Desde que o bebê nasce os pais ficam ansiosos para notarem os progressos de seus pequeninos, por mínimo que sejam. Conforme crescem, nada é mais gratificante do que acompanhar este desenvolvimento e perceber que seu filho está adquirindo habilidades que antes não tinha. Existem ferramentas eficientes para estimular crianças de todas as idades (inclusive as especiais) e a música é sem dúvida, uma das mais poderosas, pois nos envolve em diversos níveis e através de sua prática, desenvolvemos habilidades motoras, cognitivas e lingüísticas. Todos podem desenvolver o talento musical, desde que tenham contato com a música de forma agradável e pratiquem bastante. A música pode fortalecer áreas cerebrais importantes nos primeiros anos de vida, quando a neuroplasticidade (capacidade do cérebro de modificar sua estrutura e função através de experiências anteriores) é maior, mas é preciso salientar que a plasticidade continua na fase adulta. Nunca é tarde para praticar música. Ao aprender a tocar um instrumento musical, por exemplo, estamos exercitando nossas habilidades mentais, refinando nossa capacidade de ouvir e desenvolvendo o controle motor fino, o que ajudará na firmeza de equilíbrio e na mobilidade. Ou seja, desenvolvendo essa nova habilidade, programaremos nosso cérebro para envelhecer em melhores condições. A MÚSICA PARA DESENVOLVER AS HABILIDADES DA CRIANÇA As crianças desde bem pequenas, demonstram um interesse natural pela música. De maneira geral, expressam suas emoções com maior facilidade através das canções do que pelas palavras. Porém, para que a criança queira aprender é necessário estar motivada em um ambiente que favoreça seu desenvolvimento afetivo. Para as crianças pequenas (8 meses até 6 anos) as aulas de musicalização infantil são muito importantes, pois a criança terá a oportunidade de vivenciar todos os elementos musicais desta linguagem através de brincadeiras, histórias, jogos, tocando e explorando instrumentos musicais, em um espaço de sensibilização, onde ela poderá construir seu próprio conhecimento, através de práticas e reflexões musicais. Muitos pais ansiosos buscam a escola de música para que o filho aprenda um instrumento musical, mas para que a criança possa desenvolver este talento com naturalidade, ela precisará, por exemplo, ter um desenvolvimento psicomotor consolidado. Caso falte qualquer um dos pré-requisitos, o aluno enfrentará muitas dificuldades no aprendizado de um instrumento. As aulas de musicalização fazem este papel, pois brincando, a criança vai aprendendo e se desenvolvendo. Através de jogos, brincadeiras coletivas e canções próprias á faixa etária, o aluno terá a oportunidade de vivenciar o corpo corretamente, se desinibir, explorará o espaço ao redor, experimentará diferentes movimentos locomotores, o que contribuirá para o desenvolvimento natural das funções neuropsicomotoras. A criança que vivencia todo este processo desde bem pequena, desenvolverá diversas habilidades que a auxiliarão integralmente. Caso venha aprender a tocar um instrumento musical depois, terá muito mais facilidade, pois terá uma percepção auditiva mais apurada, bom desenvolvimento psicomotor e conseguirá ler uma partitura com muito mais facilidade. A partir dos 6 – 7 anos, os pais podem começar a cogitar juntamente com o filho, na possibilidade dele vir aprender a tocar um instrumento musical. Algumas dicas importantes... 1. Exponha seu filho à música de boa qualidade o mais cedo possível. Assistam shows que tenham instrumentos musicais, demonstre entusiasmo sobre o assunto e converse com ele sobre a possibilidade de aprender a tocar um instrumento musical. Se concordar, pesquise escolas de preferência perto de casa, que utilizem jogos e brincadeiras para trabalhar os conteúdos necessários para a aprendizagem do instrumento musical escolhido. A pedagogia musical atual evoluiu bastante e atualmente, os jogos lúdicos são utilizados também para aprender a ler uma partitura. Desta forma, tudo fica mais leve e divertido! 2. Ajude-o (a) a escolher o instrumento musical, levando em conta o tamanho do instrumento e a maturidade da criança. Converse com um professor de música, visite uma loja de instrumentos e experimente com seu filho (a). Dentre os mais solicitados estão o violão, a flauta doce e o piano, mas existem vários, para todos os gostos e bolsos. Se decidir comprar o instrumento, não há a necessidade de comprar um modelo caro. O importante é que seu filho possa praticar o que aprendeu na aula, pois neste início de aprendizagem não é preciso algo muito sofisticado. 3. Seu filho (a) pode demonstrar interesse em simplesmente cantar. A canção é uma forma de expressão completa, intervindo na ação, na razão e na emoção. A partir de 7-8 anos, as crianças podem participar de corais, onde terão contato com um repertório diversificado de canções, além de exercícios de musicalização e de voz, o que ampliará e muito, suas habilidades musicais. 4. É importante enfatizar que, as palavras de incentivo por parte das pessoas mais próximas da criança, são de suma importância para a continuidade da prática instrumental. Os pais que elogiam pequenos sinais de progresso, valorizam cada música aprendida, gastam tempo ouvindo seus filhos tocarem, naturalmente fazem seus filhos valorizarem a prática do instrumento e perceberem o quanto a dedicação e a disciplina são importantes. Os pais devem ter consciência que a educação musical é um processo gradativo e que é necessário dominar a ansiedade de ambos os lados. A criança de um modo geral deseja resultados imediatos e, ensiná-las a persistir, a não desistir quando surgem os desafios, são treinos importantes para o ser humano e para sua educação global. Como pais, podemos trazer mais alegria e estímulo aos nosso lares através da música. Dessa forma, nossos filhos poderão gastar seu tempo com mais qualidade e utilizarão a música como amiga companheira, nos momentos difíceis e alegres da vida. Para praticar música, não tem idade correta para começar, apenas boa vontade e dedicação. Que tal praticar música hoje? Prof. Débora Munhoz Barboni Prof. de Música www.cantinhodamusica.com.br
Contar histórias é sem dúvida uma das formas de comunicação mais antigas que existem. Boas histórias passam de geração em geração e são capazes de mostrar e guardar a cultura de uma nação e não deixar morrer conhecimentos e valores. Apesar do avanço das tecnologias, contar histórias continua sendo uma das formas mais eficientes de promover à aprendizagem, a reflexão, a descoberta e também de conectar as pessoas. Um bom contador de histórias geralmente é a pessoa que recebe mais atenção no grupo de amigos, repare. Todos nós podemos desenvolver a habilidade de contar histórias se praticarmos. E já que estamos afirmando que uma história tem o poder de estabelecer vínculos e ajudar no desenvolvimento, porque não utilizar essa arte com nossos filhos desde cedo? Especialistas garantem que essa arte pode se iniciar durante a gestação, pois além de acalmar a gestante, o feto já é capaz de ouvir e perceber pela audição (que já está apta a partir do quinto mês de vida intrauterina) a entonação da mãe, a cadência das palavras e o ritmo que ela fala. Através dos sons das palavras, circuitos neurais são construídos. Hoje sabemos que a aprendizagem começa antes mesmo de nascermos. Já dizia Paulo Freire: “A leitura do mundo antecede a leitura das palavras”, o que quer dizer que antes de começar a ler os símbolos, é importante que a criança tenha convivido com pessoas que conversem com ela, traduzam o mundo pra ela, no sentido de permitir que a criança vivencie experiências, de acordo com as necessidades e interesses dela e da faixa etária que ela pertence. Contar histórias é sem dúvida uma das formas mais eficientes de traduzir o mundo para a criança, pois a história nos permite conhecer personagens, visitar lugares, vivenciar e lidar com emoções e nos ensinam nas entrelinhas, favorecendo o desenvolvimento da narrativa, da imaginação e na criação de imagens. Cada faixa etária necessita de estratégias para captar a atenção e motivar a criança em participar da história. Seguem algumas dicas: 1. A história exige concentração, portanto procure um lugar acolhedor e silencioso para que a criança possa estar voltada ao que você for apresentar. Desligue o celular e dedique este tempo exclusivo para seu filho. Observe também os melhores horários para contar história para seu filho. Depois do jantar, no final da tarde, na hora de dormir...teste e observe quais os momentos melhores para a contação de histórias. 2. Com bebês até 8 meses, utilize livros resistentes, livros de banho e procure criar um texto de acordo com as figuras que aparecem no livro. Ex: Olhe o gatinho. Ele está na caixa. Vamos fazer carinho no gatinho? O gatinho faz: MIAU. Cante canções dos personagens que aparecem também. Ex: Borboletinha está na cozinha (canção folclórica) quando aparecer uma borboletinha 3. A partir dos 8 meses, a criança provavelmente já senta sem apoio, já está refinando sua coordenação e suas emoções também estão mais evidentes. Livros com texturas são muito interessantes nesta idade, porém os textos devem ser bem curtinhos, com objetos e fatos que pertençam ao cotidiano da criança. Animais estão entre os temas prediletos. Retrate o ambiente sonoro da cena. Você pode imitar os sons dos personagens, cantar uma música que represente a cena, representar cada personagem através de um instrumento musical, enfim, use sua criatividade! De forma gradual, através destas atividades, serão estabelecidas as conexões cerebrais que relacionam as palavras com o objeto, desenvolvendo a imaginação, memória, além de introduzi-lo no convívio social. A criança nesta fase, ainda não entende a muito bem a estrutura de sequência. Procure dar ênfase na leitura das imagens, porém contando a história de forma sucinta com começo, meio e fim. 4. A partir dos 2 anos, as histórias continuam curtas, porém podemos dar mais ênfase a sequência dos fatos, pois nesta faixa etária, as crianças começam a demonstrar mais concentração. Utilize figuras grandes com textos pequenos e traga histórias que trabalhem situações que a criança possa estar vivenciando (o desfralde, por exemplo). Converse com ele durante a história e pergunte o que ele acha que vai acontecer. Faça algumas pausas. Capriche na expressão facial. Criança adora surpresa e suspense. 5. A partir dos 3 anos e até um pouco antes disso, a criança já apresenta o interesse pelas brincadeiras de faz-de–conta e demonstra a capacidade de representar coisas ou situações não presentes. A criança naturalmente começa a imitar ações rotineiras, depois ações de pessoas próximas, e através destas brincadeiras, os pequenos expõem seus sentimentos, frustrações e vontades. É interessante notar como a evolução das histórias, da brincadeira e da linguagem caminham juntas. Uma auxilia no desenvolvimento da outra.As famílias podem trazer bonecos, objetos, elementos diversos para dramatizar histórias como a “Linda Rosa Juvenil”, por exemplo. Depois, a criança pode dramatizar com os fantoches para os adultos. Dramatizando, a criança se expressa com a linguagem verbal, gestual e facial, tornando a atividade mais complexa e desafiadora, além de iniciar a aprendizagem de normas sociais, pois é necessário esperar sua vez para interagir conforme a história vai acontecendo. Enfim, existem muitas possibilidades para estimular o desenvolvimento de seu filho de uma forma divertida. É necessário, porém, disposição, muita pesquisa, paciência e organização para o preparo das atividades. 6. A partir desta fase, é importante também que o adulto compartilhe com a criança, fatos que vivenciou compartilhar experiências e deixar que a criança também conte suas próprias histórias. Ouvir ativamente, respeitando o tempo do outro, cria laços afetivos profundos. Nossa história também é uma narrativa e é muito importante este diálogo entre pais e filhos. Relate suas experiências com o objetivo de estabelecer vínculos pessoais. Conte-a com afeto e coloque seu coração nela. Conte uma história em vez de apenas descrever fatos. Dessa forma, você poderá transmitir seu ponto de vista de uma forma muito mais impactante para a criança. Conforme a criança for crescendo procure incentivá-la a contar e ler histórias pra você e diversifique os temas dos livros, deixe que ela escolha também (de acordo com sua orientação) para que ela possa ampliar seu vocabulário e no futuro tenha maior compreensão para o entendimento nas diversas áreas de conhecimento. Ensine-a também a cuidar do livro e tratá-lo com respeito. Outros recursos importantes: Quanto menor é a criança, mais importantes são os recursos visuais, sejam fantoches, dedoches, bichinhos de pelúcia, etc. A criança bem pequena, ainda está construindo seu repertório de imagens. Por serem concretos, estes objetos promovem uma maior interação da criança com a história proposta. Caixas surpresas com os objetos que aparecem na história são muito interessantes e criam momentos de suspense e mais emoção à história, contribuindo também para que a criança memorize a sequência dos fatos da narrativa. Conte histórias que você goste que te faça se sentir confortável e entusiasmado. Escolha narrativas na qual você se identifique de alguma forma. Não se esqueça da expressão gestual. Já dizia o famoso historiador e antropólogo Luís da Câmara Cascudo: “Com as mãos amarradas não há criatura vivente para contar uma história”. Seja expressivo tanto nos gestos, quanto na sua expressão vocal ao contar histórias para as crianças. Tente imaginar a situação, como é a vida e o sentimento deste personagem e dramatize, para que a criança se envolva, possa entender e a narrativa faça ainda mais sentido. Os benefícios para a criança que tem o privilégio de ter pais contadores de histórias são muitos. Momentos de afetividade, desenvolvimento na inteligência emocional e cognitiva da criança, ampliação de vocabulário e imaginação, etc. Histórias ficam na memória e quando mexem com nossa emoção (seja positiva ou negativa), jamais são esquecidas. É como disse sabiamente a escritora e professora Elvira Drummond: “Contar histórias, é antes de tudo, um ato de amor. Um meio de ler o mundo para as crianças adverti-las quanto aos perigos, falar de sentimentos, do que as pessoas gostam e do que lhes é incômodo. É um convite a aventura do viver” Que tal transformar a partir de hoje o momento da história, em uma rotina na sua família? Assim, seu filho associará o prazer da sua companhia ao prazer de ler e ouvir histórias e certamente aumentará seu interesse pelos livros e pela leitura também, o que é maravilhoso, pois quanto mais lemos, mais recebemos conhecimento. Certamente, fortes laços familiares serão criados e fortalecidos em meio a um ambiente de afeto, deixando memórias positivas e preciosas entre vocês. O universo é feito de histórias. Conte uma boa história!!! Prof. Débora Munhoz Barboni Prof. de Música www.cantinhodamusica.com.br
Todo bom pai e toda mãe, tem o interesse de criar laços afetivos com seus filhos e melhorar suas relações com ele. Nos dia de hoje, tudo é muito corrido, trabalhamos demais, gastamos horas no trânsito e quando temos tempo com nossos filhos, estamos exaustos. Apesar do cansaço e da falta de paciência nestes momentos, queremos que nossos filhos sintam que tem um lugar de apoio, de alegrias e que nos preocupamos verdadeiramente com eles. Uma solução fácil e que atrai crianças, jovens e adultos de todas as idades, é trazer a música cada vez mais presente para o convívio familiar. Quando uma criança começa a aprender a tocar um instrumento musical de seu interesse e é apoiada e incentivada pelos pais, sua autoestima aumenta, ela tem prazer em estudar e apresenta seu repertório também para receber incentivos verbais. Os pais que demonstram valorizar a prática musical acompanham todo o processo, desde a escolha do instrumento (o familiar pode sugerir, mas quem decide qual instrumento irá aprender, é a criança que irá praticá-lo), sua compra, o professor que irá ensiná-lo, até momentos separados na rotina para escutá-lo a se apresentar e elogiá-lo em sua prática por qualquer avanço que tenha feito. A criança então aprende desde cedo o valor da prática, da disciplina, do foco para obter resultados e tudo isso, dentro do lar, perto dos pais, que atentos observam os progressos, as frustrações, enfim, características da personalidade que aparecem nestes momentos que se tornam uma oportunidade para os pais ensinarem com amor, o valor da perseverança, de enfrentar o medo de errar e de lidar com a dificuldade. É necessário, porém, que os pais estejam dispostos a gastar um tempo por semana, para escutar seus filhos tocarem, por mais iniciantes que sejam. Podem chamar parentes próximos para assisti-los (os avós nestes momentos são os primeiros a adorarem a idéia), dar incentivos (um passeio preferido, por exemplo...), enfim, proporcionar momentos que façam com que a criança se sinta valorizada e apreciada por seus esforços e méritos, assim tudo isso reforça sua auto-estima e sua vontade em desejar aprender cada vez mais. É importante ressaltar, o quanto a pedagogia musical se evoluiu e hoje, as crianças aprendem um instrumento musical rapidamente, pois aprendem de forma lúdica, com brincadeiras e jogos e escolhendo músicas de seu agrado (o que facilita e muito para o envolvimento da criança em sua aprendizagem). Mas mesmo que seu filho venha desistir no meio do caminho, o contato com a música já foi capaz de acrescentar uma nova dimensão à sua personalidade, pois ele pôde experimentar uma nova cultura, uma nova linguagem, que estimulou sua inteligência de forma global. A música é uma linguagem universal e ao mesmo tempo um entretenimento que além de relaxar, tem o poder de estimular o cérebro (em outras áreas) e de unir pessoas. A música pode estreitar os laços entre você e seu filho (a), pode aumentar os assuntos em comum diminuindo as distâncias entre idades e faz com que tudo fique mais fácil e descomplicado. Mas como ajudar seu filho ou filha a escolher um instrumento musical? 1. O ideal, se ele (a) é pequeno (a) (até 7 anos) é que ele tenha passado por aulas de musicalização infantil, para que ele (a) vivencie os elementos da música e as possibilidades de brincadeiras para se expressar através dela, desenvolvendo assim, habilidades como coordenação motora, criatividade, concentração, imaginação, que irão facilitar e muito no processo de aprendizagem de um instrumento. Podemos dizer que, a musicalização infantil é a pré-escola da música. 2. Exponha a criança à música, ouça canções de qualidade no carro, em casa, leve seus filhos para assistirem shows que tenham instrumentos musicais. Leve-o (a) a uma loja de instrumentos, assista vídeos de shows com ele (a), enfim, demonstre entusiasmo sobre o assunto e converse com ele sobre a possibilidade de aprender a tocar um instrumento musical. Se concordar, pesquise escolas de preferência perto de casa, que ofereçam aulas lúdicas, e que também utilizem a musicalização (jogos e brincadeiras) para trabalhar os conteúdos necessários para a aprendizagem musical. 3. Ajude-o (a) a escolher o instrumento, levando em conta o tamanho do instrumento e a maturidade da criança. Converse com um professor de música, visite uma loja de instrumentos e experimente com seu filho (a). Dentre os mais solicitados estão o violão, a flauta doce e o piano. Se decidir comprar o instrumento, não há a necessidade de comprar um modelo caro. O importante é que seu filho possa praticar o que aprendeu na aula. Neste início de aprendizagem não é preciso algo muito sofisticado e caro. 4. Seu filho (a) pode demonstrar interesse em simplesmente cantar. A canção é uma forma de expressão completa, intervindo na ação, na razão e na emoção. A partir de 7-8 anos, as crianças podem participar de corais, onde terão contato com um repertório diversificado de canções, além de exercícios de musicalização e de voz, para ampliarem suas habilidades musicais. Esta é uma boa oportunidade para se refletir sobre o que fazer como pais que desejam trazer a alegria e o poderoso estímulo da música para seus lares, para que seus filhos cresçam mais saudáveis e felizes, em um ambiente incentivador, onde qualquer progresso e esforço são valorizados, produzindo auto-estima, pois este é um valioso combustível para uma pessoa emocionalmente saudável (e a música contribue e muito neste aspecto) em qualquer idade da vida. Prof. Débora Munhoz Barboni Prof. de Música www.cantinhodamusica.com.br
COMO SABER SE MEU FILHO TEM TALENTO PARA A MÚSICA Neurocientistas, psiquiatras, educadores cada vez mais nos mostram estudos que comprovam o quanto à música desenvolve muitas habilidades e expande a capacidade de aprender. A criança que toca bem um instrumento ou tem uma voz afinada, logo chama a atenção de todos. É muito gratificante perceber que nosso filho (a) está desenvolvendo sua inteligência musical, seja cantando, dançando, tocando um instrumentos musical, etc. Mas como saber se meu filho tem talento para a música? Segundo o dicionário, talento é uma aptidão, natural ou adquirida. Dessa forma, todos podem ter talentos. Howard Gardner, grande pesquisador norte-americano, criador da “Teoria das Inteligências múltiplas”, afirma que o ser humano nasce com um vasto potencial para desenvolver diversas inteligências (talentos), porém o que irá fazer a diferença, são as oportunidades, o ambiente que a pessoa tem contato ao longo de sua vida e sua motivação em ir em frente mesmo com as dificuldades encontradas no caminho. Ele também coloca a música como uma das inteligências que todos podem desenvolver . Ele inclusive diz que todos podemos ser criativos: “Todo o individuo pode ser criativo. Mas só serão se quiserem”, ou seja se tiverem o desejo, disciplina e empenho necessários. Se pensarmos em Wolfang Amadeus Mozart, teremos a certeza que ele tinha um talento musical nato, mas se formos analisar o ambiente no qual foi criado, vamos descobrir que seu pai tocava instrumentos musicais e o incentivava demasiadamente. Além disso, Mozart dedicava horas estudando e compondo suas músicas e de outros compositores que gostava. Ele também era muito elogiado por seu esforço e dedicação, o que o incentivava a treinar cada vez mais. Suzana Herculano-Houzel, uma das grandes neurocientistas do Brasil, afirmou em entrevista: ‘Os fatores mais importantes para aprendermos algo, é a experiência prática, métodos adequados (levando em conta as especificidades de cada indivíduo), sua capacidade de dedicar atenção e foco e principalmente a motivação (interesse por aquilo que você está fazendo)“ A música é uma das inteligências que mais podemos perceber facilmente. Quase todo mundo gosta de música e existe música em todo o lugar e para todos os gostos.. As crianças que crescem em um ambiente percebendo o quanto os pais valorizam a música e vendo a função desta linguagem, naturalmente se interessam, visto que, todos podem desenvolver a inteligência musical. Obviamente, existem graus de talento, e há pessoas que terão mais facilidade em aprender instrumentos e a cantar do que outras. Todos porém , podem desenvolver sua musicalidade se quiserem. Independente do nível de talento, é necessário dedicação, empenho, subterfúgios técnicos e teóricos para que este talento se desenvolva. Mas como reconhecer este talento? Para reconhecermos este talento, é necessário conhecimento na área. As crianças que tem um talento natural para música, tem interesse por esta linguagem desde pequenas. Gostam de dançar com a música, gostam de cantar, ficam atentas aos sons ao redor, dramatizam histórias cantadas, e naturalmente crescendo neste ambiente estimulador, irão demonstrar cada vez mais interesse por canções, dramatizações, instrumentos musicais, shows que envolvem música, etc. Quando começam a aprender a tocar um instrumento musical, apresentam um bom ouvido musical, e sentem prazer em estudar. Agora, é importante salientar que, as palavras de incentivo por parte das pessoas mais próximas da criança, são de suma importância. Os pais que elogiam pequenos sinais de progresso, valorizam cada música aprendida, gastam tempo ouvindo seus filhos tocarem, naturalmente fazem seus filhos valorizarem a prática do instrumento e perceberem o quanto a dedicação e a disciplina são importantes. Os pais devem ter consciência que a educação musical é um processo gradativo e que é necessário dominar a ansiedade de ambos os lados. A criança de um modo geral deseja resultados imediatos e, ensiná-las a persistir, a não desistir quando surgem os desafios, são treinos importantes para o ser humano e para sua educação global. Independente de percebermos ou não um talento nato em nossos filhos, investir na educação musical deles, é uma forma de desenvolver não apenas sua musicalidade, mas as outras áreas de inteligência. A criança, por exemplo, desenvolverá sua percepção auditiva, o que facilitará no processo de alfabetização e estudo de línguas estrangeiras. Durante a adolescência, a música pode tornar-se uma companheira agradável, ocupando-o de maneira sadia. E na vida adulta, poderá ser uma válvula de escape para descarregar o stress do dia-a-dia. Não é a toa que existe o famoso provérbio popular “Quem canta seus males espanta”. A música faz bem ao nosso interior e nos traz grande satisfação e auto-estima, por isso ela é de suma importância para a vida de todos os seres humanos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Débora Munhoz Barboni é professora de música, com formação em Artes e Música e pós em Psicopedagogia e Educação Infantil. Tem uma página no facebook chamada: Cantinho da Música, onde compartilha várias dicas de como podemos brincar com as crianças através da música e ajuda-la em seu desenvolvimento.