um instrumento musical, nas aulas de música, o cérebro é desafiado a utilizar diversas coordenações ao mesmo tempo (cantar/dançar, cantar/tocar/dançar, dançar/tocar, etc.) Essas informações são assimiladas pelo cérebro através dos sentidos, colaborando de forma significativa nas aquisições linguísticas, sociais e cognitivas, lembrando que todos os aspectos do desenvolvimento (motor, intelectual e afetivo) estão interligados e um exerce influência sobre o outro. 6. Todos podem desenvolver sua inteligência musical? Sim. É importante que a criança tenha contato com a música de forma prazerosa e tenha experiências significativas com essa linguagem. Dessa forma, ela terá interesse em praticar. Sabemos a importância da prática para nos desenvolver e com a música não é diferente. É importante enfatizar que nunca é tarde para praticar música. Ao aprender a tocar um instrumento musical, por exemplo, estamos exercitando nossas habilidades mentais, refinando nossa capacidade de ouvir e desenvolvendo o controle motor fino, o que ajudará na firmeza de equilíbrio e na crescer em mobilidade. Ou seja, desenvolvendo essa nova habilidade, programaremos nosso cérebro para envelhecer em melhores condições. Link da entrevista:http://www.lalarudge.com.br/maria-rudge/musica-para-criancas/ Débora Munhoz Barboni - Formada em Artes e pós graduação em Psicopedagogia e Educação Infantil. Tem uma página no facebook chamada: Cantinho da Música (www.cantinhodamusica.com.br) Prof. Débora Munhoz Barboni Prof. de Música www.cantinhodamusica.com.br
A música como auxiliadora no processo de vínculo afetivo entre pais e filhos Todo bom pai e toda mãe, tem o interesse de criar laços afetivos com seus filhos e melhorar suas relações com ele. Nos dia de hoje, tudo é muito corrido, trabalhamos demais, gastamos horas no trânsito e quando temos tempo com nossos filhos, estamos exaustos. Apesar do cansaço e da falta de paciência nestes momentos, queremos que nossos filhos sintam que tem um lugar de apoio, de alegrias e que nos preocupamos verdadeiramente com eles. Uma solução fácil e que atrai crianças, jovens e adultos de todas as idades, é trazer a música cada vez mais presente para o convívio familiar. Quando uma criança começa a aprender a tocar um instrumento musical de seu interesse e é apoiada e incentivada pelos pais, sua autoestima aumenta, ela tem prazer em estudar e apresenta seu repertório também para receber incentivos verbais. Os pais que demonstram valorizar a prática musical acompanham todo o processo, desde a escolha do instrumento (o familiar pode sugerir, mas quem decide qual instrumento irá aprender, é a criança que irá praticá-lo), sua compra, o professor que irá ensiná-lo, até momentos separados na rotina para escutá-lo a se apresentar e elogiá-lo em sua prática por qualquer avanço que tenha feito. A criança então aprende desde cedo o valor da prática, da disciplina, do foco para obter resultados e tudo isso, dentro do lar, perto dos pais, que atentos observam os progressos, as frustrações, enfim, características da personalidade que aparecem nestes momentos que se tornam uma oportunidade para os pais ensinarem com amor, o valor da perseverança, de enfrentar o medo de errar e de lidar com a dificuldade. É necessário, porém, que os pais estejam dispostos a gastar um tempo por semana, para escutar seus filhos tocarem, por mais iniciantes que sejam. Podem chamar parentes próximos para assisti-los (os avós nestes momentos são os primeiros a adorarem a idéia), dar incentivos (um passeio preferido, por exemplo...), enfim, proporcionar momentos que façam com que a criança se sinta valorizada e apreciada por seus esforços e méritos, assim tudo isso reforça sua auto-estima e sua vontade em desejar aprender cada vez mais. É importante ressaltar, o quanto a pedagogia musical se evoluiu e hoje, as crianças aprendem um instrumento musical rapidamente, pois aprendem de forma lúdica, com brincadeiras e jogos e escolhendo músicas de seu agrado (o que facilita e muito para o envolvimento da criança em sua aprendizagem). Mas mesmo que seu filho venha desistir no meio do caminho, o contato com a música já foi capaz de acrescentar uma nova dimensão à sua personalidade, pois ele pôde experimentar uma nova cultura, uma nova linguagem, que estimulou sua inteligência de forma global. A música é uma linguagem universal e ao mesmo tempo um entretenimento que além de relaxar, tem o poder de estimular o cérebro (em outras áreas) e de unir pessoas. A música pode estreitar os laços entre você e seu filho (a), pode aumentar os assuntos em comum diminuindo as distâncias entre idades e faz com que tudo fique mais fácil e descomplicado. Mas como ajudar seu filho ou filha a escolher um instrumento musical? 1. O ideal, se ele (a) é pequeno (a) (até 7 anos) é que ele tenha passado por aulas de musicalização infantil, para que ele (a) vivencie os elementos da música e as possibilidades de brincadeiras para se expressar através dela, desenvolvendo assim, habilidades como coordenação motora, criatividade, concentração, imaginação, que irão facilitar e muito no processo de aprendizagem de um instrumento. Podemos dizer que, a musicalização infantil é a pré-escola da música. 2. Exponha a criança à música, ouça canções de qualidade no carro, em casa, leve seus filhos para assistirem shows que tenham instrumentos musicais. Leve-o (a) a uma loja de instrumentos, assista vídeos de shows com ele (a), enfim, demonstre entusiasmo sobre o assunto e converse com ele sobre a possibilidade de aprender a tocar um instrumento musical. Se concordar, pesquise escolas de preferência perto de casa, que ofereçam aulas lúdicas, e que também utilizem a musicalização (jogos e brincadeiras) para trabalhar os conteúdos necessários para a aprendizagem musical. 3. Ajude-o (a) a escolher o instrumento, levando em conta o tamanho do instrumento e a maturidade da criança. Converse com um professor de música, visite uma loja de instrumentos e experimente com seu filho (a). Dentre os mais solicitados estão o violão, a flauta doce e o piano. Se decidir comprar o instrumento, não há a necessidade de comprar um modelo caro. O importante é que seu filho possa praticar o que aprendeu na aula. Neste início de aprendizagem não é preciso algo muito sofisticado e caro. 4. Seu filho (a) pode demonstrar interesse em simplesmente cantar. A canção é uma forma de expressão completa, intervindo na ação, na razão e na emoção. A partir de 7-8 anos, as crianças podem participar de corais, onde terão contato com um repertório diversificado de canções, além de exercícios de musicalização e de voz, para ampliarem suas habilidades musicais. Esta é uma boa oportunidade para se refletir sobre o que fazer como pais que desejam trazer a alegria e o poderoso estímulo da música para seus lares, para que seus filhos cresçam mais saudáveis e felizes, em um ambiente incentivador, onde qualquer progresso e esforço são valorizados, produzindo auto-estima, pois este é um valioso combustível para uma pessoa emocionalmente saudável (e a música contribue e muito neste aspecto) em qualquer idade da vida.
Imagine a cena: Você está cansado, entrou no seu carro depois de um dia cansativo e sabe que vai encarar um trânsito terrível. Quanto stress e desânimo! Porém, ao ligar o rádio, percebe que sua música preferida está tocando. Qual a sensação imediata? Provavelmente, de satisfação, de prazer, como se de repente, todo aquele terrível stress diminuísse drasticamente. Esse é o poder da música! Há muito tempo, pesquisadores estudam sobre a influência da música nas atividades cerebrais. Estudos comprovados mostram que pessoas que praticam música com prazer ou que ouvem músicas que gostam, fazem o cérebro produzir endorfinas e serotoninas, que atuam trazendo relaxamento, equilíbrio mental e emocional. A música também ativa o neurotransmissor do prazer no cérebro, à dopamina. Isso ajuda a explicar porque a música sempre fez parte da vida das pessoas e é muito utilizada em festas, em filmes e pelo marketing. Obviamente, para podermos usufruir deste benefício, temos que estar atentos ao repertório que escutamos. Há músicas que contribuem ainda mais para deixar o coração desanimado. Certas melodias nos remetem a situações desagradáveis e momentos não tão felizes, portanto, essas músicas devem ser evitadas, se o objetivo é utilizar a música como terapia para trazer mais ânimo para o dia-a-dia. Além de contribuir para o bem-estar do ser humano, a música pode ajudar a melhorar o funcionamento do nosso cérebro, principalmente quando praticamos música com regularidade. Pesquisas recentes nos mostram que o cérebro pode mudar sua própria estrutura, através dos pensamentos e atividades estimulantes. O cérebro é vulnerável às influências externas e pode ser exercitado como se fosse um músculo. O fato é que a música nos envolve em diversos níveis e através de sua prática, desenvolvemos habilidades motoras, cognitivas e lingüísticas. Todos podem desenvolver o talento musical, desde que tenham contato com a música de forma agradável e pratique bastante. A música pode fortalecer áreas importantes nos primeiros anos de vida, quando a neuroplasticidade (capacidade do cérebro de modificar sua estrutura e função através de experiências anteriores) é maior, mas é preciso salientar que a plasticidade continua na fase adulta. Nunca é tarde para praticar música. Ao aprender a tocar um instrumento musical, por exemplo, estamos exercitando nossas habilidades mentais, refinando nossa capacidade de ouvir e desenvolvendo o controle motor fino, o que ajudará na firmeza de equilíbrio e na mobilidade. Ou seja, desenvolvendo essa nova habilidade, programaremos nosso cérebro para envelhecer em melhores condições. A música está acessível á todos, não importa a idade. Aliás, quanto antes começar, melhor. Muitas famílias levam seus filhos desde bem pequenos para as aulas de musicalização infantil, pois desta forma aprenderão muitas brincadeiras musicais para praticar com seus filhos em casa, oferecendo assim, um tempo de qualidade, afeto e atenção exclusiva através da música, além de oferecer muito estímulo ao cérebro de maneira lúdica. A criança que tem contato com música de qualidade desde pequena, além de desenvolver o gosto pela música, será um adulto com maior sensibilidade, e utilizará a música para descarregar o stress do dia-a-dia de maneira saudável. Além disso, poderá se tornar um apreciador da boa música, pois conviveu desde pequeno com este repertório, com experiências agradáveis e provavelmente se identificará com pessoas do mesmo nível cultural. Para os adultos, segue a dica: cante sempre, seja sozinho, com amigos, em um show com artistas ou bandas que você goste, selecione suas músicas favoritas para ouvir durante o trânsito ou para fazer ginástica... enfim! Inclua mais a música na sua vida. Ou melhor, que tal aprender a tocar um instrumento musical para estimular seu cérebro com uma nova habilidade? A música sem dúvida pode trazer bem-estar, auto-estima e melhor qualidade de vida para todas as idades. Experimente trazer a música com mais intensidade para sua vida e da sua família. Certamente você perceberá que quem disse o famoso e antigo ditado: “Quem canta seus males espanta” estava totalmente certo e por isso este ditado é tão conhecido até hoje!