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Publicado em: 02/04/2017

Musica e autismo, uma dupla que dá certo

O autismo é um universo desconhecido por muitas pessoas. É um transtorno que desafia a ciência, por ser complexo, ter causa desconhecida, diferentes graus que apresentam tanto crianças que não conseguem falar, quanto outras que apresentam habilidades extraordinárias. Geralmente, quando os pais descobrem que tem um filho autista, se sentem bem confusos e temerosos, principalmente em relação ao grau do transtorno. Os estudos mostram que a rede de neurônios que coordenam no cérebro a comunicação e os contatos sociais, são organizados de uma forma diferente em autistas. O transtorno afeta quase todos os aspectos do comportamento humano: a fala, o interesse por amizades e vida social, os movimentos do corpo, as emoções e interações. O autismo deve ser diagnosticado precocemente, por meio de testes de comportamentos e questionários respondidos pelos pais. Sabemos que a plasticidade cerebral (estrutura cerebral que é capaz de se modificar de acordo com os estímulos recebidos) é muito intensa dos 0 à 6 anos. Nesta fase inicial, o tratamento apresenta melhores resultados. Depois disso, as deficiências são agravadas, portanto, é essencial buscar ajuda caso a família perceba índicos de autismo no seu filho, que são eles:    •  Atrasos na fala;    •  Olhar distante. Muitas vezes não responde quando é chamado pelo nome;    •  Não interage a estímulos afetivos como um olhar, um abraço ou um sorriso.    •  Atitude ausente;    •  Quando bebezinho, não estica os braços para ser tirado do berço. Muitas vezes para chamar atenção prefere fazer movimentos repetitivos;    •  Brinca de forma sistemática, não lúdica. Ex: Em vez de interagir com o boneco (mundo da imaginação), prefere alinha-lo a outros brinquedos, enfileirando-os;    •  Na presença de outras crianças se isola, por falta de interesse. Ao perceber estes indícios, os pais devem procurar ajuda de um especialista, pois só ele poderá dar o diagnóstico. O tratamento do autismo é multidisciplinar (envolvendo psicólogas, psicopedagogos, terapeutas comportamentais, etc) e deve ser iniciado o mais rápido possível, pois o autismo traz uma série de fatores aliados. É importante a união e colaboração de todos que tem contato com a criança autista, principalmente da família, além de muita paciência e amor pela criança durante o processo, que muitas vezes, dependendo do grau do transtorno, é lento. Respeitar o tempo e o limite da criança é muito importante, mas sem deixar de trabalhar as dificuldades. É importante ensinar a criança autista, que para um relacionamento funcionar, são necessários pequenos gestos de gentileza (contato visual, cumprimentar as pessoas, conversar,etc.). Indivíduos autistas não possuem estas habilidades, mas é algo que pode ser aprendido, apesar de para eles, não ser algo natural e prazeroso. Apesar de ser um transtorno incurável, as pesquisas mostram que existem muitos autistas que por terem boa assistência durante a infância, cresceram, se desenvolveram muito bem e muitos inclusive apresentaram inteligência superior em certas áreas, se destacando no mercado de trabalho. O fato de pensar de uma forma muito lógica, faz com que muitos autistas tenham muita facilidade em matemática e em música. Aliás, cada vez mais estudos apontam a música como ferramenta poderosa para desenvolver habilidades, inclusive em crianças autistas. Somos estimulados através dos sons (matéria-prima da música), desde o quinto mês de vida intra-uterina, quando nosso sistema auditivo está apto para receber informações. A música é interessante para a criança desde sempre e isso é maravilhoso, porque a motivação (vontade e interesse em querer aprender o conteúdo) é essencial para a construção da aprendizagem. Os pais dos autistas geralmente recebem orientações, para que estejam atentos aos interesses do seu filho, porque ao descobri-los, poderão utiliza-los como links para desenvolver diversas habilidades. A música é sem dúvida uma destas pontes, que atraem a atenção da criança autista e que é uma facilitadora de aprendizagens. Estudos de ressonância magnética funcional, apontam que a música causa um efeito único em pessoas autistas, principalmente como intervenção terapêutica. A música, quando utilizada de forma adequada, é capaz de relaxar, trazer sensação de bem-estar, o que pode auxiliar de forma natural, no tratamento em conjunto com outras terapias. Outro fato importante, é que pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), apesar de terem grande dificuldade em perceber sentimentos nas expressões faciais, são capazes de perceber sentimentos de alegria e tristeza em uma peça musical, ou seja, os sentimentos de uma peça musical torna-se mais claro para um sujeito com TEA do que a visualização de expressões faciais. A música tem o poder de ser uma facilitadora de comunicação, mas para que o autista seja realmente beneficiado, com resultados à longo prazo, é necessário que a música seja utilizada de acordo com os interesses da criança, com um professor que realmente conheça as especificidades do transtorno e que saiba utilizar técnicas de musicoterapia (terapia alternativa que utiliza a música como ferramenta para desenvolver habilidades e objetivos pré-estabelecidos no indivíduo). Nas aulas, são utilizadas atividades que promovem um vínculo de respeito e confiança entre o aluno e o professor, que planeja as interações de acordo com a maturação biológica do aluno. O espaço onde as aulas acontecem deve ser seguro, livre de distrações e o material oferecido não deve oferecer qualquer perigo. Nas aulas de música para autistas, as atividades são diversificadas, com metas bem definidas. Os exercícios são lúdicos, com diversos objetivos, como socializar a criança (através de brincadeiras de roda, brincadeiras em dupla onde o contato visual é estimulado e valorizado), desenvolver sua psicomotricidade (através de jogos psicomotores, pedagógicos, canções utilizando sons do corpo, manuseando instrumentos musicais), a linguagem (através de jogos cênicos, contação e organização de histórias cantadas com figuras associadas, jogos de tabuleiro), dentre outros. Brincando, a criança associa gestos e movimentos a conceitos musicais mais abstratos, aprende regras sociais, aumenta sua expressividade e descobre o mundo de forma agradável. Além disso, descobrimos através das brincadeiras, os interesses e necessidades individuais da criança, o que é de suma importância, pois através destas descobertas, as pessoas que interagem com o autista poderão utilizar estes interesses como temas para desenvolver conteúdos específicos. Exemplo: muitos autistas demonstram interesse por animais, dinossauros, outros preferem carrinhos, trens, etc. O professor geralmente percebe estes interesses e utiliza nas aulas, pois a motivação é essencial para a construção da aprendizagem de diversos conteúdos. A música é uma arte extremamente acessível a todas as classes sociais. As famílias também podem estimular seus filhos em casa através da música. Existem músicas sobre qualquer tema, para trabalhar diversos conteúdos. É necessário, porém, muita pesquisa, dedicação e muita observação por parte da família em relação à criança, no sentido de descobrir os interesses dela, para fazer com que ela se interesse em interagir com as propostas. Se a criança gosta de pular, procure músicas que estimulem os movimentos corporais. Se a criança demonstra interesse por instrumentos musicais, compre tamborzinhos, clavas, chocalhos e toque com ele, acompanhando diversos estilos musicais. Se ele gosta de brincar com a bola, ligue o som com uma música que ele gosta e brinque de bola com ele olhando nos olhos e toda vez que ele olhar nos seus olhos, comemore com muita animação. Sabemos o quanto é difícil para o autista o contato visual, portanto, devemos criar atividades que estimulem o desenvolvimento desta habilidade. Brincar com a música, é muito mais do que diversão. É uma linguagem essencial, onde a criança aprende a se expressar melhor e descobrir o mundo. Ela pode ser a ferramenta que fará grande diferença no desenvolvimento e na qualidade de vida da criança autista. A música está disponível a todos e é muito poderosa. Que tal experimentar?   Quer ficar sabendo de todas as NOTÍCIAS em primeira mão?!!! Se cadastre em nossa lista de email: https://www.cantinhodamusica.com.br/newsletters/cadastro Gostaria de aprender mais?!   Então acesse AGORA e confira nossos CURSOS ONLINE! CURSO ONLINE 1: + de 300 propostas - Musicalização Infantil e Técnica de Contação de histárias de 2 a 10 anos CURSO ONLINE 2: 46 propostas - Musicalização na Educação Infantil   Sobre a autora: Débora Munhoz Barboni, leciona como professora de música desde 1999.  Atualmente trabalha no Colégio Visconde de Porto Seguro em São Paulo. Possui formação acadêmica em Artes e, Pós-Graduação em Educação Infantil e Psicopedagogia. Deu entrevistas para a revistas como: Pais&Filhos e Iberian Neurocience, além de escrever artigos para Nestlé e sites como Pediatra Online. Ministra diversas palestras e cursos de formação para professores da educação infantil e fundamental I (sempre abordando a temática da importância musical no desenvolvimento integral da criança desde cedo). Possui uma página no Facebook, um site próprio e um canal no YouTube chamados “Cantinho da Música” e cursos online. Ministra cursos presencias de formação para professores da educação infantil e fundamental. É autora de materiais sobre Musicalização infantil: CD-Vai começar 1, CD-Brincando e Aprendendo com a Música vol. 1 e 2, CD-Canções para Brincar, Guia Prático com músicas, partituras e orientação didáticas.  


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Publicado em: 19/03/2017

Como trabalhar a Páscoa com as crianças

Hoje vamos falar sobre um dos posts mais pedidos por vocês curtidores do Cantinho da Música: "Como trabalhar a Páscoa com as crianças" Analisando o perfil das pessoas que curtem a página, noto que tenho muitos seguidores que são professores de sala de aula, pais e educadores musicais também. Portanto, escrevi este post pensando com carinho em todos vocês, com propostas que todos vocês irão gostar de fazer com suas crianças em casa ou em sala de aula (de acordo com os interesse de cada uma). Em relação a abordagem da temática na escola, alguns fatos devem ser levados em conta. Acredito que primeiramente, o contexto do colégio deve obviamente ser analisado, ou seja, se é um colégio religioso ou laico, pois isso fará toda a diferença no tipo de postura que a escola assumirá diante desta comemoração. Como professora de música e educadora, acredito que a Pascoa é uma oportunidade de enfatizar com meus alunos a importância do compartilhar. Muito mais importante do que ganhar ovos, é o sentido de partilha e solidariedade. Vamos conhecer algumas curiosidades históricas. Os historiadores encontram provas que demonstram que a páscoa já era comemorada há milhares de anos por civilizações antigas, sempre com o objetivo de comemorar uma passagem. Os europeus comemoravam a chegada da primavera, os judeus comemoravam a festa da colheita (para agradecer o alimento e bênçãos recebidas) e mais tarde para comemorar o fim da escravidão do Egito. Os cristãos comemoram a Ressurreição de Cristo; ou seja, a páscoa é uma data para comemorarmos uma transformação boa, a vida (por isso o ovo a representa), a chegada de algo melhor que está por vir.... o estar e comemorar juntos. A Páscoa é comemorada no mundo de diversas formas. Veja este artigo: http://nomadesdigita...a-pascoa-pelo-mundo/ Em relação ao trabalho na sala de aula utilizando a páscoa como temática. Segue um artigo bem interessante que achei: http://educarparacre...-escola-624397.shtml Para enfatizar a importância de compartilhar entre as pessoas, segue um vídeo que preparei com muito carinho para vocês cantarem com suas crianças. É uma história cantada que faz parte do meu CD "Vai começar". Ela se chama "Bolo de Cenoura" (autoria: Débora Munhoz Barboni e Carla Calabria). Para adquiri-lo, clique aqui: Para assistir este vídeo clique na figura acima. (Caso não seja possível cole este link em seu navegador: https://www.cantinho...olo_de_cenoura.html) Depois de contar a história, sugiro uma roda de conversa com as crianças para identificar os conhecimentos já adquiridos sobre a temática. Algumas sugestões de perguntas:     1. Como sua família comemora a páscoa?     2. Como podemos ajudar os outros?     3. A Páscoa é o único dia que devemos compartilhar? Aliás, vamos trabalhar o "compartilhar" na prática? Que tal propor a produção do bolo de cenoura para ser partilhado entre todos? O professor poderá trabalhar a escrita da receita, dialogar sobre pesos e medidas de cada ingrediente e juntos fazerem o bolo. Sugestão de atividade antes da culinária: CAÇA AO TESOURO Uma sugestão divertida é fazer uma caça ao tesouro com as crianças. Conforme elas desvendam as pistas, um ingrediente do bolo deve ser encontrado. Exemplo de pistas que podem ser propostas (você pode também utilizar desafios musicais se preferir): http://www.tempojunt...o.com/.....pequenas/ (para crianças da educação infantil) http://www.tempojunt...o.com......criancas/ (para crianças do ensino fundamental) Depois, de encontrarem todos os ingredientes, chegou a hora de construir e depois comer o bolo juntos!!! Certamente será um dia divertido que pode ser feito na escola, em casa, entre os amiguinhos, etc. Um dia onde passaremos um tempo de qualidade juntos, cantando, brincando, ampliando os conhecimentos, desenvolvendo a amizade e compartilhando. E este é o objetivo da pascoa. Feliz pascoa!!! Prof. Débora Munhoz Barboni


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Publicado em: 11/02/2017

Como trabalhar marchinhas de carnaval em sala de aula? ( Dicas Práticas )

Ó Abre alas que eu quero passar!!! É impossível ouvir essa música e não sentir alegria ou vontade de dançar; e foi essa a intenção que Chiquinha Gonzaga teve ao compor sua primeira Marcha Carnavalesca, há 118 anos atrás para o cordão carnavalesco Rosas de Ouro. É uma marchinha animada que passa de geração em geração e deixam as crianças motivadas a dançarem, cantarem e se divertirem nos “bailinhos de carnaval”. Aliás, o carnaval (essa festa popular) é uma boa oportunidade para contextualizar e apresentar às crianças este gênero musical que faz parte das comemorações carnavalescas: As marchinhas de Carnaval. Muitas possuem letras inocentes, arranjos animados e foram feitas por grandes compositores da época, como é o caso de Chiquinha Gonzaga. Uma sugestão para iniciar o projeto é fazer uma roda de conversa com as crianças, onde o professor perguntará o que é o carnaval, quais são as atrações, etc. O professor pode apresentar fichas com fotos de máscaras, trio elétrico, fantasias, confetes e serpentinas para apresentar ás crianças alguns itens carnavalescos. Pergunte aos alunos se eles sabem cantar alguma música tocada em carnaval (proponha uma pesquisa em casa com os pais, sobre quais músicas eles gostam de ouvir no carnaval). Anote o que as crianças falam e depois mostre uma marchinha (ex.: Ó abre alas - Chiquinha Gonzaga). Informe que a MARCHINHA é um gênero musical feito para facilitar o desenvolvimento dos desfiles e no caso do “Abre Alas”, Chiquinha Gonzaga ao ouvir os ensaios do cordão (Escola de Samba) da Rosas de Ouro, resolveu compor no piano uma canção que trouxesse bastante alegria no momento que a escola desfilasse. Os cordões eram geralmente constituídos por pessoas sem poder aquisitivo para possuir instrumentos musicais, a não ser os de percussão e liderados por capoeiristas, onde cantavam juntos apenas estribilhos e quadrinhas soltas, com ritmo batucado. Era tudo muito simples e Chiquinha Gonzaga resolveu trazer mais “cor” para o momento do desfile através de sua música. Ó Abre Alas de Chiquinha Gonzaga, foi a primeira marcha feita para o Carnaval e desde então, a música carnavalesca foi ocupando cada vez mais seu espaço. Para saber mais sobre Chiquinha Gonzaga, clique neste link: http://chiquinhagonz...ga.com/wp/biografia/ É muito interessante neste momento, trabalhar além da letra da canção, a história do compositor que a criou. Indico a coleção “Crianças Famosas” (Callis Editora), que nos ensina de uma forma prática e lúdica, a história do artista desde criança, o que é muito interessante para fazer a criança se identificar e gostar do personagem. Segue o link: https://chiquinhagon...as-por-edinha-diniz/ Você não precisa contar a história inteira do compositor em uma única aula! Trabalhe aos poucos, para que as crianças acompanhem o passo-a-passo. Sempre esteja atento ao interesse da criança. Tenha essa sensibilidade de parar e mudar quando necessário. Ouça novamente com as crianças a música escolhida (ex.: Ó Abre alas), comente sobre a letra da canção e peça para as crianças desenharem o que mais lhe chamou a atenção. Em uma outra aula, cante novamente com as crianças, e faça uma dramatização, utilizando os elementos que foram contados na história. Que tal criarem juntos uma coreografia coletiva para a marchinha? Em uma outra aula, proponha uma brincadeira: Passe a bola. A brincadeira é simples: Ao som da marchinha escolhida, as crianças sentadas em roda passarão a bola para o amigo enquanto ouvir a canção tocada no rádio. Quando a música parar, a criança que estiver com a bola deverá lembrar de algum item carnavalesco (ex.: máscaras, música, fitilhos, etc.). Outra brincadeira que trabalha a criatividade é o “Siga o mestre”. Faça uma fila com crianças que marcharão ao som de uma música. Ao ouvir o apito, quem está na frente deverá criar um movimento que deve ser imitado por todos. Depois, a criança que criou o movimento irá se encaminhar ao final da fila para a brincadeira recomeçar. Agora, quem estiver em primeiro lugar da fila deverá criar o próximo movimento. Que tal gravar as crianças cantando e depois todos ouvirem juntos? Depois disso, o professor pode sugerir que cada uma construa um chocalho para depois tocarem juntos acompanhando diversas marchinhas de carnaval, no “grande baile”, que será o fechamento do projeto. O chocalho pode conter pedacinhos de EVA coloridos de tamanhos diferentes e arroz, por exemplo. Na minha página do facebook “Cantinho da Música” existe um vídeo feito pelo professor Marcos L. Souza onde ele nos ensinou o passo-a-passo para a construção de um chocalho. Em uma outra aula, entregue os chocalhos para todos tocarem e cantarem juntos ao som das marchinhas. Depois do momento “exploração”, subdivida o grupo em dois e combine o momento que um dos grupos irá cantar e o outro realizar as “pontuações sonoras” com os instrumentos. Depois inverta os papéis para que todos possam ter a oportunidade de cantar e de tocar juntos. Com os maiores, criem juntos um arranjo coletivo para a marchinha escolhida. O professor pode contextualizar com vídeos e apresentar não só a marchinha escolhida “Ó abre alas”, como também outras marchinhas carnavalescas. Ex. de vídeo: https://www.youtube..../watch?v=k9mxcYOFt4A Aproveite para conversar com os alunos sobre os instrumentos musicais presentes nos arranjos dos vídeos. Com as crianças do Ensino fundamental, o professor pode sugerir que cada aluno crie uma paródia com a marchinha escolhida e com um tema que a criança goste; que pode ser brincadeira, futebol, família, etc. Faça uma exposição das paródias criadas pelos alunos no dia do fechamento do projeto (Grande Baile). Se for possível, organize um portfólio com fotos documentando todas as etapas do projeto para que as crianças levem para casa todo registro das atividades. Para o grande dia (Grande Baile), todos poderão trazer fantasias, máscaras confeccionadas, chocalhos e muita alegria para dançarem juntos e cantarem marchinhas carnavalescas. Outras brincadeiras que podem ser feitas no dia do “ Grande Baile” para tornar tudo mais divertido são: “Siga o chefe”, “Corre Cotia”, brincadeiras de roda, dança das cadeiras, etc. O importante é promover atividades lúdicas que estimulem a compreensão da festa como cultura brasileira e, ao mesmo tempo, promover a socialização e a diversão entre as crianças nestas primeiras semanas de aula. Notem que todas as atividades não acontecem na mesma aula. É um processo gradual, construído de acordo com os interesses da criança e de forma lúdica. Desta forma, desenvolvemos o canto, a concentração, criatividade, prática de conjunto, conhecimento da história da cultura brasileira, conhecimento de instrumentos musicais e compositores brasileiros como Chiquinha Gonzaga, compreensão de texto, etc. Espero que este artigo tenha lhe ajudado! Deixe nos comentários, sua opinião sobre as atividades propostas neste artigo, e como você costuma comemorar o carnaval com seus alunos e/ou filhos. Aproveite também para dar sugestões sobre outros temas de seu interesse no site “Cantinho da Música”, e não esqueça de fazer seu cadastro para receber notícias, promoções e ter acesso exclusivo a área de downloads através do link: https://www.cantinho...br/novo-usuario.html E para terminar, seguem outras sugestões de marchinhas interessantes para que pesquise e trabalhe com suas crianças: 1. Allah-la-ô (Haroldo Lobo- Nassara) 2. Me dá um dinheiro aí (Ivan Ferreira- Homero Ferreira) 3. Mamãe eu quero (Vicente de Paula e Jararaca) 4. A Jardineira (Benedito Lacerda) 5. Cidade Maravilhosa (André Filho)   Prof. Débora Munhoz Barboni Prof. de Música www.cantinhodamusica.com.br


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Publicado em: 06/08/2016

Respondendo as dúvidas que os pais me fazem sempre

Profa. Débora Munhoz Barboni possui formação em Música e Artes, além de Pós-graduação em Psicopedagogia e Educação Infantil. Atualmente trabalha no Colégio Visconde de Porto Seguro em São Paulo/Capital. É mãe, tem uma filha de 8 anos (Ana Beatriz) para a qual ministra aulas de música desde dos 9 meses de idade.Escreveu artigos para Revista Iberian Neurocience, Prevista Pais e Filhos, Pediatra online e Nestlé.   1. Quais os benefícios da música na gravidez?   Os benefícios são muitos, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Durante a gravidez, muito do que a gestante tem contato (a comida e bebida que consome, o ar que respira, as químicas as quais se expõe, as emoções que sente, etc) são compartilhadas da mesma forma pelo feto, que incorpora estes elementos no seu corpo. A música tem o poder de acalmar e relaxar a grávida, que naturalmente está em uma fase mais sensível. Definitivamente a música possui grande influência em nossas emoções. Ela pode trazer mais ânimo nas tarefas do dia-a-dia, fazendo a grávida se sentir mais disposta. Fazer ginástica ouvindo música, por exemplo, ajuda e muito na performance, especialmente quando o ritmo acompanha a freqüência cardíaca máxima. Recentes pesquisas mostram que melodias agradáveis induzem a liberação de sustâncias em nosso corpo, que causam sensação de bem-estar e podem inclusive aliviar a dor crônica. Pesquisas científicas mostram que quando ouvimos ou praticamos uma música que gostamos, o cérebro produz a dopamina, que é o neurotransmissor que traz sensação de prazer; dentre outros. Hoje temos cursos de música específicos para grávidas, onde elas experimentam o poder dos sons, através de atividades envolvendo a musicoterapia, e recebem dicas para aplicar a música em casa de maneira saudável. Isso é maravilhoso, porque a grávida se sente com mais energia, feliz, com maior auto-estima e isso afeta diretamente o bebê em seu bem-estar. Outra razão para utilizarmos a música na gravidez, é que pesquisas recentes da psicologia e biologia afirmam que muitas aprendizagens importantes acontecem antes de nascermos. O sistema auditivo do feto está apto para receber informações a partir do quinto mês de vida intra-uterina. Pelo fato dos sons do mundo exterior entrarem pelo tecido abdominal da mãe e pelo líquido amniótico que envolve o feto, ele é capaz de ouvir e reagir ao que escuta (apesar dos sons serem abafados). Muitas mães relatam que os bebês reconhecem depois de nascidos, as músicas que elas costumavam ouvir quando estes estavam ainda na barriga. As mães ensinam seus filhos mesmo antes de nascerem e as pesquisas mostram que o feto capta estas dicas do ambiente intra-uterino e molda sua psicologia de acordo. É como disse em entrevista, o neurologista infantil Mauro Muszet, da UNIFESP: “Quanto mais precoce os pais apresentarem a música como forma positiva, relaxante (e isso começa a ser trabalhado na gravidez), maior é a tendência de a criança valer-se dela para desenvolver a linguagem e o aprendizado”.Ou seja, é muito importante o ambiente que a grávida oferece a si mesma e ao seu filho, mesmo antes dele nascer e a música pode auxiliar, no sentido de oferecer um ambiente mais tranqüilo e estimulador.   2. Como a música pode auxiliar no desenvolvimento infantil?   A música desenvolve diversas habilidades, porque ela é interessante para o bebê desde sempre. Estudos mostram que quando o bebê nasce ele já foi estimulado através dos sons (dentro da barriga da mãe) e das pessoas que cuidam dele (depois do nascimento), que geralmente brincam com ele utilizando a música. Desde muito cedo o bebê cria memórias positivas com essa linguagem. É importante enfatizar que a fase de 0 a 6 anos é de extrema importância para o desenvolvimento infantil. A neurociência (ciência que estuda como aprendemos e nos desenvolvemos) chama este intervalo de período receptivo, onde a criança, através dos órgãos do sentido (audição, visão, olfato, paladar, tato) explora e pesquisa o mundo, construindo suas aprendizagens. As aulas de musicalização infantil são muito úteis nesta idade, pois unem duas ferramentas muito significativas para a criança: canções e brincadeiras; ou seja, através de histórias sonorizadas, brincadeiras de roda, brincadeiras de mãos, tocando ou construindo instrumentos musicais, etc, a criança interage em um ambiente de sensibilização, reflexão e prática musical e vai desenvolvendo habilidades que irão auxiliá-la em seu desenvolvimento integral, como desinibição, maior expressividade, desenvolvimento psicomotor mais consolidado, maior criatividade, etc, além de vivenciar os elementos musicais de forma prazerosa, o que irá facilitará e muito a aprendizagem de um instrumento musical, caso surja esse interesse por parte dela no futuro. Um estudo realizado na Universidade McMaster, no Canadá, por exemplo, comparou crianças entre 4 e 6 anos e constataram que as que tinham aulas de música se saíram melhor em testes de memória, alfabetização e matemática. O fato é que a música estimula diversas áreas cerebrais ao mesmo tempo e através dela, desenvolvemos outras inteligências, além da musical.   3. A partir de qual idade a criança pode participar das aulas de musicalização infantil?   As crianças podem começar a frequentar as aulas a partir de 8 meses, quando geralmente podem sentar sem apoio. As aulas de musicalização infantil, são voltadas especialmente para a faixa etária de 0 a 6 anos, e muitos professores de instrumentos musicais utilizam técnicas de musicalização para que crianças, jovens e adultos aprendam a ler uma partitura, através de jogos e brincadeiras. A pedagogia musical evoluiu muito, felizmente. Muitos colégios hoje oferecem aulas de música na grade curricular, inclusive para o bebê, o que é maravilhoso! A vantagem porém, do curso dado pela escola de música para os bebês, é que os pais muitas vezes podem participar, aprender diversas brincadeiras para praticar com seus filhos em casa e acompanhar de perto o desenvolvimento e progresso dos mesmos, interagindo com as outras crianças.   4. Como os pais podem estimular a inteligência musical dos seus filhos?   É muito importante que os pais ofereçam experiências significativas e prazerosas com a música para a criança desde muito cedo. As famílias devem estar atentas também à qualidade destas experiências, seja levando o filho em um show cultural musical, dançando com seu filho, comprando CDs de diversos estilos diferentes e pedindo ajuda à um professor de música sempre que possível. A criança que tem contato com música de qualidade desde pequena, além de desenvolver o gosto pela música, será um adulto com maior sensibilidade e aprenderá a utilizar a música para descarregar o stress do dia-a-dia de maneira saudável. Além disso, poderá se tornar um apreciador da boa música, pois conviveu desde pequeno com este repertório, com experiências agradáveis e provavelmente se identificará com pessoas do mesmo nível cultural. Outro aspecto importante que deve ser enfatizado: As famílias precisam estar atentas aos gostos pessoais de seus filhos em relação à música, pois uns gostam de cantar, outros de dançar, outros de tocar instrumentos musicais, etc. Se a crianças estiver em sua área de interesse (seja cantando, dançando ,tocando um instrumento musical) terá mais prazer em estudar e praticar; e sabemos o quanto a prática é fundamental para o desenvolvimento da inteligência musical.   5. Como perceber se meu filho tem aptidão musical?   As crianças que apresentam uma aptidão natural para a música, demonstram interesse pela linguagem desde cedo. Gostam de dançar, de cantar, ficam atentas aos sons ao redor, são expressivos quando dramatizam histórias cantadas e naturalmente, crescendo neste ambiente estimulador, irão demonstrar cada vez mais interesse por canções, dramatizações, instrumentos musicais, shows que envolvem música, etc. Quando começam a aprender a tocar um instrumento musical, apresentam uma boa percepção, um bom ouvido musical, e sentem prazer em estudar. Porém, apesar de existirem graus de talento, as pesquisam afirmam que todos podem desenvolver a inteligência musical, se tiverem experiências positivas com a música e praticarem bastante. Todos os estudos mais atuais apontam na mesma direção: a genética contribui mais não é decisiva. Agora, é importante salientar que, as palavras de incentivo por parte das pessoas mais próximas da criança, são de suma importância. Os pais que elogiam pequenos sinais de progresso valorizam cada música aprendida, investem tempo ouvindo seus filhos tocarem, naturalmente fazem os fazem valorizar a prática do instrumento e perceberem o quanto a dedicação e a disciplina são importantes. Os pais devem ter consciência que a educação musical é um processo gradativo e que é necessário dominar a ansiedade de ambos os lados (pais e filhos). A criança de um modo geral deseja resultados imediatos e, ensiná-las a persistir, a não desistir quando surgem os desafios, são treinos importantes para o ser humano e para sua educação global. Independente de percebermos ou não uma aptidão natural em nossos filhos, investir na educação musical deles é uma forma de desenvolver não apenas sua musicalidade, mas outras áreas de inteligência, inclusive em crianças especiais, que demonstram grande interesse por música. Todos podem se beneficiar desta linguagem tão acessível, pois podemos desenvolver a inteligência musical em qualquer idade. Nunca é tarde para aprender música!   Prof. Débora Munhoz Barboni Prof. de Música www.cantinhodamusica.com.br


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